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Pezzolano desabafa e defende Ronaldo: 'Cruzeiro estaria na Série C'

Após derrota para o América por 2 a 0 na ida da semifinal, técnico uruguaio do Cruzeiro pediu paciência ao torcedor e fez longo desabafo

11/03/2023 19:56 / atualizado em 12/03/2023 13:11
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Paulo Pezzolano durante Cruzeiro 0 x 2 América, pela ida da semifinal do Campeonato Mineiro
foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press

Paulo Pezzolano durante Cruzeiro 0 x 2 América, pela ida da semifinal do Campeonato Mineiro

Técnico do Cruzeiro, o uruguaio Paulo Pezzolano pediu paciência ao torcedor neste sábado (11/3). Após derrota por 2 a 0 para o América em casa, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, pelo jogo de ida da semifinal do Campeonato Mineiro, o treinador fez um longo desabafo, no qual defendeu o ex-jogador Ronaldo - sócio majoritário do clube.

No fim da entrevista coletiva deste sábado, Pezzolano chegou a dizer que, se não fosse pelo atual dono do clube, o Cruzeiro poderia estar na Série C do Campeonato Brasileiro. Em 2023, após conquistar a Série B de 2022, a Raposa disputará a Série A - a partir de 14 de abril.



"Tem que saber, e não podemos esquecer, mas fica muito ruim quando perdemos, porque parece culpa do treinador. Cruzeiro tem um problema muito grande econômico. Eu posso querer o melhor jogador, mas Cruzeiro não pode me trazer, quero o melhor jogador, mas Ronaldo não pode contratar porque tem uma dívida muito grande", iniciou.

"Vou falar uma coisa para o torcedor, e vai ser duro para mim, porque o torcedor vai xingar o Pezzolano, mas quero falar algo do coração. Quero falar algo do coração, gosto de falar do coração. Amo o torcedor do Cruzeiro, me sinto muito identificado com ele, como cobram, tem que cobrar, é uma equipe gigante. Mas não esqueçam que o Cruzeiro está na Série A, e se não chegasse o Ronaldo, Cruzeiro estaria na Série B, ou estaria na Série C, isso não podemos esquecer. Não podemos ter uma memória tão curta", complementou.



Pezzolano também afirmou que o torcedor vai sofrer diante do atual contexto do clube. "Também vamos sofrer, e falamos que vamos sofrer, para sofrer não este ano, para sofrer dois, três anos. Vai sofrer, está bem? Tem que ter coragem para ser treinador do Cruzeiro hoje, tem que ter coragem para ser dono do Cruzeiro hoje, tem que ter coragem para vestir a camisa do Cruzeiro hoje".

"O único que peço, tenham paciência. Porque se não tiver paciência, vai levar muita responsabilidade para dentro de campo, e vai ser ruim o resultado à frente. Sei que é difícil e que tem muita paixão, a paixão você não controla. E podem me cobrar pelo que estão falando, tem razão, me cobrem, é paixão, nunca vou entender o que falam", seguiu.

"Mas peço de coração, pelo Cruzeiro, não fui torcedor do Cruzeiro, sou uruguaio. Mas cheguei aqui e hoje sou um torcedor mais, eu amo o Cruzeiro, minha família ama o Cruzeiro. Mas se não tem a paciência que tem que ter, Cruzeiro está complicado", completou.

O treinador também não fugiu da responsabilidade e que, se o Cruzeiro está jogando mal, tem culpa.

"Tenham paciência. Equipe está jogando mal, é culpa minha, pronto, sim, a responsabilidade é do Pezzolano. Mas tem que entender o momento ruim do Cruzeiro e o que vai passar para a frente. Estão vivendo como se o Cruzeiro estivesse caindo na Série A, e ainda não começou o Brasileiro, estamos sofrendo coisas que não aconteceram ainda".

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"Eu também sofro, porque quero ganhar, sou o primeiro que quero ganhar. E às vezes sofro, chego em casa e choro, bato na parede, tudo bem. Mas tenho que entender onde estou, tenho que entender o momento do Cruzeiro. E se vocês amam o Cruzeiro, entendam o momento, vai ser ruim para o Cruzeiro", completou, antes de pedir mais apoio ao torcedor.

"Amo muito o torcedor, mas vai ser um momento muito pesado este ano. Espero que entendam, que abracem a equipe, que abracem cada jogador, os jogadores estão fazendo o melhor que podem, dia a dia".

O Cruzeiro só volta a campo para a volta da semifinal contra o Coelho. A partida será disputada no próximo fim de semana, no Independência, em Belo Horizonte, com mando americano.




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