O Cruzeiro precisa vencer o América por três gols de diferença para se classificar à decisão do Campeonato Mineiro. As equipes se enfrentam neste domingo (19/3), às 18h, no Independência, pelo jogo de volta da semifinal. Algumas viradas podem servir de inspiração para o desafio diante do Coelho, vazado seis vezes em nove partidas no estadual.
Entre as décadas de 1980 e 1990, o Cruzeiro se consolidou como um dos principais clubes da Supercopa Libertadores, disputada em sistema de mata-mata pelos campeões da principal competição do continente. Foram dois títulos, em 1991 e 1992, e dois vices, em 1988 e 1996.
A trajetória da Raposa na Supercopa ficou notabilizada por viradas importantes. Na edição de 1989, o time perdeu o jogo de ida das oitavas de final para o Olimpia, do Paraguai, por 2 a 0. Na volta, venceu por 3 a 0, no Mineirão - gols de Chamas (contra), Édson e Careca. Nas quartas, acabou eliminado pelo Argentinos Juniors.
Em 1991, o Cruzeiro passou por Colo-Colo (Chile), Nacional (Uruguai), Olimpia e encarou o River Plate, da Argentina, na decisão. No primeiro duelo, o adversário ganhou por 2 a 0, em Buenos Aires. No segundo, o clube mineiro recebeu o apoio de mais de 67 mil torcedores, fez 3 a 0 - gols de Ademir e Mário Tilico (2) - e conquistou o primeiro troféu do torneio.
Na Copa do Brasil, da qual é o maior campeão, com seis títulos, o Cruzeiro também protagonizou reviravoltas históricas: bateu o Palmeiras em 1996, por 2 a 1, fora de casa; e o São Paulo em 2000, também por 2 a 1, no Mineirão, com direito a gol de Geovanni aos 44 minutos do segundo tempo. Os jogos de ida das finais ficaram empatados: 1 a 1 com o Verdão e 0 a 0 com o Tricolor.
Em 2002, o Cruzeiro jogou o Supercampeonato Mineiro, já que o estadual contou apenas com clubes do interior, enquanto as equipes da capital e o Mamoré, de Patos de Minas, participaram da Copa Sul-Minas contra adversários do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Após o fim da Sul-Minas, que teve o Cruzeiro como campeão, deu-se início ao Supercampeonato Mineiro, com a Caldense, ganhadora do estadual, juntando-se ao certame. O torneio ocorreu em turno único, pontos corridos e com quatro jogos para cada um dos cinco times.
Derrotado pelo América na estreia (1 a 0), o time celeste venceu Mamoré (2 a 1) e Atlético (1 a 0), chegando à última rodada dependendo de uma vitória por três gols sobre a Caldense para ser campeão no saldo. O Cruzeiro balançou a rede quatro vezes - Lúcio, Wendel, Joãozinho e Alessandro - e levantou a taça.
Outra virada marcante do Cruzeiro foi na final do Campeonato Mineiro de 2018, contra o Atlético. No primeiro clássico, no Independência, o alvinegro abriu 3 a 0, mas Arrascaeta diminuiu o prejuízo: 3 a 1. O gol foi importante para a reação da Raposa no segundo confronto: vitória por 2 a 0, no Mineirão, gols de Arrascaeta e Thiago Neves.
Em 2023, a situação é complicada para o Cruzeiro, pois o América obteve a segunda melhor campanha na fase classificatória do Mineiro e tem a vantagem de jogar por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols. No primeiro embate da semifinal, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, o Coelho venceu por 2 a 0, gols de Aloísio e Juninho. Quem avançar pega Atlético ou Athletic na decisão.