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Conselho do Cruzeiro votará expulsão de Wagner Pires nesta segunda-feira

Ex-presidente do clube pode perder o título de conselheiro benemérito

06/02/2022 15:30 / atualizado em 06/02/2022 15:49
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Wagner Pires de Sá pode ser expulso do Conselho do Cruzeiro
foto: Igor Sales/Cruzeiro E.C.

Wagner Pires de Sá pode ser expulso do Conselho do Cruzeiro


O Conselho Deliberativo do Cruzeiro decidirá nesta segunda-feira se o ex-presidente Wagner Pires de Sá será excluído do quadro social do clube. A reunião está marcada para 19h, no ginásio do parque esportivo do Barro Preto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Os portões da Rua Guajajaras, nº 1722, serão abertos às 17h30 e fechados às 19h. A votação terá a participação de conselheiros beneméritos, natos e efetivos do Cruzeiro. O acesso será feito com a carteira do clube, e os que ainda não receberam o passaporte poderão retirá-lo no local.

De acordo com o Cruzeiro, os presentes na reunião extraordinária vão acompanhar a leitura completa do relatório sobre o ex-dirigente, e, em seguida, a defesa poderá se pronunciar. Depois, haverá a votação fechada na qual os conselheiros vão responder, em cédula, sobre a perda do mandato.

No fim, a Comissão de Fiscalização acompanhará a apuração e divulgará o resultado. No dia da votação, o clube do Cruzeiro do Barro Preto estará fechado para as atividades dos associados e as escolas de esportes. A votação para a exclusão de Pires de Sá não será aberta à imprensa.

Wagner será julgado por seus pares, entre outros motivos, por eventual "falta de natureza grave" cometida ao longo do mandato. Ele esteve no cargo entre entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019, quando renunciou ao lado de seus dois vices, Hermínio Lemos e Ronaldo Granata.

O ex-presidente renunciou ao cargo um ano antes do término de seu mandato sob denúncias de irregularidades administrativas. Ele dirigiu a Raposa durante a campanha que resultou no rebaixamento celeste ao final do Brasileirão 2019.

Wagner Pires de Sá e Itair Machado em entrevista no dia 27 de maio de 2019 para explicar denúncias de corrupção na gestão do Cruzeiro exibidas no Fantástico, da TV Globo
foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Wagner Pires de Sá e Itair Machado em entrevista no dia 27 de maio de 2019 para explicar denúncias de corrupção na gestão do Cruzeiro exibidas no Fantástico, da TV Globo



Wagner responde na Justiça por três possíveis crimes na gestão do Cruzeiro: falsidade ideológica, apropriação indébita e formação de organização criminosa. Seus dois homens de confiança eram o ex-vice-presidente de futebol, Itair Machado, e o ex-diretor geral, Sérgio Nonato.

O mandato de Pires de Sá foi marcado por gastos exacerbados com salários, serviços terceirizados, comissões e cartões corporativos. Em dois anos, a dívida total do clube saltou de R$400 milhões para mais de R$1 bilhão.

Segundo relatório da Kroll, empresa especializada em consultoria de riscos, as despesas de Wagner superaram R$1,18 bilhão no biênio 2018/2019 - 53% a mais que os R$770 milhões na 'era' Gilvan de Pinho Tavares, em 2016/2017.

O modus operandi trouxe um título da Copa do Brasil (2018) e dois do Campeonato Mineiro (2018 e 2019), porém resultou na queda à Série B, em 2019, e mergulhou o clube em uma crise financeira sem precedentes.

A situação financeira do Cruzeiro ficou tão complicada que a solução encontrada foi a criação da Sociedade Anônima do Futebol para atrair investidores. O ex-jogador Ronaldo Fenômeno tem acordo para adquirir 90% das ações por um aporte de R$ 400 milhões nos próximos anos.

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