Multicampeão pelo Cruzeiro na década de 1990, o ex-atacante Roberto Gaúcho criticou ídolos recentes da história celeste. Em participação na live do Canal do Zeiro, o ex-ponta disse que jogadores que atuaram durante a gestão do presidente Wagner Pires de Sá, entre 2018 e 2019, "usaram o Cruzeiro para ganhar dinheiro".
Roberto Gaúcho acredita que jogadores que participaram dos dois títulos seguidos do Cruzeiro na Copa do Brasil, em 2017 e 2018, se mancharam e não serão mais eternizados como ídolos da torcida. Ele citou o goleiro Fábio, o lateral-direito Edilson, os zagueiros Dedé e Leo, o atacante Fred e os meio-campistas Robinho e Thiago Neves como nomes que recebiam salários abusivos no Cruzeiro. Em relação a Thiago Neves, Roberto Gaúcho ainda acusou que houve a prática de 'rachadinha' entre o meia, empresário e diretoria do salário mensal de R$ 1 milhão.
"É uma pena. Muitos jogadores eram ídolos do Cruzeiro e mancharam a história. Poxa, bicampeão brasileiro em 2017 e 2018. Infelizmente, mancharam. Usaram muito o Cruzeiro para ganhar dinheiro com esquema, com presidente, com... Isso aí não adianta a gente falar mais, já é passado, que dividia o salário entre o presidente, o empresário e o jogador. R$ 1 milhão por mês para o Thiago Neves, isso não existe. Pro Fred, pro Leo zagueiro. O próprio Fábio ganhava R$ 800 mil, isso para um goleiro não existe para um goleiro. O Fernando Prass é meu amigo, foi campeão da Copa do Brasil no Palmeiras (em 2015) e ganhava R$ 170 mil na época em que o Fábio já ganhava R$ 700 mil, pô. Então, era tudo algo... O Fábio é nosso ídolo, eu amo o Fábio também, ele é o maior goleiro da história do Cruzeiro, ele e o Dida, mas os caras souberam usar o Cruzeiro para ficar milionários. A maioria, né Edilson mora aqui no Sul também. O Renato (Gaúcho) falou para mim que, parece, que ele ganhava R$ 110 mil no Grêmio e veio ganhando R$ 450 mil no Cruzeiro. É um lateral-direito, com todo o respeito, ele é meu amigo, mas um lateral-esquerdo [direito, na verdade] mediano, comum, pô. Outro garoto que vocês achavam que era ídolo também, um tal de Robinho. Ganhava um dinheiro... Era um jogador comum. Jogava aqui no Avaí, aqui do lado de casa, um time comum, com todo o respeito. Era um jogador comum, pô. A maioria desses jogadores aí, né?! Então, Dedé... É muito triste, mas agora já foi", declarou.
Roberto Gaúcho argumentou que os valores que recebeu no período em que defendeu o Cruzeiro eram completamente diferentes. Segundo o ex-atacante, o clube sempre manteve os vencimentos do elenco em dia, diferentemente do que ocorreu em gestões recentes. Segundo o veterano, apenas "um ou dois" não se mancharam nesse período em que a Raposa entrou em uma grave crise financeira
"Na nossa época, a gente não pode reclamar. A gente ganhava bem. Ganhamos muitos títulos, e a maioria dos jogadores puderam comprar muitas coisas. A gente não ganhava isso que ganhava hoje, com certeza. O cara ganha R$ 1 milhão, R$ 600 mil, aí a gente não ganhava. Mas tinha um salário bom, recebia em dia, tinha um bicho bom, premiação sempre em dia. O Cruzeiro, nos sete anos que fiquei, nunca deixou de pagar nada. Pagava tudo, tudo, tudo. Então, os jogadores dessa década aí só tem a agradecer. Eu fico triste com esses jogadores que eu citei e tudo, porque eles poderiam ser ídolos. E isso não tem preço, o cara chegar numa cidade... Daqui uns anos eles vão sentir a falta disso aí. Isso não ficou legal, né? Ficou uma história manchada da maioria desses jogadores aí. Se escapar um ou dois é muito", concluiu.
Roberto Gaúcho brilhou pelo Cruzeiro na década de 1990. Foram 56 gols em 221 jogos do então ponta-esquerda com a camisa estrelada. Ele conquistou os títulos da Copa do Brasil (1993 e 1996), da Copa Ouro (1995), da Copa Libertadores (1997) e da Supercopa da Libertadores (1992), além de três estaduais (1992, 1994 e 1996).
Respostas dos citados
Ao Superesportes, o agente de Thiago Neves, Leandro Lima, afirmou que as declarações de Roberto Gaúcho não condizem com a realidade. "Nem o salário ele acertou. Nem faz sentido depois de todas as auditorias e investigações que foram feitas no clube", disse.
Via assessoria de imprensa, Thiago Neves preferiu não se pronunciar.
Representante do atacante Fred, Francis Melo ressaltou que atua de forma íntegra na gestão dos atletas com quem trabalha. "A única coisa que tenho na vida é meu nome, simplesmente porque jamais fiz algo desleal ou antiético em toda a minha vida profissional", declarou.
Empresário de Dedé, Giuliano Magrão disse que "desconsidera" as declarações de Roberto. "Ele fala de uma maneira generalizada. No nosso caso, a carapuça não serve para a gente com relação a esquema de dinheiro, de repasse. Acredito que ele não esteja nos acusando diretamente, então desconsidero essa entrevista do Roberto", disse o representante do zagueiro, que chegou a acordo com o Cruzeiro da cobrança de mais de R$ 35 milhões na Justiça.
Via assessoria de imprensa, Thiago Neves preferiu não se pronunciar.
Representante do atacante Fred, Francis Melo ressaltou que atua de forma íntegra na gestão dos atletas com quem trabalha. "A única coisa que tenho na vida é meu nome, simplesmente porque jamais fiz algo desleal ou antiético em toda a minha vida profissional", declarou.
Empresário de Dedé, Giuliano Magrão disse que "desconsidera" as declarações de Roberto. "Ele fala de uma maneira generalizada. No nosso caso, a carapuça não serve para a gente com relação a esquema de dinheiro, de repasse. Acredito que ele não esteja nos acusando diretamente, então desconsidero essa entrevista do Roberto", disse o representante do zagueiro, que chegou a acordo com o Cruzeiro da cobrança de mais de R$ 35 milhões na Justiça.
A reportagem não conseguiu o contato com representantes de outros jogadores citados na entrevista de Roberto Gaúcho.