2

'Caso Rodriguinho': relembre dívidas do Cruzeiro pagas por Ronaldo na Fifa

Nos primeiros meses de 2022, gestão de Ronaldo Fenômeno fez acordos para liquidar débitos por Rafael Sobis, Riascos, Arrascaeta e Caicedo

24/02/2023 19:26 / atualizado em 25/02/2023 02:25
compartilhe
Ronaldo Fenômeno pagou dívidas do Cruzeiro na Fifa em 2022
foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Ronaldo Fenômeno pagou dívidas do Cruzeiro na Fifa em 2022


Embora tenha afirmado que a associação civil é a responsável pela dívida por Rodriguinho, a gestão de Ronaldo Fenômeno já resolveu outros imbróglios do Cruzeiro na Fifa. Nos primeiros meses de 2022, o investidor fez acordos para liquidar débitos por quatro jogadores.

Em 24 de janeiro de 2022, o Cruzeiro anunciou acordo com três clubes: Tigres e Mazatlán, do México; e Defensor, do Uruguai. O clube pagou cerca de R$ 23 milhões e encerrou as pendências pelas aquisições de Rafael Sobis (2016), Riascos (2015) e Arrascaeta (2015).

Quase três meses depois, em 11 de abril, foi a vez da Raposa se acertar com o Independiente del Valle, do Equador, pelo zagueiro Kunty Caicedo, que defendeu o clube em 2017. O valor em aberto era de cerca de R$ 13 milhões.

A punição prevista ao Cruzeiro nos casos era o “transfer ban”, que impossibilitava o registro de atletas no Boletim Informativo Diário da CBF. O problema ocorreu no segundo semestre de 2021, quando a equipe disputava a Série B do Brasileiro - terminou em 14º, com 48 pontos.

Após solucionar as dívidas, o Cruzeiro ficou livre para inscrever os contratados na temporada 2022 e formou o elenco que retornou à elite do Campeonato Brasileiro como campeão da Série B, com 78 pontos.

Dívida por Rodriguinho


Terminou nessa quinta-feira (23/2) o prazo de pagamento do Cruzeiro ao Pyramids, do Egito, pela contratação de Rodriguinho, em janeiro de 2019. A Sociedade Anônima do Futebol - da qual Ronaldo é dono de 90% das ações - se posicionou sobre o caso.

Leia a nota abaixo:


"O Cruzeiro EC-SAF esclarece que a dívida junto ao Pyramids, clube do Egito, relativa à compra do jogador Rodriguinho, é de responsabilidade exclusiva do Cruzeiro EC (Associação), sendo que a participação da SAF em eventuais negociações com o clube credor se dá nos estritos termos do suporte financeiro previsto no Acordo de Investimento da SAF, firmado entre a Associação e o Investidor". 

"Com base no Plano de Recuperação Judicial, a SAF estima que o suporte financeiro total à Associação envolverá cerca de R$ 491 milhões, em 12 anos. Valor e prazo ainda podem ser alterados com base nas tratativas e negociações em curso do Cruzeiro EC e seus respectivos credores".

"Ressalta-se que a aprovação das condições de pagamento seguirá as previsões legais da Lei 11.101/05 em Assembleia Geral de Credores, em data a ser definida".

Ronaldo tentou resolver imbróglio


Ronaldo já havia tentado resolver o "caso Rodriguinho" em encontro com Salem Saeed Al Shamsi, presidente do Pyramids. O investidor do Cruzeiro revelou detalhes das conversas ao jornalista Jaeci Carvalho, colunista do Estado de Minas e do Superesportes, durante a Copa do Mundo do Catar.

"A gente tem uma dívida com o Pyramids, do Egito, de US$ 6 milhões que a gestão, não sei qual foi que fez, não pagou. Compraram o Rodriguinho e não pagaram, deixaram essa herança aí para mim. A gente está negociando com ele (presidente do Pyramids) para não chegar um transfer ban", disse, em 29 de novembro de 2022.

Contratação de Rodriguinho


Rodriguinho foi contratado pelo Cruzeiro em janeiro de 2019 num negócio estimado em US$ 7 milhões - R$ 26 milhões na época - diluídos em três anos. A gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá pagou apenas uma espécie de entrada, de R$ 3,85 milhões, no dia 25 daquele mês.

As demais parcelas deveriam ter sido quitadas em novembro de 2019 (US$ 500 mil), fevereiro de 2020 (US$ 500 mil), maio de 2020 (US$ 1 milhão), agosto de 2020 (US$ 500 mil), novembro de 2020 (US$ 500 mil) e a última em janeiro de 2022 (US$ 3 milhões), quando o contrato de Rodriguinho já teria se encerrado.

Na ocasião, o Superesportes obteve acesso a documentos que apontavam que o Cruzeiro se comprometeu a desembolsar, ao longo de 36 meses de contrato, uma fortuna de R$ 53 milhões. 

O valor total incluía aquisição de direitos econômicos (R$ 26,3 milhões), remuneração do jogador ao longo dos 36 meses (R$ 14 milhões), direito de imagem (R$ 9,3 milhões) e comissões de intermediários (R$ 3,4 milhões).
 
O montante poderia ser ainda maior se o Cruzeiro conquistasse, em 2019, 2020 ou 2021, o Campeonato Brasileiro, a Libertadores ou o Mundial de Clubes - ou mesmo se Rodriguinho atuasse em 70% dos jogos nessas competições. O contrato previa bônus de mais R$ 650 mil caso o jogador alcançasse alguma dessas 'metas'.

Rodriguinho, entretanto, jogou pouco pela Raposa, uma vez que lidou com uma lesão crônica na região lombar na segunda metade de 2019. Em 22 partidas, marcou oito gols e deu duas assistências. Em 2020 e 2021, o meia defendeu o Bahia. Desde 2022, ele atua pelo Cuiabá.

Compartilhe