Neris não é nome, mas sobrenome. Hueglo dos Santos Neris nasceu em Tucuruí, cidade do interior do Pará com população estimada em pouco mais de 116 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda garoto, o defensor deixou o Norte do país e rumou para o Sul.
A trajetória no futebol ganhou corpo em Santa Catarina, em 2011. Passou anos na base do Camboriú até que, em 2014, teve oportunidades no Brusque, no Avaí e no Barra, também catarinenses. No ano seguinte, foi bem no estadual pelo Metropolitano e chamou a atenção de um grande clube nordestino.
Foi pelo Santa Cruz que Neris se firmou. Em 2015, ajudou o time pernambucano a voltar à elite do futebol brasileiro. Participou de 17 jogos daquela Série B do Brasileiro – 15 deles como titular – e convenceu o clube a mantê-lo no elenco para disputar a Primeira Divisão na temporada seguinte.
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O 2016 de Neris foi de altos e baixos. No primeiro semestre, foi campeão pernambucano e da Copa do Nordeste. No segundo, porém, não conseguiu evitar o rebaixamento do Santa à Série B.
Apesar do insucesso coletivo, o defensor teve bons números naquele ano. Foram 37 partidas disputadas - todas como titular - e um rendimento que chamou a atenção de outras equipes da Série A.
Foi nesse período que o zagueiro ganhou o apelido 'Chuck Neris', em referência a Chuck Norris, lutador de artes marciais e ator que virou 'meme' na internet por conta da força extrema.
O ponto baixo foram as lesões, especialmente na coxa direita, que o afastaram de várias partidas no ano.
Frustração no Inter e no Sport
Em 2017, Neris subiu um degrau. Foi contratado pelo Internacional, que tentava se reorganizar para voltar à Primeira Divisão. Porém, a experiência no futebol gaúcho não foi das melhores.
O novo defensor do Cruzeiro teve pouco espaço com o técnico Antônio Carlos Zago e foi prejudicado por lesão e defasagem física no início da temporada.
Diante da situação adversa, Neris pediu para deixar o Inter em maio, com apenas duas partidas disputadas, para ter mais oportunidades. Assinou com o Sport, mas também pouco jogou. Foi muito prejudicado pelas lesões e deixou o clube no fim do ano com só um jogo.
Em 2018, Neris voltou a jogar. Pelo Paraná, disputou o Estadual, a Copa do Brasil e o início do Brasileirão. Porém, em julho, decidiu deixar o clube para se aventurar na Europa.
Carreira no exterior
Neris foi contratado pelo Boavista, de Portugal. Inicialmente, teve problemas de adaptação, mas logo se firmou como peça importante do time, relata o jornalista português Francisco David Ferreira, da CNN Portugal.
"Ele teve um início algo complicado aqui no Boavista, em termos de adaptação ao futebol europeu... Mas foi um jogador que teve uma evolução tremenda. E tornou-se um zagueiro muito competente", avaliou.
"Penso que ele era um pouquinho lento, mas era bastante agressivo na luta pela bola. Evoluiu bastante, e os torcedores do Boavista acabaram por gostar muito dele. Forte na marcação e no jogo de cabeça, mas limitado tecnicamente", completou.
Foram duas temporadas pelo Boavista, com 62 jogos, dois gols e duas assistências, segundo dados do OGol.
Em 2020, então, foi contratado pelo Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos. Por lá, jogou 27 vezes e marcou três gols até se transferir, no ano seguinte, para o Al Hazm, da Arábia Saudita. Fez 26 partidas pelo clube, que acabou rebaixado para a Segunda Divisão local.
Agora, de volta ao Brasil, assina contrato até 2024 para, quem sabe, repetir no Cruzeiro o sucesso que fez em Portugal.