O presidente do Athletico-PR, Mário Celso Petraglia, considerou ‘absurdamente baixos’ os valores das vendas das Sociedades Anônimas do Futebol de Cruzeiro, Vasco e Botafogo. Em entrevista ao portal Um Dois Esportes, ele comparou as operações ao preço de um jogador.
“O que estamos vendo atualmente são os clubes se entregando a investidores por preços absurdamente baixos. É o preço de um jogador”.
Cruzeiro e Botafogo tiveram 90% das ações adquiridas por R$ 400 milhões pelo ex-jogador Ronaldo e o empresário americano John Textor, respectivamente. Já o Vasco receberá R$ 700 milhões do fundo 777 Partners, dos Estados Unidos, por 70% da SAF.
Com relação às transferências de jogadores, o Paris Saint-Germain pagou 222 milhões de euros ao Barcelona pelos direitos econômicos de Neymar, em agosto de 2017. À época, o montante equivalia a R$ 824 milhões. Na cotação atual, supera R$ 1,28 bilhão.
Do Brasil para o exterior, o Flamengo faturou 45 milhões de euros (R$ 164 milhões na época) pela ida de Vinícius Junior ao Real Madrid, em maio de 2017, e 35 milhões de euros (R$ 150 milhões) na saída de Lucas Paquetá para o Milan, em outubro de 2018.
E o Athletico-PR? Segundo Petraglia, ainda será feito um estudo sobre o valor do clube. “Tenho várias propostas, mas vou fazer avaliação, quero saber o quanto valemos. Temos um modelo que nos interessa da melhor forma, mas vamos ver como o mercado reage”.
Nos últimos anos, o Athletico deu um salto esportivo ao conquistar duas Copas Sul-Americanas, em 2018 e 2021, e uma Copa do Brasil, em 2019. O CAP também ganhou o Brasileirão de 2001, a Série B de 1995 e 26 campeonatos estaduais.
O Athletico ainda faturou bastante com vendas de atletas, com destaque para o volante Bruno Guimarães, comprado pelo Atlético de Madrid, da Espanha, por 25 milhões de euros (R$ 115,2 milhões), em janeiro de 2020.
Na transferência de Guimarães do Atlético de Madrid para o Newcastle, da Inglaterra, em janeiro de 2022, o Furacão teve direito a 20% dos 42 milhões de euros - cerca de R$ 50 milhões de um total de R$ 245 milhões.
Graças às transações milionárias e à boa gestão financeira, o Athletico obteve receitas de R$ 390 milhões em 2019 e R$ 324 milhões em 2020. O superávit no ano retrasado fechou em R$ 134 milhões.
Cruzeiro, Vasco e Botafogo
Nos casos de Cruzeiro, Vasco e Botafogo, os investidores se comprometeram a aportar os valores estipulados no contrato, além de se tornarem solidários às pendências dos clubes. Eles terão de gerar receitas para quitar o passivo das associações civis em até dez anos.
Como Cruzeiro, Vasco e Botafogo devem acima de R$ 1 bilhão, o argumento de profissionais do mercado é que o novo sócio-proprietário se tornou co-responsável pelo débito - ou seja, a quantia envolvida não se limita a R$ 400 milhões ou R$ 700 milhões.