O presidente do Fla, Eduardo Bandeira de Mello, o CEO do clube, Bruno Spindel, e o vice de futebol Ricardo Lomba falaram sobre a negociação e também aproveitaram a oportunidade para rebater as críticas que a atual gestão vem recebendo por ter negociado o atleta por um valor inferior ao da multa contratual de 50 milhões de euros (cerca de R$ 214 milhões, pela cotação atual).
Apesar do acordo entre as partes contar com uma cláusula de confidencialidade para manter estas quantias em sigilo até o atleta ser oficializado como novo reforço do Milan, o meia flamenguista foi contratado por 35 milhões de euros (aproximadamente R$ 168 milhões) e assinará um contrato de cinco anos. Pelo compromisso, ele receberia ainda um salário anual de 1,5 milhão de euros (algo de torno de R$ 6,4 milhões), de acordo com informações divulgadas na semana passada pela imprensa italiana.
"Vamos tentar esclarecer tudo de nebuloso na negociação do Paquetá. Temos um acordo de confidencialidade com o Milan. Mas sem entrar em números, vamos falar sobre tudo. Até porque em período eleitoral isso está sendo questionado de forma maliciosa", afirmou Bandeira de Mello, que na semana passada já havia rebatido críticas da oposição do clube, motivadas pela negociação de Paquetá com o clube italiano.
Sentando ao lado do presidente na coletiva de imprensa desta quarta, Ricardo Lomba também lamentou o fato de não poder falar abertamente dos números desta transação com o Milan, mas garantiu que o Flamengo está revelando tudo o que pode neste processo e agindo de forma honesta.
"O ideal seria falar absolutamente tudo, do modo mais transparente possível.
Sonho europeu
Bandeira de Mello também fez questão de enfatizar que o clube se esforçou para tentar segurar Paquetá, mas que a vontade do próprio jogador em atuar pelo Milan a partir do próximo ano pesou para que a negociação fosse acertada. "Sempre tentamos prorrogar o contrato dele. Era nosso objetivo dar um aumento substancial e aumentar o valor da multa (rescisória). Mas o jogador tem o sonho de jogar na Europa. E temos que entender isso", destacou.
O dirigente destacou ainda que vê como uma injustiça o fato de a atual diretoria sofrer críticas por ter aceitado negociar o atleta por um valor inferior ao da multa contratual. "Se vocês forem apurar todas as transações de jogadores do futebol feitas, não só pelo Flamengo mas também no mundo, vocês vão encontrar pouquíssimas transações em que o outro clube paga o valor da multa.
E a negociação com um clube europeu, fechada já agora em outubro pelo Flamengo, foi defendida pela diretoria rubro-negra também com o fato de que permitirá ao clube buscar, com um bom período de tempo para isso, a contratação de uma peça de reposição à altura do futebol de Paquetá, grande promessa de 21 anos de idade. "A maior preocupação é que ele não saísse no meio do ano. Vai sair por um valor próximo da multa, sem prejudicar 2018 ou o ano de 2019, saindo no meio do ano, quando é sempre uma transação muito complicada. Dá para fazer um planejamento de reposição", destacou Ricardo Lomba.
O mesmo discurso foi endossado por Bruno Spindel, que enfatizou nesta quarta-feira: "A ideia foi em cima do benefício esportivo para que ele ficasse até o final do ano. E o fato de fazer a transação em outubro dá ao Flamengo cerca de três meses para planejar o elenco de 2019. Tiramos o risco de o jogador sair de forma inesperada e sem que o Flamengo pudesse repor"..