Ex-jogador e ex-técnico do Cruzeiro, Procópio Cardozo Neto participou nesta segunda-feira (23) no podcast Clube dos Setoristas, do Superesportes, e se mostrou entusiasmado com a fase vivida pelo clube sob a gestão de Ronaldo Nazário. Em campo, ele vê sinais de que o time dirigido pelo uruguaio Paulo Pezzolano conseguirá o acesso à Série A. Fora dele, percebe confiança de funcionários, jogadores e torcedores na administração da SAF.
"Quando o jogador sente que há seriedade, que há verdade, as coisas fluem. Quando você sente que o ambiente é mentiroso, só vem a piorar. Então, você vê que depois que o Ronaldo assumiu, os pagamentos estão em dia, os jogadores estão alegres nas entrevistas. O torcedor está mais confiante", destacou Procópio Cardozo durante o programa.
De acordo com o ex-jogador e treinador, a boa fase do time fez até a torcida esquecer de grandes ídolos recentes. "Nós temos que falar e ser sinceros: a vinda do Ronaldo foi sensacional para o Cruzeiro. Hoje, não há o que se falar. 'Ah, não tem esse, não tem aquele'. Ninguém fica chorando mais, não tem esse, não tem aquele. Os jogadores que entram, são eles mesmos. Você não está chorando mais a volta fulano, volta ciclano'.
De acordo com o ex-jogador e treinador, a boa fase do time fez até a torcida esquecer de grandes ídolos recentes. "Nós temos que falar e ser sinceros: a vinda do Ronaldo foi sensacional para o Cruzeiro. Hoje, não há o que se falar. 'Ah, não tem esse, não tem aquele'. Ninguém fica chorando mais, não tem esse, não tem aquele. Os jogadores que entram, são eles mesmos. Você não está chorando mais a volta fulano, volta ciclano'.
Presença de Tostão no Mineirão é 'simbólica'
Na visão de Procópio, a grande demonstração de que o Cruzeiro está no caminho certo foi a presença do maior jogador da história do clube, Tostão, nas arquibancadas do Mineirão. Homem reservado e que pouco se expõe, o ex-atacante do clube e da Seleção Brasileira foi flagrado em um camarote na vitória celeste sobre o Sampaio Corrêa no domingo.
"Olha, ontem (domingo), eu me surpreendi ao ver, alguém me mandou um vídeo do Tostão no Mineirão. Gente, vocês não podem imaginar. Vocês são jovens, eu estou acostumado com isso. Isso é raro. Isso é um sinal de que as coisas estão fluindo do bom para o ótimo. Esse simples fato é muito simbólico. A ida dele (Tostão) ao Mineirão. Ele nunca gostou de se envolver com clubes, com nada. E foi de camisa azul ainda. É uma coisa sensacional. Isso me chamou atenção demais", disse Procópio.
Ex-companheiro de Tostão no Cruzeiro, na década de 1960, Procópio custou a acreditar que o amigo do futebol era um dos 58.397 presentes no Gigante da Pampulha.
"Eu, ontem, dormi alegre. Se fosse qualquer outro, porque o Cruzeiro teve jogadores fantásticos como Dirceu Lopes, Natal, Ilton Oliveira, William, Natal, Evaldo, Piazza, Raul. Mas o Tostão era o jogador diferente em tudo, até no modo de jogar. Foi uma coisa que eu me surpreendi. Queria saber se era mesmo ele. Olhei, mas falei: 'é o Tostão mesmo?'. Isso é a prova de um ambiente bom, do momento bom, e isso só vem dar credibilidade para o Cruzeiro", emendo.
"Quando eu vi o Tostão, eu não acreditei. Eu fui olhar de novo, fui olhar direito. Era ele mesmo. Tostão é um dos gênios do futebol pra mim, e um cara sensacional. Mas ele não é de ir a futebol, não é de ir a lugar nenhum. Ele não se expõe. Eu o conheço. E não é porque ele é metido não. É o jeito dele de ser. Quando vi a imagem dele no Mineirão, fiquei feliz. Que bom! O fato de o Cruzeiro estar enfrentando essa situação terrível, o terceiro ano na Série B, foram dois anos terríveis. Agora, teve uma virada, já teve uma virada de chave. O fato de o Tostão ir ao jogo do Cruzeiro já diz tudo", concluiu Procópio Cardozo.
Números de Tostão no Cruzeiro
Tostão é o maior artilheiro da história do Cruzeiro: marcou 245 gols em 383 apresentações.
Com a camisa celeste, Tostão conquistou a Taça Brasil de 1966 sobre o Santos de Pelé e ainda foi pentacampeão mineiro entre 1965 e 1969, maior série hegemônica do Cruzeiro no estado. Foi artilheiro do Estadual em 1966 (18 gols), 1967 (20 gols) e 1968 (20 gols).
Pela Seleção Brasileira, Tostão disputou 65 jogos (55 oficiais) e marcou 36 gols. Ele foi um dos destaques do tri do Brasil na Copa do Mundo de 1970, no México. O craque jogou seis partidas naquele Mundial, marcou dois gols e participou ativamente de outros.
Em abril de 1972, Tostão foi negociado com o Vasco por Cr$ 3,5 milhões, maior transação do futebol brasileiro à época. E assim se despediu do clube em que fez história.