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"Vejo o mundo ser lentamente transformado em uma região selvagem, eu ouço o trovão que, um dia, nos destruirá também, sinto o sofrimento de milhões. E, no entanto, quando olho para o céu, eu, de alguma forma, sinto que tudo mudará para melhor, que essa crueldade também deve terminar, que a paz e a tranquilidade retornarão mais uma vez", afirma o trecho do diário que vai ser lido.
O comportamento dos torcedores Lazio repercutiu para além do mundo esportivo, com forte condenação de autoridades políticas. Foi o caso do chefe do Parlamento Europeu, o italiano Antonio Tajani. "Usar a imagem de Anne Frank como um insulto contra os outros é um assunto muito grave", declarou.
As imagens de Anne Frank com a camisa da Roma foram afixadas após o jogo entre Lazio e Cagliari na Curva Nord, setor do Estádio Olímpico que estava interditado nessa partida por causa de manifestações racistas da torcida - o time ainda tem um jogo da pena para cumprir.
O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, alertou para que os atos dos torcedores da Lazio não sejam subestimados. "É inacreditável, inaceitável e não pode ser minimizado", disse.
Diante da repercussão do ato, o presidente da Lazio, Claudio Lotito, visitou uma sinagoga nesta terça-feira e prometeu que o clube vai promover uma nova campanha de educação ao antissemitismo. Ele tentou dissociar a equipe da ação do grupo de torcedores e também anunciou que a Lazio organizará uma viagem anual para o campo de concentração de Auschwitz com cerca de 200 jovens torcedores para "educá-los para não esquecerem".