Dagoberto foi bicampeão do Campeonato Brasileiro e também conquistou o Mineiro pelo Cruzeiro. Marcou o seu nome na história celeste em 2013 e 2014, mas deixou o clube, no início de 2015, depois de ser afastado e treinar em separado. Agora aposentado, o ex-atacante lamentou a sua saída, afirmou que não queria ter deixado a equipe e pontuou que faltou respeito por parte da diretoria e comissão técnica cruzeirense.
Em entrevista ao canal do jornalista Samuel Venâncio nesta terça-feira (17), Dagoberto relembrou uma história marcante da sua passagem pelo Cruzeiro. Ao ser perguntado sobre sua saída, deixou claro a insatisfação.
"Faltou um pouquinho mais de sensibilidade, de respeito também", afirmou.
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O ex-atacante relatou seus últimos dias na Toca da Raposa: "Eu não queria ter saído, com certeza. Fiquei treinando separado, me colocaram nessa situação também. Foi uma falta de respeito muito grande. Você marca a história, o torcedor tinha um carinho gigantesco. Senta, conversa, puxa uma cadeira, bate um papo, joga a real. É a melhor coisa que tem", disse o ex-artilheiro.
Para contextualizar a insatisfação, Dagol relembrou uma história que aconteceu logo depois da conquista do Campeonato Brasileiro de 2014. Na época, Alexandre Mattos era o diretor de futebol e Marcelo Oliveira era o treinador do Cruzeiro.
"Tinha falado com Alexandre (Mattos): 'Alexandre, o dia que for campeão brasileiro, quero férias, quero descansar, beleza?' E ele falou 'isso daí está mais que certo'. Qual é o meu objetivo principal? É ganhar. Tinha um jogo contra a Chapecoense, quando já tinha sido campeão brasileiro, e eu vinha de lesão grave. Falei, no outro dia que ganhamos, que eu precisava descansar. Alexandre falou que era 'de boa', mas tinha que ver com o treinador. E o Marcelo (Oliveira) não gostou", relatou o ex-atacante.
Dagoberto se mostrou indignado com os problemas, mesmo após a conquista do Brasileirão pela segunda vez consecutiva.
"A gente tinha sido campeão brasileiro e, em vez de ressaltar aquilo, valorizar, foram criados problemas, não só comigo, mas com outros também. Faltou um pouquinho de não deixar o ego subir para a cabeça. Não pensar que já era melhor que alguém e ser mais humano também, para entender a situação", afrma o ex-jogador.
Sem ressentimentos
O atacante bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro afrmou que não guardar ressentimento, mas criticou a gestão da época.
"Ali desandou um pouco, perdeu um pouco a mão. Mas não tenho ressentimento pelas pessoas. Faltou um pouquinho de sensibilidade e respeito. O Alexandre (Mattos) saiu depois também por problemas, mas não vem ao caso. Tem um ditado muito interessante 'quer conhecer um ser humano, dê poder a ele'. Vínhamos de dois objetivos gigantescos. Era para ser valorizado. E foi para um lado totalmente errado. Triste", concluiu Dagoberto.