Pepa em partida pelo Paços de Ferreira, de Portugal
Novo técnico do Cruzeiro, Pepa falou sobre as preferências táticas no podcast brasileiro Footure, especializado no debate aprofundado e científico do futebol.
Em bate-papo de quase uma hora com Eduardo Dias e Gabriel Corrêa, o português de 42 anos detalhou como gosta de ver sua equipe atacar e defender e frisou a importância de um volante de visão de jogo à frente do sistema defensivo.
Em bate-papo de quase uma hora com Eduardo Dias e Gabriel Corrêa, o português de 42 anos detalhou como gosta de ver sua equipe atacar e defender e frisou a importância de um volante de visão de jogo à frente do sistema defensivo.
Confira os principais trechos da entrevista:
Sistema defensivo
Pepa estabeleceu dois modelos de marcação: um no 4-3-3, com um dos meio-campistas um pouco mais recuado, e outro no 4-4-2, com duas linhas de quatro e dois atacantes na frente.
“Com duas linhas de quatro dependerá da capacidade física e da inteligência dos dois homens da frente. Se tivermos dois jogadores inteligentes e com capacidade aeróbica, poderá ser uma forma de defender. Qualquer uma das duas me sinto mais confortável”.
Pontas ajudam os laterais?
Pepa não é do técnico que pede aos extremos para serem “secretários de laterais”. Segundo ele, a obrigação inicial de ajudar na cobertura é do meio-campista que se posicionar um pouco mais para o lado direito ou esquerdo, considerando o time no 4-3-3.
Eventualmente, segundo o treinador, “pode acontecer de o extremo voltar para ajudar” em razão da dinâmica do jogo e do que o adversário apresentar como proposta.
Goleiro precisa saber jogar com os pés
Rafael Cabral será mais acionado do que nunca na saída de bola do Cruzeiro, pois Pepa enxerga o goleiro como peça importante para abrir espaços especialmente nas laterais.
“Os guarda-redes estão muito evoluídos no jogo de pés. Eles podem ajudar nessa situação. Quando estamos com o guarda-redes encaixado, um pouco atrás dos centrais, podemos garantir uma largura máxima e projetar os laterais”.
Não é adepto ao camisa 10 “clássico”
Pepa explicou que prefere dois meias que se posicionam nas entrelinhas em vez de um camisa 10 “clássico”.
“Gosto mais dessa forma porque confunde mais o adversário. Em vez de ter um 10 garantido, coloco dois que aparecem, às vezes, nas entrelinhas. Se o médio esquerdo está abaixo, o médio direito sobe. Se o médio direito está abaixo, o esquerdo sobe”.
Rotatividade de posições
O time de Pepa terá laterais, pontas e meias (direita e esquerda) fazendo uma espécie de triângulo nas beiradas do campo. Já o meia central, os zagueiros e os centroavantes terão uma posição mais fixa, sem grandes variações.
Extremos em lados opostos ao pé dominante
Pepa gosta que o ponta-direita seja canhoto e o ponta-esquerda seja destro, facilitando uma jogada em que o atleta corta de fora para dentro em busca de uma finalização.
Leitura de jogo do “camisa 5”
No Brasil, o volante costuma vestir a camisa 5 em uma equipe sem numeração fixa. Na Europa, o número utilizado é o 6. Independentemente da identificação, Pepa entende que esse atleta precisa ter “leitura de jogo”. “Mais do que correr muito, é correr bem e certo”.
Assista à entrevista de Pepa ao Footure
Quando Pepa estreará no Cruzeiro?
Eliminado na semifinal do Campeonato Mineiro, o Cruzeiro volta a atuar na semana do dia 12 de abril, pela terceira fase da Copa do Brasil. Ainda não há data, horário ou adversário definido. A partida marcará a estreia de Pepa à frente da equipe.
No torneio do qual é o maior campeão, com seis títulos, o time celeste pode enfrentar CRB, CSA, Náutico, Remo, Tombense, Brasil de Pelotas, Paysandu, Ituano, Botafogo-SP, Volta Redonda, Ypiranga, Nova Iguaçu, Maringá, Águia de Marabá, Sport ou ABC.
Depois, o Cruzeiro encara o Corinthians em 15, 16 ou 17 de abril, também sem horário definido, no Campeonato Brasileiro. Os times medem forças na Neo Química Arena, em São Paulo, pela primeira rodada da competição.
O Cruzeiro será o oitavo clube da carreira de Pepa, que, em Portugal, dirigiu Sanjoanense, Feirense, Moreirense, Tondela, Paços de Ferreira e Vitória de Guimarães, além de uma experiência no Al-Tai, da Arábia Saudita.
O Cruzeiro será o oitavo clube da carreira de Pepa, que, em Portugal, dirigiu Sanjoanense, Feirense, Moreirense, Tondela, Paços de Ferreira e Vitória de Guimarães, além de uma experiência no Al-Tai, da Arábia Saudita.
Pedro Miguel Marques da Costa Filipe também foi jogador profissional, sendo revelado na base do Benfica e com passagem de maior destaque pelo Varzim Sport Club (10 gols em 51 partidas). Ele se aposentou aos 26 anos, em 2007, devido a várias lesões no joelho.