Pedro Lourenço tenta intermediar relação conturbada entre Cruzeiro e Mineirão
Principal investidor do Cruzeiro nos últimos anos, o empresário Pedro Lourenço tenta reaproximar o clube do Mineirão. Na tarde desta quinta-feira (30), o dono da rede Supermercados BH se reuniu com Samuel Lloyd, diretor comercial da Minas Arena, para uma conversa inicial sobre a volta da Raposa ao estádio.
O Superesportes apurou que Pedrinho, como é carinhosamente chamado pelos cruzeirenses, tenta mediar a relação entre as duas partes, que hoje está bastante desgastada.
No encontro com Pedro, o diretor da Minas Arena apresentou relatórios de custos operacionais para o Cruzeiro utilizar o Gigante da Pampulha, tendo como base os números expressivos de torcedores na Série B do Brasileiro no ano passado.
Lourenço já deixou claro o desejo de ver o Cruzeiro de volta ao Mineirão ainda nesta temporada. Antes de fazer o investimento de R$ 100 milhões na Sociedade Anônima do Futebol (SAF) celeste, no início de março, o empresário revelou a Ronaldo Fenômeno sua vontade.
Pedro Lourenço e Samuel Lloyd se encontraram no escritório do Supermercados BH
À época, a reportagem apurou que o ex-patrocinador máster do Cruzeiro entende que a relação entre o clube e o principal estádio do estado prejudica o torcedor, sobretudo os sócios que contribuem mensalmente.
O encontro entre Pedro BH e Samuel Lloyd foi divulgado inicialmente pela Rádio 98.
Rompimento do Cruzeiro com o Mineirão
A relação do Cruzeiro com a Minas Arena está rompida desde janeiro deste ano, quando Ronaldo anunciou que a Raposa não mandaria nenhum jogo no estádio em 2023. Desde então, o clube celeste fez um acordo com o América e adotou o Independência como casa.
"Esse ano damos como rompida nossa relação com a Minas Arena. Não jogaremos nenhum jogo no Mineirão neste ano. Eu acho que é um problema importante que o Governo de Minas Gerais precisará resolver", disse o Fenômeno.
Para explicar o atrito, o empresário afirmou que a concessionária que administra o estádio sempre apresentou condições horríveis para o Cruzeiro. "A Minas Arena tem um contrato muito confortável com o governo, em que eles têm todas as armas nas mãos para fazer boas negociações para eles e nunca boa para gente", disse.
Dívida do Cruzeiro com a Minas Arena
Segundo exposto na lista de credores detalhada no plano de Recuperação Judicial, o Cruzeiro tem passivo geral de R$ 209,5 milhões em créditos quirografários - aqueles sem preferência na fila de pagamento. Desse montante, R$ 13.902.429,32 são referentes à dívida com a Minas Arena.
Essa é a quinta maior pendência do clube mineiro dentro da categoria.