Com o resultado do jogo deste domingo, a definição do campeão nacional ficou para a próxima quinta-feira, quando o Inter receberá o Corinthians, no Beira-Rio, e o Flamengo terá pela frente o São Paulo, no Morumbi.
O caráter decisivo do jogo fez com que a torcida do Flamengo ignorasse a pandemia e fosse em grande número para os arredores do estádio. Antes do duelo, mais de mil deles se aglomeraram do lado de fora do Maracanã para recepcionar o ônibus com a delegação rubro-negra. A festa era de um dia de jogo normal. Sobraram bandeiras e cânticos, faltaram máscaras.
Em campo, mais do que colocar frente a frente os dois melhores times do campeonato, o duelo deste domingo foi uma espécie de tira-teima. No primeiro turno, o confronto entre cariocas e gaúchos no Beira-Rio terminou com um empate naquele que foi considerado o melhor jogo do Brasileirão. É verdade que os estilos de jogo mudaram muito daquela partida para essa - os dois times mudaram de treinador ao mesmo tempo -, mas o equilíbrio nos números se manteve.
E tanto Flamengo quanto Inter jogaram da forma como se esperava. Enquanto o time rubro-negro apostava em povoar o campo de ataque e se escorar nas investidas insinuantes de Gabriel Barbosa e Everton Ribeiro, a equipe gaúcha se protegia com segurança em sua defesa à espera do erro adversário.
O vacilo veio logo aos 10. Yuri Alberto recebeu dentro da área e foi puxado por Gustavo Henrique, o zagueiro escalado de última hora pra suprir a ausência do lesionado Willian Arão. Raphael Claus nem precisou do VAR para assinalar o pênalti, convertido por Edenilson.
O gol, contudo, não chegou a abalar o Flamengo. O time se manteve com mais volume de jogo e pressionando no campo de ataque. E essa insistência, somada ao único erro de posicionamento defensivo do Inter no primeiro tempo, resultou no gol de empate. Aos 28, Bruno Henrique avançou área adentro pela esquerda e zaga colorada não viu a chegada de Arrascaeta, que chutou cruzado.
A "decisão" ficaria ainda mais favorável ao Flamengo logo aos três minutos do segundo tempo. Rodinei, o lateral que custou R$ 1 milhão em multa contratual para entrar em campo, atingiu Filipe Luís em uma dividida e foi expulso - dessa vez, com intervenção do VAR.
O lance fez o técnico Rogério Ceni ousar. Ele tirou Isla da lateral direita para colocar Pedro no ataque. Abel fez caminho inverso: sacou Praxedes, um meia mais ofensivo, para recompor o lado direito com Heitor.
Mais do que deixar o Flamengo com um a mais, a saída de Rodinei atrapalhou os planos de Abel, que tinha no lateral o marcador implacável de Bruno Henrique. E foi novamente ele quem construiu a jogada da virada, que culminou com gol de Gabriel após assistência de Arrascaeta.
Gabigol marcou o gol da vitória do Flamengo sobre o Internacional - Foto: Maarcelo Cortes / Flamengo
A vantagem numérica no placar e entre os jogadores no campo foi suficiente para o Flamengo levar a vitória até o fim. O time, inclusive, teve mais chances de ampliar. Nos acréscimos, Pedro teve um gol anulado e Bruno Henrique perdeu outro com o gol vazio. A rede não balançou mais. Para o Flamengo, nem precisava.
FLAMENGO 2 X 1 INTERNACIONAL
FLAMENGO - Hugo; Isla (Pedro), Gustavo Henrique, Rodrigo Caio (Natan) e Filipe Luís; Diego (João Gomes), Gerson, Everton Ribeiro, Arrascaeta e Bruno Henrique; Gabriel Barbosa (João Lucas). Técnico: Rogério Ceni
INTERNACIONAL - Marcelo Lomba; Rodinei, Lucas Ribeiro, Zé Gabriel e Moisés; Rodrigo Dourado (Johnny), Edenilson, Praxedes (Heitor), Patrick (Maurício) e Caio Vidal (Thiago Galhardo); Yuri Alberto (Peglow). Técnico: Abel Braga.
GOLS - Edenilson, aos 11, e Arrascaeta, aos 28 minutos do primeiro tempo; Gabriel Barbosa, aos 18 minutos do segundo tempo
CARTÕES AMARELOS - Diego, João Gomes, Natan, Pedro (Flamengo).
CARTÃO VERMELHO - Rodinei (Internacional).
ÁRBITRO - Raphael Claus (Fifa/SP).
LOCAL - Maracanã, no Rio (RJ).