Fabrício esteve no Cruzeiro entre 2008 e 2011 e a sua melhor memória foi justamente a sua última partida pelo clube. Em entrevista ao Canal Samuel Venâncio, no YouTube, nesta terça-feira (31), o ex-volante da Raposa comentou que o momento mais especial com a camisa celeste foi a goleada sobre o Atlético, na última rodada do Brasileirão de 2011. Segundo ele, a vitória por 6 a 1 sobre o rival foi incrível.
O ex-jogador deixou a Raposa no fim de 2011 e foi para o São Paulo, mas é um nome muito querido em meio à torcida cruzeirense. Fabrício esteve em campo em 154 partidas, mas destacou o último jogo como a melhor memória com a camisa celeste.
"Teve várias (boas lembranças), mas o 6 a 1 não tem como esquecer. O 6 a 1 foi incrível até porque significava muito para a gente. Até então o Cruzeiro nunca tinha caído na história e as últimas rodadas ali, eu vivi momentos de muita angústia. A gente estava para ganhar, estava para sair daquilo tudo e as coisas não aconteciam", comentou o volante.
Fabrício ainda destacou quão pressionado o Cruzeiro estava antes da 38ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2011. A equipe mineira precisava vencer o seu maior rival para não ser rebaixado e conseguiu. O ex-atleta ainda frisou que não queria ser rebaixado devido ao carinho especial que possui pelo clube.
"Foi uma pressão muito grande e eu queria nunca ter caído com o Cruzeiro. O Cruzeiro nunca tinha caído até então. Uma história maravilhosa e eu pensei: 'Não vai ser eu que vou manchar isso não'. Pelo amor de Deus, o tanto que eu gosto do Cruzeiro. Graças a Deus deu tudo certo naquele dia, mas infelizmente, anos depois, aconteceu o que aconteceu" afirmou Fabrício, lamentando o rebaixamento que ocorreu em 2019.
Detalhes da goleada no clássico
A maior goleada da história do Cruzeiro sobre o Atlético aconteceu em 04 de dezembro de 2011 e Fabrício deu detalhes da partida. O volante, titular naquele jogo, falou sobre a preparação antes do clássico que valia a sobrevivência na Série A e relembrou o seu discurso para motivar os companheiros que estavam tensos.
"Eu não via a hora que chegasse logo aquele jogo. Eu tinha a opinião que iríamos ganhar, mas a pressão era muito forte. Chegou na semana e eu fui e falei 'Vamos ficar tranquilos! Desde que eu cheguei aqui e tive poucas derrotas para os caras. A gente vai para a cima. Os caras pipocam para a gente, ainda mais que vai estar a nossa torcida lá. A gente vai atropelar. Vamos relaxar e trabalhar nessa semana. A gente vai ganhar'. Eu falei isso e todo mundo estava meio assustado, mas eu senti aquilo comigo, ainda mais ao olhar o meu retrospecto. Ficava sempre confiante quando jogava (contra eles)", afirmou Fabrício, jogador que teve nove vitórias, um empate e apenas três derrotas contra o Atlético.
O ex-volante cruzeirense ainda relembrou como foi a chegada do clube em Sete Lagoas, palco da goleada por 6 a 1 da equipe celeste sobre o rival alvinegro.
"Eu lembro que já começou (o apoio) na saída da Toca. A torcida foi acompanhando a gente. A vibe foi incrível. Chegamos lá em Sete Lagoas, a Arena estava lotada e todo mundo estava empolgado. No vestiário, todo mundo com o olho arregalado, todo mundo focado. Falei: 'Vish, é hoje'. Começou o jogo na adrenalina máxima, carrinho para todo lado. Dei uns carrinhos loucos. E deu tudo certo. Ainda dava para fazer uns gols a mais. Queria que tivesse sido uns 7 ou 8, pois tivemos mais duas chances", pontuou o atleta.
Além de ressaltar que gostaria de um placar ainda mais elástico, Fabrício falou sobre o seu gol. Depois de Roger, Leandro Guerreiro e Anselmo Ramon balançarem as redes, o volante fez o quarto gol. Wellington Paulista e Everton ainda ampliaram para o Cruzeiro, enquanto Réver diminuiu para o Atlético.
"Foi incrível. No final do primeiro tempo ainda fiz aquele gol de contra-ataque. Ali quando eu fiz aquele quarto gol, foi muito difícil segurar a emoção. No intervalo, fui até perguntado se estava resolvido e eu falei que não, que não tinha acabado ainda, que tinha que ter foco no jogo. Mas assim, quando cheguei no vestiário, se você parasse para pensar que estava 4 a 0, já dava vontade de chorar, de emoção. Mas a gente tinha que focar para o segundo tempo. A hora que acabou eu não aguentei mais. Desabei a chorar", concluiu Fabrício relembrando a emoção da partida.