Henrique Luvannor recebeu com bom humor o apelido “Luva do Cruzeiro”, alusivo a Iran Ferreira, o Luva de Pedreiro, influenciador que vem bombando nas redes sociais. O atacante da Raposa já se divertiu bastante com os vídeos do jovem de 20 anos, popular na internet com o bordão “Receba!” após chutar a bola no ângulo em um campo de terra, espinhos e cascalhos no povoado de Tábua, na cidade baiana de Quijingue, a 322 quilômetros de Salvador. O acessório de proteção para as mãos em atividades de construção civil e, claro, o carisma e a simplicidade ajudaram o garoto a acumular milhões de inscritos no YouTube e no TikTok. O atleta cruzeirense se mostrou feliz pelo sucesso do 'Luva original'.
- Novo titular do Cruzeiro, Luvannor foi goleador na Europa
“Já vi alguns vídeos do ‘Luva de Pedreiro’ e até ria muito. É um garoto humilde, merece muito o que ele está vivendo hoje em dia e eu espero que Deus continue o abençoando. Quando cheguei ao clube, o pessoal já começou a falar: ‘Luva do Cruzeiro’”, afirmou Luvannor, ao ser perguntado sobre a repercussão dos torcedores.
“Lá fora, as pessoas sempre me chamaram de Luva, mas não sabiam o significado. No Brasil, nós sabemos o que é uma luva, aí fica engraçado. Eu vindo para cá, com o ‘Luva de Pedreiro’ estourando, falei: ‘isso vai pegar fácil’. Foi bacana, o torcedor gostou, vai existir essa brincadeira. Não tem problema, é o ‘Luva do Cruzeiro’. Fechado!”.
Em 18 de abril, Luvannor foi anunciado pelo Cruzeiro em um vídeo inspirado em Iran Ferreira. No gramado de um dos campos da Toca da Raposa II, o camisa 90 chutou a bola de pé esquerdo no ângulo direito, correu em direção à câmera, saltou movimentando os braços na comemoração e gritou: “Siiim! Receba! Aqui é o Luva do Cruzeiro! Ó… fechamento! Obrigado meu Deus pela oportunidade. Vamooo!”.
A batida na gaveta foi um indício da qualidade do atacante nos arremates. Foi justamente essa característica que o fez sair da lateral esquerda, em seu início de carreira no Paranoá-DF e no Morrinhos-GO, e virar atacante quando chegou ao Sheriff Tiraspol, da Moldávia, pelo qual marcou 55 gols em 118 jogos.
“Quando comecei, foi como lateral-esquerdo. Só que eu era muito ofensivo, conseguia fazer gols em amistosos, e o treinador decidiu em razão dessa qualidade ofensiva. No momento eu estava fazendo mais gols que os próprios atacantes, então ele optou por me colocar de ponta-esquerda. A partir dali as coisas começaram a dar certo para mim”.
O “Luva do Cruzeiro” também se destacou no “Mundo Árabe”, onde acumulou 79 gols em 188 partidas por clubes dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita. Na Raposa, balançou a rede em sua segunda apresentação, no triunfo por 1 a 0 sobre o Londrina, na última terça-feira, pela 4ª rodada da Série B. Edu, artilheiro do elenco em 2022, com 11 gols, deu a assistência. Apesar de não ter treinado ao lado do centroavante, Luvannor espera que a parceria se repita na sequência do campeonato.
“Desde quando cheguei aqui, não tive um treino com o Edu. Quando cheguei, fiz o trabalho físico à parte. E quando fui para o grupo, o Edu estava no DM. Então foi minha primeira participação junto com ele em campo. Claro que falta um pouco de entrosamento, mas no jogo a jogo vamos nos adaptando e entendendo um ao outro. O importante é sempre estar disposto a ajudar”.
O Cruzeiro depende apenas de si para entrar no G4 da Série B na 5ª rodada. Para isso, basta vencer a Chapecoense neste sábado, às 19h, na Arena Condá, em Chapecó. O time catarinense obteve duas vitórias e dois empates até o momento, ficando em segundo lugar, com oito pontos.