Condenado por injúria e difamação em ação movida por Bruno Vicintin, Itair Machado foi notificado pela Justiça em 16 de novembro e fez o pagamento da multa de R$ 76.567,80. Reportagem publicada pelo Superesportes em 26 de janeiro noticiou que o valor ainda não havia sido quitado até aquela data, pois não havia sido manifestado no processo - até o dia de hoje (6/3), não consta a informação do pagamento nos autos.
O Superesportes procurou insistentemente Itair Machado e seus advogados naquele momento, mas não obteve retorno. O ex-dirigente só comunicou a quitação de débito agora.
Em 18 de janeiro, o advogado que defende Vicintin no caso, Igor Couy, solicitou ao juiz que inserisse o nome de Itair, em caso de não quitação do débito, na dívida ativa do Estado; pediu que fosse registrado protesto contra o ex-dirigente, bem como requestou cadastro para restrição de crédito. Nessa data, o valor já havia sido pago, mas não constava no processo, o que permance inalterado.
Itair foi condenado em junho de 2022 a cinco meses e 10 dias de prisão. Contudo, por ser réu primário e por se tratar de crime de menor potencial, ele teve a pena substituída por multa.
Novo pagamento
Além do valor citado, Itair Machado pagará 20 salários mínimos pela conversão da prisão em multa. Ele ainda não foi intimado para fazer esse depósito à Justiça.
Esse outro pagamento deverá ser feito na data estabelecida pela Justiça sob pena de conversão da multa em restrição de liberdade - nesse caso, pode ser a prisão domiciliar, uma vez que ele foi condenado em regime aberto por ser até então réu primário.
Outro lado
O Superesportes tentou contato em várias ocasiões, em janeiro, com Itair Machado e com o advogado que o defendeu no caso, Fernando Arges.
Em 18 de janeiro, foi enviado e-mail a Arges, que também foi procurado, posteriormente, via ligação telefônica e mensagens de celular, mas ele não se pronunciou.
No dia 24, a reportagem enviou mensagem ao ex-dirigente celeste, mas ele também não respondeu.
Antes da atualização desta matéria, a reportagem havia explicitado: "Caso queiram se manifestar (Itair Machado e seu advogado), o Superesportes atualizará a matéria". Isso foi feito depois da manifestação dos envolvidos.
O Caso
Bruno Vicintin acionou a Justiça por entender que durante a passagem de Itair Machado pelo Cruzeiro, entre 2018 e 2019, o ex-vice-presidente de futebol usou o espaço que tinha na mídia para injuriá-lo e difamá-lo.
"Quando este senhor assumiu um cargo remunerado no Cruzeiro se preocupou em usar o cargo para me difamar e me caluniar, usou o espaço que tinha para mentir sobre mim e com isso ganhar tempo para causar tudo que causou de fato, desembocando em uma péssima gestão, muita coisa sem pé nem cabeça, pura gestão temerária que levou o clube ao caos", argumentou Bruno, em 2020.
Vicintin ocupou o cargo de vice-presidente de futebol do Cruzeiro entre setembro de 2015 e outubro de 2017.
Réu na Justiça
Em novembro de 2020, a Justiça aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra integrantes da antiga diretoria do Cruzeiro, incluindo Itair Machado.
Wagner Pires de Sá, ex-presidente, é acusado de falsidade ideológica, apropriação indébita e formação de organização criminosa.
Já Itair responde por lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsidade ideológica e formação de organização criminosa.
Outro que está na mira da Justiça é Sérgio Nonato, ex-diretor geral do Cruzeiro, acusado pelo Ministério Público de participar de organização criminosa e apropriação indébita.
Segundo o MPMG, o rombo nos cofres do clube na gestão de 2018/2019 foi estimado em R$ 6,5 milhões.