O atacante Edu, do Cruzeiro, usou as redes sociais para desabafar após a grande confusão no Estádio do Café, em Londrina, nessa terça-feira (9/8). Ele precisou ficar no Paraná para dar depoimento sobre uma suposta agressão a um policial militar e chegou a Belo Horizonte nesta quarta (10/8).
"Acabei de chegar em casa! Dentro de uma cela por 40 minutos, tratado como vagabundo! Prestei depoimentos, usei os vídeos que mostram claramente que eu não tento nenhum tipo de agressão!", disse o atleta, nas redes sociais.
Acabei de chegar em casa! Dentro de uma cela 40 minutos, tratado como vagabundo! Prestei depoimentos, usei os vídeos onde claramente eu não tento nenhum tipo de agressão!! +3 pro Cabuloso, eu Gostuuuuuum %uD83D%uDD35%u26AA%uFE0F
%u2014 Edu Júnior 9 (@Junior9Edu) August 10, 2022
Um policial militar fez um boletim de ocorrência no qual relata ter levado um chute de Edu. Em entrevista à TV Globo, o delegado Edgard Soriani colocou em dúvida a versão do PM. Segundo Soriani, nesse primeiro momento, com as imagens disponibilizadas, não é possível identificar um ato de violência do atacante celeste.
"Vamos tentar provar se ele causou ou não a lesão (no policial), porque as imagens ali pairaram dúvida sobre muitas coisas, inclusive da efetiva participação dele na agressão. O vídeo foi fornecido e anexado ao procedimento. Dependendo se ele não quiser mais dar continuidade ao feito, ele pode fazer uma transação penal, um acordo", disse Soriani.
"O vídeo é bem claro, mostra ele num canto e não mostra ele (Edu), pelo menos nesta parte do vídeo, agredindo um policial. Agora, vamos apurar se ele tem envolvimento de lesão corporal, de desacato. Isso será apurado", acrescentou o delegado.
Segundo relatos de jogadores e jornalistas, após a vitória da Raposa por 2 a 1 sobre o Tubarão, torcedores do time paranaense tentaram invadir a cabine de imprensa da Rádio Itatiaia. Em seguida, a PM agrediu e jogou spray de pimenta nos atletas celestes que tentaram ajudar a conter a invasão.
Tentativa de invasão
Após a partida, o narrador Pequetito Reis relatou que torcedores do Londrina tentaram invadir a cabine. O barulho da torcida e os xingamentos puderam ser escutados na transmissão do jogo.
"Eles estão falando que eu fiz 'tchauzinho' (para a torcida do Londrina), mas não fiz. Eu vibrei com o gol do Cruzeiro, gente, apenas isso", disse o radialista, em referência ao gol marcado por Rodolfo, que garantiu a virada do Cruzeiro nos acréscimos do segundo tempo.
"Está difícil aqui. Estão tentando bater na porta, já arremessaram coisa aqui na cabine. Está difícil. Não tem como eu sair daqui, não tem jeito, está difícil. Estão tentando entrar aqui na cabine, gente. Pelo amor de Deus!", completou.
Agressão a jogador do Cruzeiro
Repórter de campo da rádio, Emerson Pancieri relatou que, em seguida, jogadores do Cruzeiro saíram do vestiário e tentaram ajudar Pequetito Reis a impedir a invasão dos torcedores à cabine.
O jornalista afirmou que a PM, então, acertou com cacetetes um nutricionista celeste e o volante Machado, além de ter jogado gás de pimenta nos atletas do Cruzeiro.
Em seguida, Pancieri entrevistou o atacante Luvannor, que relatou o que ocorreu. "A torcida dos caras (Londrina) está fechando o cara (Pequetito). Quatro jogadores nossos foram, mas lá tem torcida dos caras. São 50 contra quatro", iniciou.
"Policial foi covarde. Nós não queríamos entrar. Ele, nas costas, deu uma cacetada no jogador nosso. Sacanagem, covardia, é covardia. Poxa, coisa feia. Tem necessidade!? Ganhamos o jogo. A polícia não pode fazer isso, cara. Eles têm que vir aqui para acalmar. O cara desce o cacetete, covardia do c***", reclamou Luvannor.
Depois de alguns instantes, Pequetito Reis voltou a participar da transmissão e acalmou quem o escutava. "Estou bem. Se o Flavinho (da equipe da rádio) não corre rápido e coloca um banco como proteção, como anteparo, eles tinham invadido a nossa cabine. Nós estamos bem", disse.