COPA LIBERTADORES
Com cara e futebol de favorito
Base mantida, reforços pontuais e título da Copa do Brasil impulsionam sonho do bi
postado em 13/02/2015 08:00 / atualizado em 12/02/2015 23:37
Disposto a confirmar o momento de prestígio no futebol nacional, o Atlético vai para sua terceira Copa Libertadores consecutiva mais uma vez com confiança e autoestima elevadas e status de favorito. Apesar disso, a tarefa em 2015 não será das mais fáceis na primeira fase do Grupo 1, um dos mais equilibrados, que tem ainda o chileno Colo Colo, o colombiano Santa Fe e o mexicano Atlas. Cientes do ambiente de pressão, os jogadores sabem que qualquer tropeço pode custar caro, sobretudo em casa.
O otimismo alvinegro se dá principalmente pela solução gradual dos problemas financeiros. Com a entrada definitiva no Refis, o Atlético conseguiu se livrar dos bloqueios das dívidas fiscais e aos poucos vai sanando o atraso em salários e premiações, garantindo maior tranquilidade ao grupo para se concentrar na preparação. Três reforços foram contratados: o volante Danilo Pires e o atacante argentino Lucas Pratto, além do armador colombiano Cárdenas, o último a desembarcar na Cidade do Galo.
O técnico Levir Culpi teve de remontar a estrutura tática do time depois da saída de Diego Tardelli. Sem o atacante, a equipe volta a ter um homem de referência na área, Lucas Pratto, que acrescenta maior poder de finalização e eficiência ao jogo aéreo – o atacante também vai participar de sua terceira Libertadores seguida. Juntamente com os velocistas Luan e Carlos e o armador Dátolo, cabeça pensante, ele forma o quarteto ofensivo que brigará pelo bicampeonato sul-americano. No esquema tático, Cárdenas pode muito bem substituir qualquer um dos quatro e dar mais qualidade ao passe e às finalizações de longe.
Existe certa apreensão da comissão técnica em relação ao desgaste físico nas partidas e viagens. Das 32 equipes da primeira fase, o Galo será a que mais se deslocará para atuar fora de casa: mais de 30 mil quilômetros. Por isso, o clube estuda com cautela a logística, com o objetivo de preservar o grupo.
Para Luan, é difícil saber quem chegará ao título: "Manter a base é um passo importante em termos de entrosamento. Mas grandes equipes participarão da Libertadores, que terá os melhores da Argentina, do México e do Brasil. Se nos prepararmos bem mental e fisicamente, creio que temos muita chance de fazer grandes jogos".
O CRAQUE
Victor
Herói do Atlético na conquista de 2013, o goleiro de 32 anos chega mais maduro e ainda em melhor forma para tentar mais uma conquista de expressão. Com a saída de Ronaldo Gaúcho e Diego Tardelli, ele ganhou maior status e responsabilidade no grupo. Exímio defensor de pênaltis, será um dos líderes na caminhada, ao lado do capitão Leonardo Silva, com a missão de transmitir tranquilidade a jovens como o zagueiro Jemerson, de 22 anos, o armador Dodô e o atacante Carlos, ambos de 19.
O TÉCNICO
Levir Culpi
Aos 61 anos, ele vai participar de sua quarta Libertadores. Em 1992, levou o surpreendente Criciúma às quartas de final, sendo eliminado pelo São Paulo, futuro campeão. Em 1998, comandou o Cruzeiro, que defendia o título, em dois jogos pelas quartas de final e foi eliminado pelo Vasco. No ano passado, dirigiu o Galo no segundo jogo contra o Nacional-COL, mas não evitou a queda do time no Independência, com empate de 1 a 1. Depois do título da Copa do Brasil, em novembro, com campanha épica finalizada em cima do arquirrival Cruzeiro, a meta agora é fazer bonito em mais uma competição internacional e seguir passo a passo na busca pelo bi.
COLO COLO
Em nome do prestígio
Principal força do futebol chileno há duas décadas, o Colo Colo vem aos poucos tentando recuperar o prestígio no futebol sul-americano. Depois de quatro anos de ausência, disputará outra vez a Libertadores, competição que conquistou em 1991, liderado por Jaime Pizarro, Pérez e Herrera. Sob o comando do ex-atacante Héctor Tapia, de 37 anos, que passou sem sucesso pelo Cruzeiro em 2004, os Albos foram campeões nacionais no ano passado. As esperanças estão depositadas no atacante Humberto Suazo, de 33 anos, que retornou ao país natal depois de sete anos no mexicano Monterrey. A equipe tem outras figuras conhecidas, como o goleiro paraguaio Justo Villar, o volante Maldonado (ex-Cruzeiro) e os armadores Fierro (ex-Flamengo) e Beausejour, que esteve na recente Copa do Mundo, em solo brasileiro. Para Tapia, a meta é ir longe na Libertadores: "Temos um grupo espetacular, o que nos obriga a brigar pelo título. Essa é nossa realidade".
INDEPENDIENTE SANTA FE
Mais jovem e ambicioso
Como o Atlético, o Independiente Santa Fe participará pela terceira vez consecutiva da Libertadores. Nas duas edições anteriores, as campanhas foram distintas: os colombianos chegaram às semifinais em 2013 e caíram na primeira fase no ano passado. Desta vez, a equipe promete brigar de igual para igual com Galo, Colo Colo e Atlas pelas duas vagas da chave. O grupo mudou muito em relação à última temporada e rejuvenesceu: a média de idade baixou de 28,7 para 25,3 anos. Um dos mais experientes é o argentino Omar Pérez, de 33 anos, que fez um gol de falta na derrota de 2 a 1 para os atleticanos há um ano, no Independência. À beira do gramado, o clube aposta mais uma vez no também argentino Gustavo Costas, que igualou recentemente um recorde do português José Mourinho: foi campeão nacional em quatro países diferentes: o peruano Alianza em 2003, o paraguaio Cerro Porteño em 2005, o equatoriano Barcelona de Guayaquil em 2012 e o próprio Santa Fe em 2014.
ATLAS
Reforço no cofre e em campo
Dos quatro times do Grupo A, o Atlas é o que tem menor experiência em Libertadores, tendo disputado apenas duas edições: 2000 e 2008. Mas os mexicanos vêm como franco-atiradores e dispostos a surpreender. A meta, de início, é chegar às quartas de final, como há oito anos. Com a aquisição do clube, em 2013, pelo Grupo Salinas (empresas do ramo de comunicação e do setor financeiro), os investimentos se multiplicaram. Não por acaso, a principal contratação para a competição continental foi a do zagueiro argentino Walter Kannemann, de 23 anos, campeão em 2014 pelo San Lorenzo. O jogador era alvo do interesse de gigantes europeus, como Real Madrid e Manchester United. Além dele, há outras apostas, como o armador chileno Rodrigo Millar e o atacante Carlos Ochoa, ex-Monterrey. O técnico Tomás Boy Espinosa, de 62 anos, foi o camisa 10 do México na Copa do Mundo de 1986, disputada no país.
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