Sócio majoritário da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno afirmou, nesta terça-feira (29), que está negociando diretamente com o Pyramids, do Egito, o pagamento da dívida de US$ 6 milhões (R$ 31,8 milhões) pela contratação do meio-campista Rodriguinho, em 2019. Segundo o empresário, as conversas estão evoluindo bem.
Durante uma live no canal de Youtube do jornalista Jaeci Carvalho, colunista do Estado de Minas e do Superesportes, Ronaldo revelou que conversou pessoalmente com Salem Saeed Al Shamsi, presidente do clube egícipio. Eles se encontraram no hotel onde estão hospedados em Doha, no Catar, país sede da Copa do Mundo.
"A gente tem uma dívida com o Pyramids, do Egito, de US$ 6 milhões que a gestão, não sei qual foi que fez, não pagou. Compraram o Rodriguinho e não pagaram, deixaram essa herança aí para mim. A gente está negociando com ele (presidente do Pyramids) para não chegar um transfer ban", disse.
Ronaldo se mostrou muito confiante de que o Cruzeiro conseguirá pagar o débito com o time egípcio antes da data limite para não sofrer com novas punições da Fifa. A dívida vence em 23 de fevereiro de 2023.
"Vai dar certo e a gente não vai ter mais esse tipo de problema. Mas, vai ser recorrente isso ainda, o clube tem muita dívida e muitos credores", completou.
Na operação para ter Rodriguinho, em janeiro de 2019, o Cruzeiro precisava desembolsar US$ 7 milhões (R$ 26 milhões na época) ao longo de três anos. Porém, a gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá pagou apenas uma espécie de entrada. Depositou R$ 3,85 milhões no dia 25 daquele mês. E foi só.
As demais parcelas deveriam ter sido quitadas em novembro de 2019 (US$ 500 mil), fevereiro de 2020 (US$ 500 mil) e maio de 2020 (US$ 1 milhão). A Raposa ainda precisaria pagar uma parte em agosto de 2020 (US$ 500 mil), outra em novembro de 2020 (US$ 500 mil) e a última em janeiro de 2022 (US$ 3 milhões), quando o contrato de Rodriguinho já teria se encerrado.
Dívida com Rodriguinho
À época, o Superesportes obteve acesso a documentos que apontavam que o Cruzeiro se comprometeu pagar, ao longo de 36 meses de contrato, um montante de R$ 53 milhões.
O valor total - não necessariamente gasto pelo Cruzeiro, uma vez que Rodriguinho rompeu o vínculo e seguiu para o Bahia - inclui aquisição de direitos econômicos (cerca de R$ 26,3 milhões), remuneração do jogador ao longo dos 36 meses (cerca de R$ 14 milhões), direito de imagem (R$ 9,3 milhões), além de comissões de intermediários (R$ 3,4 milhões).
O montante poderia ser ainda maior se o Cruzeiro conquistasse, em 2019, 2020 ou 2021, o Campeonato Brasileiro, a Libertadores ou o Mundial de Clubes - ou mesmo se Rodriguinho atuasse em 70% dos jogos nessas competições, o que não foi o caso. O contrato previa bônus de mais R$ 650 mil caso o jogador alcançasse alguma dessas 'metas'.