Futebol Internacional
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ESCÂNDALO

Dirigentes da Fifa presos por envolvimento em escândalo podem pegar até 20 anos de prisão

Acusados podem pegar prisão, além de terem que devolver no dinheiro da propina

postado em 27/05/2015 11:06 / atualizado em 27/05/2015 14:25

AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA
A estimativa é de que as penas para executivos da Fifa e de todos os detidos envolvidos na operação deflagrada pela Justiça dos Estados Unidos nesta quarta-feira, caso se comprove, de fato a culpa, é de até 20 anos de prisão, além da devolução de dinheiro e da propina recebida. A acusação formal aos membros da Fifa em Zurique na manhã desta quarta foi aberta pelo juiz distrital Raymond J. Dearie, de Nova York.

"Os réus individuais indiciados e condenados enfrentam prazos máximos de prisão de 20 anos para a conspiração, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. Além disso, Eugênio Figueredo enfrenta uma pena máxima de prisão de 10 anos por uma acusação de fraude de naturalização e poderia ter sua cidadania dos Estados Unidos revogada", informa o documento do Departamento de Justiça dos EUA. Eugênio Figueiredo é ex-presidente da Conmebol. "Ele também enfrenta pena máxima de prisão de cinco anos para cada carga fiscal."

Entre os indiciados e detidos nesta quarta, todos membros da Fifa, está o brasileiro e ex-governador de São Paulo, José Maria Marin, que em abril deste ano passou o cargo de presidente da CBF, a maior entidade do futebol brasileiro, para seu braço-direito Marco Polo del Nero, que não foi citado. Todos os cartolas presos podem ser extraditados para os Estados Unidos. Esse processo, no entanto, não é rápido e pode levar até dois anos.



Em documento divulgado na imprensa, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou ainda que alguns membros acusados aceitaram ajudar nas investigações e admitiram culpa em parte do processo de propina. Um deles foi o empresário J. Hawilla, da Traffic, que fez acordo para devolver R$ 476 milhões. Vale lembrar que os cartolas sul-americanos da Fifa estão sendo acusados de benefícios próprios e de enriquecimento ilícito em esquemas fraudulentos na organização do futebol.

"A maioria dos esquemas alegados na acusação diz respeito à solicitação e recebimento de subornos e propinas por autoridades do futebol, de executivos de marketing esportivo em conexão com a comercialização dos meios de comunicação e direitos de marketing associadas com várias partidas e torneios de futebol, incluindo eliminatórias da Copa do Mundo da Fifa em região da Concacaf, organizado conjuntamente com a Conmebol, como Copa América, Libertadores e até Copa do Brasil, que é organizado pela Confederação Brasileira de Futebol", informa o documento.

"Outros alegados regimes dizem respeito ao pagamento e recebimento de subornos e propinas em conexão com o patrocínio da CBF por uma grande empresa esportiva dos EUA, a seleção do país anfitrião da Copa do Mundo de 2010 e as eleições presidenciais da Fifa em 2011", completa o Departamento de Justiça dos EUA.

Todos os réus, se condenados, devem restituir os valores envolvidos e sofrerão confisco de bens. Eles também serão multados em US$ 500 mil (R$ 1,4 milhão). Cada réu enfrentará um ano de liberdade condicional. As investigações do governo dos Estados Unidos estão em curso e não acaba nas prisões em Zurique.

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