Segundo apurou o Superesportes, a família do profissional do Flamengo entrou na Justiça nesta quarta-feira (17) para garantir o custeio de uma nova etapa do tratamento por parte do plano de saúde contratado, que anteriormente não tinha autorizado o procedimento.
O advogado da família de Denir, Vinicius Felix, ingressou com uma ação judicial com pedido de urgência para tentar obrigar a Unimed a fornecer um medicamento específico e assim permitir que o tratamento tenha sequência.
Após três ciclos de quimioterapia e radioterapia, Denir agora precisa de um tratamento avaliado em mais de R$ 70 mil, que consiste em quatro aplicações com medicamento. Cada uma dessas aplicações custa R$ 18.287,60 e precisa ser feita num intervalo de 21 dias. A família alega não ter a quantia.
A equipe médica responsável pelo caso solicitou o custeio à Unimed, plano de saúde contratado pelo profissional do Flamengo, mas não houve autorização do pagamento. O Superesportes teve acesso à justificativa do convênio, que diz que um dos medicamentos da fórmula, chamado AVAStin, “não possui indicação em bula para neoplasia [tumor] de sistema nervoso central”.
A Unimed foi procurada para dar mais esclarecimentos e o texto será atualizado assim que isso acontecer.
A vida de Denir durante o tratamento
No início do tratamento, Adenir reagiu bem às sessões de quimioterapia. A esposa Lenir, responsável por cuidar dele, diz que o marido chegou a capinar o quintal após sessões de quimio e estava conseguindo viver bem, mesmo passando por etapas agressivas do tratamento. Veja abaixo vídeo de setembro de 2022:
No entanto, as condições de saúde pioraram após o terceiro ciclo.
O massagista não consegue mais andar e precisa do auxílio de cadeiras de rodas. Conhecido por ser falante no dia a dia, ele se comunica muito pouco e também tem dificuldades de pronunciar algumas palavras. A parte da manhã é o momento em que interage mais. Os remédios que o massagista precisa tomar ao longo do dia acabam causando um efeito de insensibilidade.
O novo tratamento proposto pela equipe médica de Denir, que envolve o remédio AVAStin, visa diminuir os sintomas que Denir apresenta, como alterações de fala, comportamento e movimentos.
Flamengo mantém pagamentos para Denir
Denir se preparava para trabalhar num clássico entre Flamengo e Botafogo no ano passado quando começou a ter sintomas que chamaram a atenção do departamento médico do clube. Ele foi submetido a exames e logo depois foi constatado o tumor cerebral.
O profissional foi afastado do trabalho diário, mas segue como funcionário ativo e recebe integralmente o salário e benefícios, como o plano de saúde.
O Flamengo disponibiliza motorista para deslocamentos em consultas, exames ou compromissos do dia a dia e o chefe do departamento médico do clube rubro-negro, Marcio Tannure, fica em constante comunicação com a equipe médica responsável por Denir, diz a família.
Mortes de Roberto Dinamite e Pelé abalaram Denir
Com mais de 40 anos no futebol, Adenir Silva viu e conviveu com grandes ídolos do futebol brasileiro. Na primeira internação do massagista para a operação de retirada do tumor, ele recebeu uma visita especial: Roberto Dinamite. Na época, o maior ídolo do Vasco estava internado para o tratamento de um câncer de intestino e foi até o quarto do massagista.
No dia 8 de janeiro de 2023, Roberto Dinamite morreu em decorrência da doença, o que deixou Denir muito abalado. Antes da morte do ídolo vascaíno, Adenir já havia sofrido com a morte de Pelé, em 29 de dezembro de 2022, por causa de um câncer de cólon. A família do massagista conta que as duas mortes sensibilizaram o profissional do Flamengo.