Cruzeiro já em 1946 com novo uniforme, escudo e cores
Dos grandes clubes brasileiros, talvez o Cruzeiro seja o que tenha vivido transformações mais profundas durante sua história. Uma das mais significativas ocorreu há exatos 80 anos, em 7 de outubro de 1942: o antigo Palestra mudou de nome, cor, escudo e 'espírito'.
O legado italiano, ainda vivo e presente no clube, somou-se a contornos ainda maiores de brasilidade em função da 2ª Guerra Mundial. O nome Cruzeiro, por exemplo, foi escolhido por ser um dos símbolos máximos da República brasileira. Hoje, a Raposa passa por nova transformação, que pretende ser tão exitosa quanto a do passado.
Fundado por italianos que vieram participar da construção da nova capital mineira, Belo Horizonte, no início do século XX, o Palestra Itália surgiu em 1921, mas trocou a denominação em 1942.
Em 31 de agosto daquele ano, o então presidente brasileiro Getúlio Vargas publicou decreto em que declarava guerra contra o Eixo (Itália, Alemanha e Japão).
Muitas medidas foram tomadas para reduzir a influência de italianos, alemães e japoneses no país, como lembra o historiador Rodrigo Caldeira Bagni de Moura, do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG).
"A mudança de nome dos Palestras de São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba aconteceu em decorrência das medidas nacionalizantes adotadas pelo governo Getúlio Vargas, depois da entrada do Brasil na 2ª Guerra", lembra.
Naquele momento, o governo via o esporte como um dos grandes símbolos pátrios. Em função disso, proibiu manifestação de caráter nacional estrangeiro em encontros esportivos, afetando diretamente os Palestras.
"O Conselho Nacional de Desportos, que foi regulamentado em abril de 1941 e era vinculado ao Ministério da Educação e Saúde, decretou que as associações esportivas – clubes ou outras agremiações – só poderiam ser administradas e presididas por brasileiros natos ou naturalizados. O conselho abria exceção apenas a estrangeiros radicados no Brasil há mais de 20 anos. O CND apontava a importância cívica das associações esportivas no decreto-lei n.3.199", destaca Moura.
O decreto citado pelo professor proibiu a presença de muitos estrangeiros nos times. "Nas exibições desportivas públicas de profissionais, nenhum quadro nacional poderá figurar com mais de um jogador estrangeiro", lê-se no artigo 32, que, no parágrafo único, estabeleceu, em casos especiais, até o máximo de três não brasileiros.
Ipiranga ou Cruzeiro?
No fim de setembro de 1942, a diretoria do Palestra Mineiro, que já havia abandonado o primeiro nome, Società Sportiva Palestra Italia, se reuniu em Belo Horizonte para deliberar sobre nova alteração na denominação por causa da guerra. A ideia era homenagear o Brasil, que tão bem recebeu os italianos.
O primeiro nome sugerido foi Ipiranga, riacho que ficou célebre no processo de independência do Brasil. Sob a chefia de Ciro Proni, a Sociedade Esportiva Palestra Mineiro trocaria o nome para Esporte Clube Ipiranga.
Os jornais de época chegaram a noticiar a novidade. "O Palestra mudou de nome. Adotada ontem a denominação de Esporte Clube Ipiranga para o tricolor da capital". Contudo, o nome não havia sido aprovado pelo Conselho Deliberativo.
A fundação em 1921, ainda como Palestra Itália, remete à história da ligação com imigrantes italianos ao Brasil, especialmente a Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Por causa disso, o primeiro uniforme do hoje Cruzeiro tem camisa verde com detalhes vermelhos, calção branco e meiões verdes. O equipamento teve leves alterações, como o escudo bordado na camisa (que por vezes teve somente as iniciais do clube), o formato da gola e os diferentes tons de verde. - foto: Acervo/CruzeiroEm 1940, a primeira grande mudança: grandes faixas horizontais vermelhas na camisa, com o modificado escudo centralizado. No novo escudo, havia a junção de tudo antes experimentado nas outras combinações, com letras e contornos em dourado. - foto: Arquivo/EM/D. A. PressA camisa, contudo, seguiu somente até 1942. Nesse ano, o Governo Federal exigiu a retirada de qualquer menção brasileira à Itália, considerada inimiga na Segunda Guerra Mundial. Com isso, o nome do clube foi alterado, assim como a camisa, que ganhou o tradicional azul acompanhado do branco. Em 1942, o clube foi rebatizado para Cruzeiro Esporte Clube e ganhou o escudo que, até hoje, é seu principal símbolo: as cinco estrelas da constelação cívica do Cruzeiro do Sul. Nos primeiros uniformes, com variações dos detalhes em branco e das golas, o escudo era 'fechado' com um contorno. - foto: Jair Amaral/EM/D. A. PressAinda nesse padrão, em 1950, aconteceu um marco histórico para o Cruzeiro: o lançamento de um segundo uniforme, com a camisa branca. Ela seguia os padrões da camisa principal. Naquele ano, também, o clube começou a usar numeração nos uniformes, uma exigência da Fifa. Nas camisas do Cruzeiro, os números eram brancos ou azuis. - foto: Arquivo/EM/D. A. PressEm 1956, a camisa principal do Cruzeiro passou a ser, novamente, com listras verticais, alternadas entre azul e branco. Réplicas desse modelo foram vendidas pelo Cruzeiro em 2014 e nunca mais reproduzidas em camisas principais, somente de goleiros. - foto: Divulgação/CruzeiroEm 1957, o clube passou a contar com a camisa toda na cor azul, somente com a gola e a ponta das mangas na cor branca. - foto: O Cruzeiro/EM/D. A. PressO ano de 1959 trouxe uma inovação muito aclamada por torcedores até os dias de hoje: as chamadas 'estrelas soltas' no uniforme, sem a borda e o restante do escudo na camisa. - foto: O Cruzeiro/EM/D. A. PressO padrão seguiu até os anos 1980, com mudanças básicas nas golas e com variações do restante do uniforme, com a utilização de calção branco e meiões brancos ou azuis. Com essas combinações, o Cruzeiro viveu sua primeira era de grandes conquistas, nos anos 1960 e 1970. - foto: Arquivo/EM/D. A. PressTime do Cruzeiro campeão da Taça Brasil de 1966 sobre o Santos, de Pelé. O clássico uniforme com camisa azul, estrelas soltas, calção branco e meias brancas. - foto: Arquivo EMCom a camisa totalmente azul e com estrelas brancas, além da Taça Brasil de 1966, o Cruzeiro conquistou a Copa Libertadores de 1976. - foto: Divulgação/CruzeiroO ano de 1984 foi o primeiro que o Cruzeiro teve uma camisa com marcas de patrocinadores. O primeiro foi o próprio fornecedor de material esportivo, a brasileira Topper, que viria a patrocinar o clube nos anos 1990 e 2000. Na primeira aparição, a marca manteve a tradição das últimas décadas: camisa predominantemente azul com estrelas brancas soltas. Os primeiros patrocinadores másters também começaram a aparecer, mas ainda sem um padrão para suas manutenções como visto atualmente. A versão reserva, branca, manteve o mesmo padrão. - foto: Arquivo/EM/D. A. PressA Topper não durou muito e, no fim de 1985, o Cruzeiro já vestia uniformes de outro fornecedor de material esportivo: a alemã Adidas. Com a troca, as tradicionais três listras da Adidas apareceram nas mangas da camisa, sendo a única mudança aparente para os uniformes da Topper. Os patrocinadores másters seguiram sem um padrão, chegando até a ser um espaço vazio da camisa durante maior parte desse período. Mas, em 1988, a primeira empresa internacional ocupou espaço como patrocínio máster: a marca de bebidas Coca-Cola, que tinha a logo estampada na barriga e nas costas, acima do número. Com ela, uma padronização por tempo de exposição passou a ser mais clara, diferentemente dos anos anteriores, que teve vários patrocinadores pontuais por curtos períodos. - foto: Jorge Gontijo/EM/D. A. PressO ano de 1990 marcou a troca da Adidas pela fornecedora brasileira Finta. A nova camisa, ainda com a Coca-Cola como máster, mas sem o fundo vermelho que havia no ano anterior. Nas mangas, as três listras deram lugar a duas. Uma atualização do uniforme aconteceu em 1992. - foto: Arquivo/EM/D. A. PressEm 1992, um novo modelo da Finta foi lançado. As listras nas mangas foram retiradas, botões foram adicionados à gola e estrelas brilhantes também em azul estavam espalhadas por toda camisa. A camisa branca reproduziu o mesmo padrão. O uniforme seguiu até 1995. - foto: Washington Alves/EM/D. A. PressEm 1995, já sem a Coca-Cola, que deixou o clube naquele ano, mas com o suplemento vitamínico Energil C como patrocinador máster, a Finta lançou a nova linha de uniformes do Cruzeiro. A camisa azul seguiu a linha de desenhos geométricos brilhantes ao fundo, mas adicionou detalhes brancos na gola e estrelas azuis e brancas. A camisa branca seguiu o mesmo padrão. O uniforme também foi usado em 1996. Na foto, o time campeão da Copa do Brasil sobre o Palmeiras. - foto: Paulo Pinto/Estadão ConteúdoEm 1995, a Finta teve uma ideia que não agradou muito à torcida: lançou o primeiro terceiro uniforme do Cruzeiro, mas de uma forma inusitada. A fornecedora produziu uma camisa metade branca e metade azul, com os lados espelhados. Ela também foi usada em 1996. Na foto, o uniforma usado pelo atacante Paulinho McLaren. - foto: Reprodução/Twitter Cruzeiro em FotosEm 1997, a fornecedora brasileira Rhumell, inspirada na alemã Hummel, assumiu a confecção dos uniformes do Cruzeiro. A primeira camisa lançada foi predominantemente azul, com detalhes brancos nas golas. Com ela, o Cruzeiro fez boa parte da vitoriosa campanha a Copa Libertadores daquele ano e bateu o recorde de público presente do Mineirão.: 132.834. - foto: Washington Alves/EM/D. A. PressA partir da semifinal da Libertadores de 1997, o Cruzeiro utilizou uma camisa considerada icônica para o torcedor: com grandes estrelas azuis ao fundo da camisa, que tinha detalhes brancos nas mangas e na gola. - foto: Washington Alves/EM/D. A. PressO uniforme reserva lançado e usado a partir da semifinal da Copa Libertadores de 1997, uma camisa branca com detalhes azuis nos ombros e na parte frontal, é outro item visado por colecionadores. Ela foi usada, por exemplo, no jogo de ida da final do campeonato, diante do Sporting Cristal, no Peru. - foto: Paulo Filgueiras/EM/D. A. PressO uniforme especial também foi usado em outros jogos naquele ano, como no Mundial de Clubes, diante do Borussia Dortmund-ALE, no Japão, com sutis adaptações exigidas pela Fifa. - foto: Masahide Tomikoshi/Tomikoshi PhotographyTanto Rhumell quanto Energil C seguiram com o Cruzeiro até metade do Campeonato Brasileiro de 1998. A nova roupagem trazia novamente o predominante azul com uma listra branca na gola. O logo da Conmebol também estava no peito da camisa, sendo considerado o primeiro patch de campeão usado no uniforme cruzeirense. - foto: Arquivo/EM/D. A. PressAinda em 1998, outra versão da camisa principal da Rhumell foi utilizada. Ela tinha confecção semelhante, mas as logos da fornecedora e da Energil C mudaram, além da remoção do símbolo da Conmebol. Na foto, o grande time montado naquela temporada. - foto: Arquivo/EM/D. A. PressNo fim de 1998, a Rhumell deu lugar novamente à Topper. A empresa foi a primeira fornecedora a ter a marca estampada em um uniforme do Cruzeiro ainda na década de 1980. A marca Energil C, do laboratório EMS Sigma Pharma, seguia como patrocinador máster. A camisa da Topper principal manteve até 2000 os padrões da linha anterior da Rhumell: azul, com detalhes brancos nas laterais e na gola. - foto: Arquivo/EM/D. A. PressEm 1999, um novo terceiro uniforme dava indícios do modelo principal do ano seguinte. A Topper lançou uma camisa azul, gola branca, mas com as estrelas 'fechadas', sendo a primeira do clube dessa forma desde os anos 1950, já com o escudo refeito. Além disso, o escudo ficava centralizado, assim como a marca da Topper e, abaixo, a logo da Energil C. - foto: Arquivo/EM/D. A. PressA Energil C deixou o Cruzeiro em 2000, dando fim a uma parceria muito lembrada pelos cruzeirenses devido aos sucessos da década de 1990. A nova linha da Topper nesse ano também abandonou a gola polo e a trocou por uma gola V lisa, ainda com o escudo fechado do Cruzeiro ao lado esquerdo do peito, mas bem maior que o convencional. Naquela temporada, a empresa automotiva italiana Fiat assumiu o posto de patrocinadora máster e estampava nomes de modelos de carros na camisa, a depender do lançamento deles. - foto: Jorge Gontijo/EM/D. A. PressEm 2001, o Cruzeiro seguiu com Topper e Fiat. A Topper lançou uma primeira camisa para a disputa da Copa Libertadores, com detalhes laterais brancos. O uniforme também foi usado em outros jogos, como na campanha do título da Copa Sul-Minas daquele ano. - foto: Marcos Michelin/EM/D. A. PressUma outra camisa principal de 2001, usada principalmente no segundo semestre, manteve a linhagem padrão, com azul predominante, mas gola redonda e não mais em V. Essa linhagem da Topper se manteve até metade de 2002, também com a troca da Grand Prix pela indústria de condutores elétricos Lousano naquele ano. - foto: Marcos Michelin/EM/D. A. PressEm 2002, antes de uma nova troca, foi lançada uma nova terceira camisa do Cruzeiro, com linhas horizontais azul claro e gola branca. - foto: Jorge Gontijo/EM/D. A. PressDe meados de 2002 até o meio de 2003, o Cruzeiro seguiu com a Topper e a Fiat. A nova linhagem tinha as estrelas 'soltas' novamente, com a camisa predominantemente azul. A camisa branca tinha faixa azul na lateral. A única mudança dessa camisa de 2002 para 2003, ano das conquistas de Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, sendo considerada a Tríplice Coroa, foi a forma do número, que deixou de ser arredondada para quadrada. - foto: Auremar de Castro/EM/D. A. PressDa metade de 2003 até o fim daquele ano, marcado pela Tríplice Coroa, a Topper lançou uma nova roupagem. O escudo voltou a ser fechado, agora com as duas taças da Copa Libertadores logo acima dele, e detalhes brancos em gola, manga e laterais. - foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A. PressEm 2004, o Cruzeiro finalmente adotou um lançamento cronológico de uniformes, acompanhando as temporadas que se iniciavam. Naquele ano, a Topper seguiu, mas a empresa alemã relacionada à telefonia Siemens assumiu a vaga da Fiat como patrocinadora máster. A camisa principal era azul, com o símbolo da CBF no peito em alusão ao título brasileiro de 2003 e duas estrelas logo acima, lembrando também a conquista da Taça Brasil em 1966. Foi também o primeiro ano do Cruzeiro com escudo alterado, tendo a tríplice coroa como parte do símbolo. A versão branca acompanhava o padrão da principal. - foto: Marcos Michelin/EM/D. A. PressNesse mesmo ano, no segundo semestre, o Cruzeiro lançou um novo terceiro uniforme. Pela primeira vez, tratava-se de uma camisa com azul diferente do padrão adotado, agora mais claro e, de fato, celeste. - foto: Auremar de Castro/EM/D. A. PressPatrocínios foram mantidos para 2005, e o Cruzeiro apresentou novamente uma camisa com o azul predominante com detalhes brancos no fim das mangas e na gola. A versão branca manteve o mesmo padrão. - foto: Mário Quadros/CruzeiroNa mesma dinâmica que 2004, um terceiro uniforme foi lançado para utilização do meio do ano em diante. Pela primeira vez, as estrelas soltas foram colocadas juntas da coroa, que ficou logo acima da constelação. Além disso, a camisa era no mesmo tom de azul que a principal, mas tinha faixas brancas na lateral e nas omoplatas. O número do uniforme, assim como o nome, eram amarelos, sem o tradicional branco. - foto: Arquivo/EM/D. A. PressEm 2006, a fornecedora alemã Puma chegou ao Cruzeiro. A camisa era azul, tinha o escudo fechado, a logo da Puma centralizada e detalhes em branco na parte superior das costas. No início daquele ano, a Siemens já não era mais parceira. A princípio, após curto período sem patrocínio máster, a empresa estadunidense de tecnologia da informação Xerox assumiu o posto. - foto: Emmanuel Pinheiro/EM/D. A. PressTambém em 2006, assim como nos anos anteriores, o Cruzeiro lançou um uniforme alternativo. Novamente com estrelas soltas e a coroa, a camisa tinha um azul mais escuro, mas com faixa branca em uma manga e laranja em outra. - foto: Rogério Soares/A Tribuna de SantosEm 2007, a parceria Cruzeiro-Puma seguiu, com uma camisa em azul predominante, mas detalhes dourados, como número e a coroa, agora centralizada. As estrelas ficaram soltas na camisa, atendendo a uma recomendação da torcida, após votação pela internet. O uniforme branco manteve o padrão. No meio da temporada, a Xerox deu lugar à Tenda Construtora, empresa de construção civil. - foto: Antônio Carneiro/Futura PressNovamente, um terceiro uniforme foi lançado no segundo semestre daquele ano. A camisa tinha dois tons de azul, com cada metade de uma cor. O escudo usado foi o fechado, com demais detalhes em dourado. - foto: FOTOCOM.NETEm 2008, último ano de confecção da Puma para o Cruzeiro, uma camisa azul com faixas laterais em branco foi lançada. A camisa branca seguia o mesmo modelo, mas com gola polo azul. - foto: Paulo Filgueiras/EM/D. A. PressAinda em 2008, o Cruzeiro teve uma camisa específica para a disputa da Copa Libertadores. Ela tinha o escudo fechado e centralizado, com detalhes em branco e azul claro. O número também era amarelo, assim como o nome. - foto: Renato Weil/EM/D. A. PressEm 2009, o Cruzeiro teve mudança total nos uniformes. A Puma deu lugar à norte-americana Reebok, enquanto a Tenda deixou um espaço vago no início do ano. A camisa principal lançada era simples, com azul predominante e as estrelas soltas e a coroa ao centro. Contudo, uma novidade chegou: número na parte frontal da camisa. A branca tinha o mesmo padrão. Até meados daquele ano, o Cruzeiro fazia propagandas pontuais e do próprio programa de sócios, até fechar com o Banco Bonsucesso até o fim daquele ano. - foto: Renato Weil/EM/D. A. PressApós 2008 não ter um uniforme alternativo, 2009 retomou com essa tradição recente. A nova camisa era novamente 'cortada' com dois tons azuis, agora na horizontal, e tinha o escudo fechado e o símbolo do Palestra Itália. - foto: VIPCOMMO ano de 2010 seguiu com a Reebok, mas o patrocínio máster mudou: o Bonsucesso deu lugar ao Banco BMG, que iniciara uma série de cinco anos seguidos como principal patrocinador do Cruzeiro. A camisa principal manteve a linha simplista da Reebok, com detalhes em branco na gola e número na parte frontal. - foto: Pedro Vilela/Estadão ConteúdoPor causa do ano de Copa do Mundo, o Cruzeiro lançou um terceiro uniforme em homenagem ao Brasil, que tentaria pela segunda vez conquistar o hexacampeonato mundial. A camisa, amarela, tinha detalhes em azul escuro e linhas horizontais no mesmo tom, também com o número na frente. - foto: Paulo Filgueiras/EM/D. A. PressEm 2011, a Reebok ousou, com o escudo fechado e um detalhe em forma de V na parte frontal da camisa principal. - foto: Jorge Gontijo/EM/D. A. PressA camisa reserva de 2011, marcada pela vitória de 6 a 1 sobre o Atlético, não tinha o V e era toda branca. O número frontal foi retirado tanto do uniforme principal quanto do reserva. - foto: Jorge Gontijo/EM/D. A. PressNaquele ano, em comemoração aos 90 anos do Cruzeiro, um terceiro uniforme foi lançado. A camisa tinha um dos símbolos do Palestra Itália e era verde escura, com detalhes em vermelho. - foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A. PressEm 2012, mais uma troca: a Reebok dava lugar à brasileira Olympikus. A camisa principal era simples, com as estrelas soltas, assim como o uniforme reserva. O número na parte frontal da camisa retornou. - foto: Pedro Vilela/Agencia i7Também nesse ano, o Cruzeiro teve como terceiro uniforme uma camisa com azul escuro e detalhes em branco, ainda com estrelas soltas. No local das estrelas, a cor era branca, com as estrelas azuis. - foto: Rodrigo Clemente/EM/D. A. PressEm 2013, a gola polo voltou à camisa principal do Cruzeiro. Ainda com o Banco BMG como patrocínio máster e com a Olympikus como fornecedora, a camisa do terceiro Campeonato Brasileiro era azul com detalhes brancos nos ombros. A gola também era branca, com detalhes na ponta das mangas. A versão branca manteve o padrão, mas com a gola lisa. - foto: Rodrigo Clemente/EM/D. A. PressUm uniforme exclusivo para a disputa da Copa Libertadores foi usado em 2014. A camisa, azul, tinha a coroa em alto relevo no peito e gola redonda lisa na cor branca. Também foi lançada uma versão reserva dessa camisa, branca. - foto: Paulo Whitaker/AFPNesse ano, do tetracampeonato brasileiro, uma camisa mais simples foi usada, toda azul e com gola lisa em V. O padrão foi seguido pelo uniforme reserva. O patch de campeão brasileiro, referente a 2013, retornou ao uniforme. - foto: Alex Araújo/AFP2014 também teve um quarto uniforme. Novamente, uma camisa amarela do Cruzeiro foi lançada, em homenagem à Seleção Brasileira, que tentara conquistar o sexto título da Copa do Mundo pela terceira vez naquele ano. - foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PressEm 2015, nova reformulação: a brasileira Penalty chega, enquanto o espaço para patrocínio máster fica vazio por boa parte da temporada. A camisa principal era azul, com detalhes brancos na manga e na gola, que também tinha a coroa. A partir de meados da temporada, o Supermercados BH se tornou o patrocinador máster do clube. O uniforme tinha o patch de campeão brasileiro de 2014. - foto: Douglas Magno/AFPO terceiro uniforme dessa temporada foi uma camisa com azul mais claro que o convencional. A gola polo também passou a estar presente na blusa. - foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A. PressA Penalty seguiu até o meio da temporada 2016, quando a inglesa Umbro começou um ciclo de quatro anos como fornecedor de material esportivo do Cruzeiro. A camisa lançada era predominantemente azul com gola polo. O patrocínio máster também foi alterado naquele ano: o Supermercados BH foi para outro espaço da blusa, enquanto a Caixa Econômica Federal ocupou o espaço mais nobre. - foto: Rodrigo Clemente/EM/D. A. PressEm 2016, o terceiro uniforme lançado foi azul, também com com mais claro. A gola era lisa, mas todos os patrocínios tinham os logos adaptados dos anos 1960. Isso porque a camisa era uma homenagem aos 50 anos do título da Taça Brasil de 1966. - foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A. PressUma nova homenagem surgiu em 2017: para a camisa do título da Copa do Brasil de 1996 e do ano anterior, de 1995. Em 2017, o Cruzeiro conquistou justamente a Copa do Brasil, a quinta de sua história. O patch de campeão passou a ser utilizado logo após vencer o campeonato, em setembro. - foto: Ramon Lisboa/EM/D. A. PressO terceiro uniforme de 2017 era azul escuro com os detalhes em prateado. Ele foi lançado próximo ao fim daquele ano, sendo pouco utilizado pelo Cruzeiro. - foto: Leandro Couri/EM/D. A. PressEm 2018, a camisa principal tinha o azul predominante, com um pequeno detalhes em azul escuro na parte frontal. O patch de campeão da Copa do Brasil foi atualizado, já que, novamente, a equipe conquistou o torneio. - foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A. PressNaquele ano, a camisa branca roubou a cena, por ter detalhes em azul e vermelho na parte frontal, como homenagem à Islândia, que disputou a Copa do Mundo daquele ano. - foto: Martin Bernetti/AFPNesse mesmo ano, a camisa alternativa lançada no meio da temporada foi prata, com detalhes em azul escuro. - foto: Eitan Abramovich/AFPNo ano do rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, em 2019, a Caixa deu lugar ao Banco Digimais como patrocínio máster. A Umbro permaneceu em seu último ano e lançou uma camisa azul com detalhes brancos na gola e na ponta das mangas. O patch de campeão da Copa do Brasil deixou a camisa em setembro, depois que o Athletico Paranaense conquistou a edição do torneio daquele ano. - foto: Ramon Lisboa/EM/D. A. PressA última camisa fabricada pela Umbro para o Cruzeiro foi o terceiro uniforme de 2019, com um verde limão e detalhes em azul escuro, que não agradou boa parte da torcida. - foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A. PressEm 2020, a Adidas voltou ao Cruzeiro como fornecedor de material esportivo. As três listras na manga também retornaram, e o escudo seguiu com as estrelas soltas, algo que permanece na camisa principal desde 2007. O patrocínio máster voltou a ser o Supermercados BH. - foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A. PressO terceiro uniforme de 2020 e o mais recente lançado pelo Cruzeiro é azul com 'pinceladas' em outros tons de azul. Inicialmente, número e nome nas camisas também seria azul, tanto que o time atuou em uma partida com esse padrão, mas o Cruzeiro resolveu trocar para o mais coerente branco, para melhor identificação dos atletas. - foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
"Em momento nenhum o Cruzeiro oficializou outro nome. Foram Palestra Itália, Palestra Mineiro e Cruzeiro. O nome Ipiranga não foi oficializado em momento nenhum. Foi o presidente do Cruzeiro que unilateralmente resolve que seria esse nome. Ele dá uma entrevista, e saiu no jornal a mudança, mas não houve votação do Conselho. O Cruzeiro nunca oficialmente se chamou Ipiranga. O clube se chamou Ipiranga na cabeça de um presidente por uma semana, mas foi rechaçado pelo Conselho", afirma Gustavo Nolasco, diretor do documentário "Em busca da história do Cruzeiro" e colunista do jornal Estado de Minas.
Em 4 de outubro, os jornais noticiaram a vitória do Atlético sobre o Ipiranga, por 2 a 1. O nome extraoficial ganhou as páginas das publicações mineiras. Com a vitória, o Galo sagrou-se campeão estadual daquele ano.
Três dias depois da derrota no clássico, o Conselho reprovou a troca, deflagrando desentendimento entre as lideranças. O presidente Ciro Proni renunciou e uma nova junta assumiu (João Fantoni, Wilson Saliba e Mário Tornelli).
O novo nome escolhido foi Cruzeiro, símbolo presente na bandeira nacional.
foto: Reprodução
Mudança para o nome Ipiranga não foi aprovada
Outras mudanças ocorreram posteriormente, como as trocas das cores, do escudo e do uniforme. O branco, o vermelho e o verde, da Itália, foram alterados pelo azul, outra referência italiana por causa da camisa da seleção de futebol, embora a justificativa oficial fosse a cor da bandeira brasileira ao fundo das cinco estrelas.
Violência contra italianos
De acordo com Anísio Ciscotto, conselheiro do Cruzeiro e diretor da Câmara de Comércio Ítalo-brasileira, havia uma política para tentar abalar a reputação de italianos por causa da guerra.
"A coisa não foi tão simples, havia mesmo antes da guerra um movimento grande para 'nacionalizar' os clubes de origem estrangeira. Havia um movimento político de pessoas que queriam crescer, se destacar e não tinham ascendência italiana. Uma maneira de crescer no clube era diminuindo o prestígio dos italianos, e essa foi uma oportunidade, muita gente se aproveitou disso", disse.
Ciscotto afirma que foi um período difícil para os italianos em Belo Horizonte. "Houve episódios em que queimaram a bandeira da Itália, quebraram janelas de casas de italianos, brigas em escolas por esse motivo. Várias famílias italianas saíram do Cruzeiro por causa disso. Hoje, ainda luto pela manutenção das histórias e origens do clube e, infelizmente, muita gente me ofende nas redes sociais, não respeita esse trabalho", explica.
foto: Arquivo / Estado de Minas / DA PRESS
Jogo entre América e Cruzeiro; último uniforme do Palestra, em 1941
Gustavo Nolasco, que estudou profundamente a história do clube, disse que o estádio do Palestra, no Barro Preto, em BH, sofreu ameaça de ser incendiado.
"Houve uma agressividade muito grande no Brasil inteiro. Os italianos já eram integrados à sociedade e não tinham nada a ver com a guerra. O Palestra, em 1942, já era um time de massa, não apenas de imigrantes. Já havia conquistado títulos, enchia o estádio com muitos operários do Barro Preto. E acabou sofrendo pela ligação que tinha. Havia muito medo de violência contra o clube, inclusive tentaram colocar fogo no estádio do Barro Preto. Era um clima de medo e de paixão pelo clube, porque havia a opção de acabar com o clube, e isso não passou pela cabeça de ninguém."
Então com três anos em 1942, Gilda Fantoni acompanhou a família nesse período. As lembranças, embora pouco numerosas, ainda estão vivas na memória da filha de Ninão (João Fantoni), um dos primeiros ídolos da história do Palestra e dirigente do clube naquele momento.
O primeiro título internacional do Cruzeiro foi a Copa Libertadores de 1976. Raposa superou o River Plate na decisão - foto: Arquivo EMO primeiro título internacional do Cruzeiro foi a Copa Libertadores de 1976. Raposa superou o River Plate na decisão - foto: Arquivo EMO primeiro título internacional do Cruzeiro foi a Copa Libertadores de 1976. Raposa superou o River Plate na decisão - foto: Arquivo EMO primeiro título internacional do Cruzeiro foi a Copa Libertadores de 1976. Raposa superou o River Plate na decisão - foto: Arquivo EMO primeiro título internacional do Cruzeiro foi a Copa Libertadores de 1976. Raposa superou o River Plate na decisão - foto: Arquivo EMO primeiro título internacional do Cruzeiro foi a Copa Libertadores de 1976. Raposa superou o River Plate na decisão - foto: Arquivo EMO primeiro título internacional do Cruzeiro foi a Copa Libertadores de 1976. Raposa superou o River Plate na decisão - foto: Arquivo EMO primeiro título internacional do Cruzeiro foi a Copa Libertadores de 1976. Raposa superou o River Plate na decisão - foto: Arquivo EMO primeiro título internacional do Cruzeiro foi a Copa Libertadores de 1976. Raposa superou o River Plate na decisão - foto: Arquivo EMEm 1991, o Cruzeiro conquistou a Supercopa da Libertadores. Esse foi o segundo título internacional do clube celeste. Na decisão, mais uma vez a Raposa superou o River Plate da Argentina - foto: Arquivo EMEm 1991, o Cruzeiro conquistou a Supercopa da Libertadores. Esse foi o segundo título internacional do clube celeste. Na decisão, mais uma vez a Raposa superou o River Plate da Argentina - foto: Arquivo EMEm 1991, o Cruzeiro conquistou a Supercopa da Libertadores. Esse foi o segundo título internacional do clube celeste. Na decisão, mais uma vez a Raposa superou o River Plate da Argentina - foto: Arquivo EMEm 1991, o Cruzeiro conquistou a Supercopa da Libertadores. Esse foi o segundo título internacional do clube celeste. - foto: Arquivo EMEm 1991, o Cruzeiro conquistou a Supercopa da Libertadores. Esse foi o segundo título internacional do clube celeste. - foto: Arquivo EMEm 1991, o Cruzeiro conquistou a Supercopa da Libertadores. Esse foi o segundo título internacional do clube celeste. - foto: Arquivo EMEm 1991, o Cruzeiro conquistou a Supercopa da Libertadores. Esse foi o segundo título internacional do clube celeste. - foto: Arquivo EMEm 1991, o Cruzeiro conquistou a Supercopa da Libertadores. Esse foi o segundo título internacional do clube celeste. - foto: Arquivo EMEm 1991, o Cruzeiro conquistou a Supercopa da Libertadores. Esse foi o segundo título internacional do clube celeste. Na decisão, mais uma vez a Raposa superou o River Plate da Argentina - foto: Arquivo EMEm 1992, o Cruzeiro conquistou o bi da Supercopa da Libertadores, desta vez sobre o Racing da Argentina. Foi o terceiro título internacional da história celeste. - foto: Arquivo EMEm 1992, o Cruzeiro conquistou o bi da Supercopa da Libertadores, desta vez sobre o Racing da Argentina. Foi o terceiro título internacional da história celeste. - foto: Arquivo EM/ Paulo de DeusEm 1992, o Cruzeiro conquistou o bi da Supercopa da Libertadores, desta vez sobre o Racing da Argentina. Foi o terceiro título internacional da história celeste. - foto: Arquivo EM/ Paulo de DeusEm 1992, o Cruzeiro conquistou o bi da Supercopa da Libertadores, desta vez sobre o Racing da Argentina. Foi o terceiro título internacional da história celeste. - foto: Arquivo EM/ Paulo de DeusEm 1992, o Cruzeiro conquistou o bi da Supercopa da Libertadores, desta vez sobre o Racing da Argentina. Foi o terceiro título internacional da história celeste. - foto: Arquivo EMEm 1992, o Cruzeiro conquistou o bi da Supercopa da Libertadores, desta vez sobre o Racing da Argentina. Foi o terceiro título internacional da história celeste. - foto: Arquivo EM/Jorge GontijoEm 1992, o Cruzeiro conquistou o bi da Supercopa da Libertadores, desta vez sobre o Racing da Argentina. Foi o terceiro título internacional da história celeste. - foto: Arquivo EM/Jorge GontijoEm 1995, o Cruzeiro conquistou a Copa Master da Supercopa ao superar o Olimpia do Paraguai na decisão. Foi o quarto título internacional da história celeste. - foto: Euler Júnior/EM/D. A PressEm 1995, o Cruzeiro conquistou a Copa Master da Supercopa ao superar o Olimpia do Paraguai na decisão. Foi o quarto título internacional da história celeste. - foto: Euler Júnior/EM/D. A PressEm 1995, o Cruzeiro conquistou a Copa Master da Supercopa ao superar o Olimpia do Paraguai na decisão. Foi o quarto título internacional da história celeste. - foto: Euler Júnior/EM/D. A PressEm 1995, o Cruzeiro conquistou a Copa Master da Supercopa ao superar o Olimpia do Paraguai na decisão. Foi o quarto título internacional da história celeste. - foto: Euler Júnior/EM/D. A PressEm 1995, o Cruzeiro conquistou a Copa Master da Supercopa ao superar o Olimpia do Paraguai na decisão. Foi o quarto título internacional da história celeste. - foto: Euler Júnior/EM/D. A PressTambém em 1995, o Cruzeiro conquistou a Copa Ouro ao superar o São Paulo na decisão. Este foi o quinto título internacional do clube celeste. - foto: Euler Júnior/EM/D. A PressTambém em 1995, o Cruzeiro conquistou a Copa Ouro ao superar o São Paulo na decisão. Este foi o quinto título internacional do clube celeste. - foto: Euler Júnior/EM/D. A PressEm 1997, o Cruzeiro conquistou o bi da Copa Libertadores da América, o sexto título internacional de sua história. Na decisão, o clube mineiro superou o Sporting Cristal do Peru. Na foto, o time azul no jogo de ida, em Lima, quando houve empate por 0 a 0. - foto: Arquivo EMEm 1997, o Cruzeiro conquistou o bi da Copa Libertadores da América. Na decisão, o clube mineiro superou o Sporting Cristal do Peru. - foto: Arquivo EMEm 1997, o Cruzeiro conquistou o bi da Copa Libertadores da América. Na decisão, o clube mineiro superou o Sporting Cristal do Peru. Na foto, Elivélton, autor do gol do título na vitória por 1 a 0, no Mineirão - foto: Arquivo EMEm 1997, o Cruzeiro conquistou o bi da Copa Libertadores da América. Na decisão, o clube mineiro superou o Sporting Cristal do Peru. - foto: Cruzeiro/DivulgaçãoEm 1997, o Cruzeiro conquistou o bi da Copa Libertadores da América. Na decisão, o clube mineiro superou o Sporting Cristal do Peru. - foto: Cruzeiro/DivulgaçãoEm 1997, o Cruzeiro conquistou o bi da Copa Libertadores da América. Na decisão, o clube mineiro superou o Sporting Cristal do Peru. - foto: Cruzeiro/DivulgaçãoEm 1997, o Cruzeiro conquistou o bi da Copa Libertadores da América. Na decisão, o clube mineiro superou o Sporting Cristal do Peru. - foto: Cruzeiro/DivulgaçãoEm 1997, o Cruzeiro conquistou o bi da Copa Libertadores da América. Na decisão, o clube mineiro superou o Sporting Cristal do Peru. - foto: Cruzeiro/DivulgaçãoO sétimo título internacional do Cruzeiro foi a Recopa Sul-Americana de 1998. A decisão com o River Plate foi realizada em 1999. O time celeste venceu a ida, por 2 a 0, no Miineirão, e a volta, por 3 a 0, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. - foto: Arquivo EM
"Nessa época, eu era muito criancinha. Eu me lembro que as duas famílias estavam participando: a Fantoni, por parte do meu pai, e a Lodi, por parte da minha mãe. Lembro muito de papai contando sobre a mudança do nome. Ele teve grande influência no momento da escolha da nova denominação", disse.
Apesar do clima tenso para os italianos no Brasil, Gilda recorda que não houve ataques à sua casa em Belo Horizonte. "A nossa família não foi perseguida por causa da guerra, nunca ouvi essa conversa na família. O que havia era uma zoação da torcida do Atlético. A gente morava no caminho do campo do Sete de Setembro e, quando o Atlético jogava lá, muita gente passava na porta da casa do papai para poder tirar sarro", lembra. Hoje, ela mora em Goiânia com a família, mas segue o Cruzeiro de longe.
Nova transformação
Após a mudança, o Cruzeiro conquistou o tricampeonato estadual (1943 a 1945). Nos anos seguintes, enfrentou enormes dificuldades. A década de 1960 representou o crescimento do clube, que ganhou novo status nacional ao bater o Santos de Pelé na final da Taça Brasil de 1966 – que posteriormente foi reconhecida pela CBF como Campeonato Brasileiro.
Nos anos 1970, o time celeste se tornou um dos grandes clubes no cenário mundial.
foto: O Cruzeiro/EM/D.A Press - 7/12/66
Tostão fez parte do time que surpreendeu o mundo ao vencer o Santos de Pelé na final da Taça Brasil de 1966
Hoje, a Raposa é a maior campeã da Copa do Brasil, com seis conquistas (1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018), além de quatro títulos brasileiros (1966 , 2003, 2013 e 2014) e dois da Copa Libertadores (1976 e 1997). A coleção de troféus ainda conta com outros tantos canecos internacionais e regionais.
Depois de 80 anos, o clube celeste vive nova transformação em 2022. O Cruzeiro foi o pioneiro na mudança de regime jurídico e administrativo, passando o controle da gestão esportiva da associação para uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Ex-jogador do clube e ídolo do futebol mundial, Ronaldo Fenômeno comprou 90% das ações da SAF celeste. Ele prometeu investir no futebol e pagar as dívidas fiscais, além dos débitos com outros clubes. A associação já protocolou pedido de recuperação judicial.
Na próxima temporada, o Cruzeiro voltará à Série A. Embora a empolgação predomine em grande parte da torcida, ainda há uma parcela de cruzeirenses preocupada com o futuro do clube.
Anísio Ciscotto mostra confiança: "O sucesso virá mais rápido do que no passado. Foi na década de 1960 que o Cruzeiro cresceu nacionalmente. Nos próximos anos o Cruzeiro pode voltar a ser o time forte que sempre foi. O Cruzeiro é o time do povo, que nasceu da vontade da comunidade italiana. E quem salvou o Cruzeiro foi a mesma comunidade, a sua torcida, que tirou Wagner Pires de Sá (ex-presidente do clube) e Itair Machado (ex-vice de futebol), encheu o estádio novamente, recebeu o Ronaldo de uma forma que ele talvez nunca tenha sido recebido, fazendo uma redoma ao redor dele. O Cruzeiro é sua torcida".
foto: Cruzeiro/Divulgação
Ronaldo comprou 90% das ações da SAF do Cruzeiro
Por outro lado, Gustavo Nolasco vê divergências entre a transformação de 1942 e a vivida neste ano pelo clube.
"A primeira mudança foi feita por torcedores do Cruzeiro que não queriam que o clube acabasse. A SAF agora é um grande negócio. O Cruzeiro foi comprado como qualquer outro clube, tem o simbolismo de Ronaldo ter jogado no Cruzeiro, mas não tem amor nisso. O Ronaldo não comprou o Cruzeiro porque ama o clube. Mas a gente tem que ser eternamente grato e exaltar o trabalho. Ainda bem que foi o Ronaldo e não um fundo inglês ou árabe. O Ronaldo tem o nome dele, se o negócio der errado, o nome dele vai para a lama", disse.