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Cruzeiro teve receita média de R$ 220 milhões com futebol de 2017 a 2021

Número deve servir de referência para os aportes do grupo de Ronaldo Fenômeno, que adquiriu 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol por R$ 400 milhões

28/04/2022 19:30 / atualizado em 29/04/2022 00:39
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Cruzeiro teve faturamento médio de R$ 220 milhões com futebol nos últimos cinco anos
foto: Staff Images/Cruzeiro

Cruzeiro teve faturamento médio de R$ 220 milhões com futebol nos últimos cinco anos


O Cruzeiro teve receita média de R$ 220.329.149,00 com atividade desportiva profissional de 2017 a 2021. Os números extraídos dos balanços do clube devem servir de referência para os aportes do ex-jogador Ronaldo, que adquiriu 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol por um investimento de R$ 400 milhões pelos próximos cinco anos.


O demonstrativo de 2021, a ser votado pelo Conselho Deliberativo nesta sexta-feira (29/4), contabilizou um faturamento de R$ 115,7 milhões, ligeiramente inferior aos R$ 116,1 milhões apurados em 2020.

Entram na lista direitos econômicos, publicidade e transmissões, patrocínios e royalties, sócio-torcedor e outras fontes do futebol. Estão fora do cálculo clubes sociais, esportes amadores e alienação de patrimônios.

Receitas do Cruzeiro com futebol de 2017 a 2021

  • 2021: R$ 115.729.000,00
  • 2020: R$ 116.123.000,00
  • 2019: R$ 267.554.320,00
  • 2018: R$ 318.857.150,00
  • 2017: R$ 283.382.276,45

Média: R$ 220.329.149,00

No acordo com o Cruzeiro intermediado pela XP Investimentos, Ronaldo aplicou R$ 50 milhões na assinatura da parceria e se comprometeu a desembolsar os R$ 350 milhões restantes por capital próprio e/ou receitas incrementais acima da média apurada de 2017 a 2021 (é aí que entram os R$ 220 milhões como base).

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Ou seja, caso a gestão do icônico camisa 9 da Seleção Brasileira eleve os ganhos do Cruzeiro para R$ 300 milhões, será como acrescentar R$ 80 milhões além da média de R$ 220 milhões. O clube só atingirá a quantia a partir do momento em que retornar à Série A, tal como ocorreu com os R$ 318,8 milhões em 2018.

No fim de março, o estafe de Ronaldo e a XP ajustaram alguns pontos do contrato, como a impossibilidade de vender a participação societária a um terceiro por um período de cinco anos ou até complementar os R$ 400 milhões, e o licenciamento da Marca Cruzeiro à SAF, com pagamento de royalties à associação civil após quitada a dívida de R$ 1 bilhão.

Fontes de receitas

As receitas predominantes no Cruzeiro são vendas de direitos econômicos; publicidades e transmissões de TV (incluindo premiações de torneios); patrocínios e royalties; bilheterias; e programa sócio-torcedor’.

Os títulos da Copa do Brasil em 2017 e 2018 e a presença na Copa Libertadores em 2018 e 2019 ajudaram a impulsionar os ganhos da Raposa, que também encheu os cofres com transferências - a principal foi de Arrascaeta para o Flamengo, em 2019, por R$ 55 milhões.

2021

  • R$ 20,3 milhões - direitos econômicos
  • R$ 44,2 milhões - publicidade e transmissões de TV
  • R$ 37,6 milhões - patrocínios e royalties
  • R$ 2,38 milhões - bilheterias
  • R$ 7,29 milhões - sócio-torcedor
  • R$ 3,8 milhões - outras receitas

2020

  • R$ 23,4 milhões - direitos econômicos
  • R$ 40,3 milhões - publicidades e transmissões de TV
  • R$ 33,7 milhões - patrocínios e royalties
  • R$ 1 milhão - bilheterias
  • R$ 11,8 milhões - sócio-torcedor
  • R$ 5,6 milhões - outras receitas

2019

  • R$ 108,1 milhões - direitos econômicos
  • R$ 105,7 milhões - publicidades e transmissões de TV
  • R$ 18,1 milhões - patrocínios e royalties
  • R$ 18,3 milhões - bilheterias
  • R$ 14,1 milhões - sócio-torcedor
  • R$ 3 milhões - outras receitas

2018

  • R$ 45,9 milhões - direitos econômicos
  • R$ 190,7 milhões - publicidades e transmissões de TV
  • R$ 32,5 milhões - patrocínios e royalties
  • R$ 23,9 milhões - bilheterias
  • R$ 23,1 milhões - sócio-torcedor
  • R$ 2,5 milhões - outras receitas

2017

  • R$ 35,1 milhões - direitos econômicos
  • R$ 177,1 milhões - publicidades e transmissões de TV
  • R$ 26,3 milhões - patrocínios e royalties
  • R$ 16,4 milhões - bilheterias
  • R$ 22,3 milhões - sócio-torcedor
  • R$ 5,9 milhões - outras receitas

Dívidas

O que comprometeu severamente o Cruzeiro foi a política de sempre gastar acima do faturamento, sobretudo em salários de jogadores, treinadores e dirigentes, comissões para empresários e contratações.

A dívida de quase R$ 400 milhões na 'Era' Gilvan de Pinho Tavares superou R$ 1 bilhão após a temerária gestão de Wagner Pires de Sá, que decretou o rebaixamento do clube no Brasileirão de 2019.

Sérgio Rodrigues, eleito presidente em maio de 2020, fracassou na missão de recolocar o Cruzeiro na elite - 11º na Série B de 2020, com 49 pontos, e 14º em 2021, com 48.

Ele também não conseguiu evitar problemas administrativos como salários atrasados, ações trabalhistas e punições na Fifa por dívidas de contratações de gestões anteriores.

O que mudou com Ronaldo

A entrada de Ronaldo como investidor do Cruzeiro encheu a torcida de esperanças por uma temporada de sucesso depois das frustrações em 2020 e 2021.

No Mineiro, o time terminou como vice-campeão após perder para o Atlético por 3 a 1 na final. A campanha geral foi de nove vitórias, um empate e quatro derrotas em 14 jogos.

Na Copa do Brasil, a Raposa passou por Sergipe, na primeira fase (5 a 0), e Tuntum-MA, na segunda fase (3 a 0). Na terceira etapa, perdeu para o Remo por 2 a 1, em Belém-PA, pelo jogo de ida. A volta está marcada para 11 de maio (quarta-feira), às 19h30, em Belo Horizonte.

Na Série B, o Cruzeiro foi derrotado pelo Bahia na estreia, por 2 a 0; venceu o Brusque na segunda rodada, por 1 a 0; empatou com o Tombense no terceiro jogo, por 1 a 1; e superou o Londrina no quarto confronto, por 1 a 0.

A equipe ocupa o quinto lugar, com sete pontos, e tem perspectivas de entrar no G4 no confronto com a Chapecoense, às 19h deste sábado, na Arena Condá, em Chapecó. O clube catarinense é vice-líder, com oito pontos.

Administrativamente, o Cruzeiro mantém salários em dia com Ronaldo e quitou cerca de R$ 38 milhões em dívidas na Fifa e na Câmara Nacional de Resoluções de Disputas.

O Fenômeno ainda assumirá o passivo tributário da instituição, de R$ 180 milhões (parcelas acima de R$ 1 milhão até 2032), tendo como contrapartida as propriedades das Tocas da Raposa I e II.

A lei da Sociedade Anônima do Futebol determina a destinação de 20% das receitas do clube-empresa para o pagamento de dívidas da associação civil em um prazo de seis anos, prorrogáveis por mais quatro em caso de liquidação de 60% do débito original.



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