Atualmente no Cerro Porteño-PAR, o atacante Marcelo Moreno fez uma postagem em sua rede social nesta segunda-feira (3/10) parabenizando o Cruzeiro pelo retorno à Série A e afirmou que hoje pode contemplar tudo que houve na sua última passagem pelo clube, a qual ocorreu entre 2020 e o início de 2022.
A equipe mineira garantiu a volta à Série A em 21 de setembro, após vencer o Vasco no Mineirão por 3 a 0. Já o título cruzeirense foi confirmado na última sexta-feira (30/9), por causa do tropeço dos rivais. Pelo sucesso recente da Raposa, Marcelo Moreno se manifestou no Instagram. "Cruzeiro, parabéns pela volta à Série A", disse.
O atacante esteve no time mineiro até o início desta temporada, depois de retornar com o propósito de reerguer o Cruzeiro. Porém, as temporadas de 2020 e 2021 foram frustradas, indo contra à ambição de Moreno. Até por isso, o boliviano postou um texto com o sentimento de alívio e dever cumprido ao ver a Raposa de volta à elite do futebol brasileiro.
"Eu demorei pra entender que o chamado não era de ataque, era pra ser escudo. Que não era pra subir, mas não deixar cair. Que não era pra construir, mas ser construído. Que não era receber, era dar. Demorei pra entender tantas dores, que reconstrução leva tempo e esforço", pontuou Marcelo Moreno, que continuou.
"Deus me frustrou tanto nesse tempo, mas me construiu também. Não sou mais a mesma [pessoa] desde então. Mas permaneci e hoje posso contemplar o que Deus disse que faria. Graças a Deus", concluiu o atacante.
Trajetória no Cruzeiro
Marcelo Moreno iniciou a sua história no Cruzeiro em março de 2007, quando teve os direitos adquiridos por US$ 400 mil (R$ 830 mil na época) por empresários, que repassaram 40% sem custos à Raposa. O então garoto de 19 anos havia contribuído para o acesso do Vitória à Série B, em 2006, ao marcar 12 gols na Terceira Divisão.
A estreia de Marcelo pelo Cruzeiro foi na derrota por 3 a 0 para o Corinthians, na segunda rodada do Campeonato Brasileiro de 2007, no Mineirão. Apesar do placar, ele deixou boa impressão ao entrar na etapa complementar e cabecear uma bola no travessão.
No decorrer da Série A, Moreno ganhou oportunidades com o técnico Dorival Júnior e terminou o ano com seis gols em 14 partidas. A Raposa obteve a classificação para a fase preliminar da Copa Libertadores ao alcançar a quinta colocação no Brasileirão.
Na temporada 2008, Moreno virou a referência no ataque e anotou 15 gols em 22 jogos. Campeão mineiro com direito a gols nos dois jogos da decisão contra o rival Atlético (vitórias por 5 a 0 e 1 a 0), o boliviano também se destacou na Libertadores, na qual dividiu a artilharia com o paraguaio Salvador Cabañas, com oito gols.
Em maio de 2008, Marcelo Moreno foi vendido ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, por US$ 9 milhões, e o Cruzeiro teve direito a 40% do valor. Posteriormente, vestiu as camisas de Werder Bremen, da Alemanha, e Wigan, da Inglaterra, até ser comprado por quase R$ 15 milhões pelo Grêmio, em 2012.
Foi o Grêmio quem emprestou Marcelo ao Cruzeiro em uma época de alegrias para a torcida. Em 2014, o boliviano contribuiu para o título brasileiro ao marcar 15 gols em 32 partidas - mesmo número de Ricardo Goulart (26 jogos). No geral, fechou o ano com 24 gols em 57 jogos, ganhando também o estadual no primeiro semestre.
Em 2015, Marcelo Moreno saiu do Cruzeiro e foi negociado pelo Grêmio para jogar na China, onde ficou até janeiro de 2020. Em cinco anos, fez 55 gols em 100 partidas: Changchun Yatai (22 gols em 53 jogos), Wuhan Zall (25 gols em 34 jogos) e Shijiazhuang Ever Bright (oito gols em 13 jogos).
Em fevereiro de 2020, Moreno afirmou ter abrido mão de R$ 50 milhões de salários a serem recebidos na China para regressar ao Brasil com a missão de ajudar o Cruzeiro no acesso à Primeira Divisão Nacional. Porém, o time foi mal nas duas edições da Série B: 11º em 2020, com 49 pontos, e 14º em 2021, com 48.
Se por um lado o camisa 9 não repetiu os bons momentos na Toca, por outro se tornou protagonista da Bolívia. Nos últimos dois anos, ele esteve 19 vezes em campo pela seleção e anotou 12 gols. O ótimo rendimento deu origem à tese (em tom de brincadeira) de que o sucesso de Marcelo em La Verde se dá pelo uso do sobrenome Martins.