Terceiro colocado, o Flamengo fica a dois pontos do líder São Paulo (44 a 42) e segue sonhando com o bicampeonato. O Botafogo chega aos 10 jogos sem vitórias e, com 20 pontos, vê a queda cada vez mais perto.
O duelo do Engenhão teve uma polêmica antes de a bola rolar. Entre as faixas espalhadas pelos torcedores, uma com possível provocação ao Flamengo, dizendo "Aqui prezamos pelas vidas", quase impede a realização do jogo. O visitante ameaçou ir à Justiça por possível alusão aos 10 jovens que morreram em incêndio no Ninho do Urubu, no ano passado. Os dirigentes botafoguenses justificaram que era uma referência à luta contra a covid-19. A faixa chegou a ser retirada das arquibancadas, mas voltou momentos antes de a bola rolar.
Polêmica à parte, os times pisaram no gramado do Engenhão sob pressão e necessitando da vitória a todo custo. Um para iniciar fuga da zona de rebaixamento e outro para apagar a má impressão das eliminações na Copa do Brasil e na Libertadores.
Com apenas 20 segundos, o goleiro Diego Alves já teve de trabalhar. Espalmou a bomba de Pedro Raul. O Botafogo chegou com perigo de cara, num ataque que seria raro na etapa. Depois do cartão de apresentação, o mandante apenas se defenderia na primeira etapa.
A resposta do Flamengo demorou 13 minutos, e veio com duas chances de Bruno Henrique. Primeiro bateu nas mãos de Diego Cavalieri. No minuto seguinte, Arrascaeta lançou do meio-campo, o atacante bateu e a bola raspou a trave. Benevenuto desviou.
Virou ataque contra defesa. Jogo em apenas um lado do campo, mas sem lances de perigo para Diego Cavalieri. O Botafogo ainda teve um contragolpe antes do apito final, sem sucesso.
Para quem está afundado entre os piores, a postura botafoguense foi preocupante para seus torcedores. Totalmente defensivo diante de um time com ataque forte. A estratégia adotada nos 45 primeiros minutos serviria para a soma de um ponto se não houvesse falha. E foi o que aconteceu no começo da fase final. Marcinho saiu jogando errado e a bola sobrou para Gerson, que serviu Éverton Ribeiro: 1 a 0 para quem mais buscava o gol.
Apenas depois de sair atrás do placar, o Botafogo resolveu jogar Pedro Raul, até então sozinho entre quatro marcadores, ganhou companhia de Matheus Babi e Kalou. E, no primeiro lance, quase Babi empata.
O Botafogo reforçou o ataque. Porém, quem mais criava era o Flamengo. A situação que estava difícil aos mandantes, tinha tudo para piorar com a expulsão de Victor Luís. Perdeu a bola e aplicou carrinho violento.
Mas uma escapada aos 43 resgatou as esperanças botafoguenses. Lucas Campos foi puxado por Gustavo Henrique. Falta quase na risca da área e expulsão do zagueiro. Kalou ajeitou com carinho. E bateu forte. Diego Alves salvou o Flamengo de levar o empate.
O Botafogo não aproveitou a chance preciosa, somou mais uma derrota, segue agonizando entre os piores e tem nada menos que o líder São Paulo pela frente em seu próximo compromisso, na quarta-feira. O desespero aumenta no penúltimo colocado.
Do outro lado, o Flamengo respira aliviado e mostra que está na briga pelo título. Com a segunda vitória sob o comando de Ceni no Brasileirão, sobe para os 42 minutos, dois a menos do que o líder.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 0 X 1 FLAMENGO
BOTAFOGO - Diego Cavalieri; Marcinho (Barrandegui), Marcelo Benevenuto, Rafael Foster e Victor Luís; José Wellison (Matheus Babi), Caio Alexandre (Luiz Otávio), Honda e Bruno Nazário (Lucas Campos); Rhuan (Kalou) e Técnico: Felipe Lucena (interino).
FLAMENGO - Diego Alves; Isla, Rodrigo Caio, Gustavo Henrique e Filipe Luís; William Arão, Gerson, Éverton Ribeiro (Michael) e Arrascaeta; Bruno Henrique (Vitinho) e Pedro (Rodrigo Muniz). Técnico: Rogério Ceni.
GOL - Éverton Ribeiro, aos 11 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Rhuan (Botafogo) e Éverton Ribeiro (Flamengo)
CARTÃO VERMELHO - Victor Luís (Botafogo) e Gustavo Henrique (Flamengo)
ÁRBITRO - Anderson Daronco (RS).
RENDA E PÚBLICO - Jogo disputado com portões fechados.
LOCAL - Engenhão, no Rio (RJ).