Os valores foram apresentados pela procuradora Danielle Cramer, do MPT-RJ. Ela é integrante da Câmara de Conciliação criada para tratar do tema. "A quem faleceu, buscamos (indenização por) danos morais e também pensão mensal até (que as vítimas fizessem) 45 anos. A intenção do clube era de no máximo dez anos um salário mínimo por mês", afirmou a procuradora.
"Na soma ficava em torno de R$ 300 mil a R$ 400 mil do Flamengo. A proposta da Câmara era de R$ 2 milhões e R$ 10 mil mensais até 45 anos. Tratamos de forma diferente as vítimas fatais, hospitalizadas com sequelas, as que por ventura não vão ter mais sequelas, aquelas que sofreram meramente danos morais. Os outros valores eram menores.
No início da noite de terça, quando foi informado que as partes não haviam chegado a um acordo, o Flamengo divulgou nota em que dizia que "teve o cuidado de oferecer valores maiores dos que estão sendo estipulados em casos similares, como, por exemplo, o incêndio da boate Kiss, ocorrido em 2013".
Nesta quarta-feira, a procuradora rebateu. "É uma situação absolutamente diferente. No Flamengo eram todos menores de idade, estavam alojados e eles prometeram às famílias cuidar de todos esses garotos. Na Boate Kiss, estavam em busca de entretenimento, era totalmente diferente", considerou.
"Agora vamos passar para caminhos judiciais. O Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público e a Defensoria vão propor ações cabíveis para indenizações. Podem ser ações coletivas, mas aquelas famílias que não quiserem aderir podem procurar advogados particulares ou até a Defensoria, que se dispôs a ajudar."
A reportagem pediu posicionamento do Flamengo, que ainda não se pronunciou..