“Não há mais como voltar atrás. Com 72 anos, não vou me calar. Não vou mais manter segredos”, avisa Warner em entrevista a um canal de televisão de Trinidad e Tobago, seu país.
O ex-cartola revela que documentou todas as transferências obscuras às quais teve acesso ao longo de três décadas à frente da Concacaf. Ele afirma temer pela própria vida, mas garante que as provas foram entregues a diferentes pessoas. “Vou emprestar meu conhecimento sobre as transações vitais da Fifa, inclusive de Joseph Blatter”, assegura Warner.
O pronunciamento acontece horas depois de o Departamento de Justiça dos EUA publicar a confissão de um aliado de Jack Warner. Chuck Blazer confessa ter recebido suborno referente às Copas do Mundo de 1998 e 2010, o que aproxima ainda mais o ex-presidente de uma provável incriminação.
Warner é acusado de ter recebido 10 milhões de dólares do governo da África do Sul em 2010. Ele nega. A Fifa admite que a quantia saiu do país-sede do Mundial daquele ano e foi para o Caribe, onde Warner era presidente da Concacaf, mas alega que a quantia não é ilegal.
A versão oficial da entidade é que o dinheiro servia ao “Programa Legado Diáspora”, iniciativa para fomentar o futebol na América Central. A Justiça dos EUA suspeita ser dinheiro de compra de votos para o país africano ser escolhido sede da Copa.