A Justiça condenou Luiz Eduardo Baptista, dirigente do Flamengo, a pagar R$ 80 mil a Abel Braga, ex-treinador do clube, por danos morais. A decisão se deu em segunda estância.
Em março do ano passado, Bap, como é conhecido, havia sido condenado a pagar R$ 50 mil. Agora, em sentença publicada pela 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, o valor aumentou. Ele ainda pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.
O processo movido por Abel Braga foi por danos morais em decorrência de ofensa por parte do dirigente. Em junho de 2020, ao blog "Ser Flamengo", Bap disse que Abel parecia "bêbado" ou "drogado" quando dava entrevistas.
- Houve um momento em que a gente achava, e a gente discutia internamente entre a gente, que ele devia estar de sacanagem. A gente olhava ele dando entrevista e falava: "Cara, tem alguma coisa que a gente não está entendendo. Ou ele bebeu ou ele está drogado. Não é possível que ele esteja falando o que está falando" - disse Luiz Eduardo Baptista, à ocasião.
Dirigente chegou a se retratar
À época da declaração que resultou no processo, Luiz Eduardo Baptista usou o site oficial do clube para se retratar. Bap disse que Abel Braga era "merecedor de respeito e admiração" e classificou a fala como "colocação infeliz".
- Reconheço que fiz ali uma colocação infeliz, que não condiz com a realidade, nem com a minha opinião pessoal sobre ele, até mesmo porque ninguém em sã consciência poderia, de fato, acreditar que o técnico Abel seria bêbado ou drogado. Minha intenção em momento algum foi ofender o técnico Abel, mas apenas falar sobre a divergência de visões que tivemos em determinado momento sobre o que seria melhor para o futebol do Flamengo - escreveu.
A decisão da segunda instância destacou que a retratação "não afasta o ilícito cometido" e que "não torna descabida a pretensão de indenização por danos morais".