Com acordo para adquirir 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol do Cruzeiro, Ronaldo anunciou em entrevista coletiva no dia 11 de janeiro que o orçamento para o futebol havia sido reduzido de R$ 90 milhões para R$ 35 milhões.
Segundo ele, a medida se fez necessária por causa da previsão de receita calculada em R$ 60 milhões. O Fenômeno garantiu que a Raposa deixará para trás a política de gastos acima do faturamento.
Segundo ele, a medida se fez necessária por causa da previsão de receita calculada em R$ 60 milhões. O Fenômeno garantiu que a Raposa deixará para trás a política de gastos acima do faturamento.
“Assim que anunciamos a compra da SAF, começamos a mergulhar no que era o orçamento do ano do clube. A primeira coisa que encontrei foi um orçamento de R$ 90 milhões com uma receita de R$ 60 milhões, que, inclusive, está gasta (...)”.
“(...) Baixamos o orçamento para R$ 35 milhões, quase três vezes menos (...). É um momento de reações impopulares, mas que são extremamente necessárias para que o clube volte a ser grande como não deveria ter deixado de ser”.
Conforme ressaltado por Ronaldo, o Cruzeiro trabalhará as despesas do futebol - salários de jogadores, comissão técnica e funcionários; direitos de imagem, luvas, comissões, negociações e custos operacionais - dentro dos R$ 35 milhões.
A SAF ainda terá de cumprir com o repasse de 20% do que arrecadar mensalmente para o abatimento de dívidas da associação civil, como acordos trabalhistas, cíveis, tributários e previdenciários.
A SAF ainda terá de cumprir com o repasse de 20% do que arrecadar mensalmente para o abatimento de dívidas da associação civil, como acordos trabalhistas, cíveis, tributários e previdenciários.
Há também o transfer ban na Fifa, na casa de R$ 23 milhões, a ser pago nos próximos dias para que o Cruzeiro registre os reforços na CBF antes da estreia no Mineiro, contra a URT, em Belo Horizonte, no dia 26 de janeiro.
O principal objetivo da Raposa em 2022 é o retorno à elite do Brasileiro. A concorrência será acirrada, já que a Segunda Divisão conta com seis times campeões da Série A - além do clube celeste (4 títulos), há Grêmio (2), Vasco (4), Bahia (2), Sport (1) e Guarani (1).
Grêmio, Vasco, Bahia e Guarani divulgaram a previsão orçamentária para 2022, assim como Criciúma e Ponte Preta. Nos casos de Sport, Náutico, Sampaio Corrêa e Vila Nova há números gerais citados por dirigentes.
Brusque, Chapecoense, CRB, CSA, Ituano, Londrina, Novorizontino, Operário e Tombense ainda não detalharam suas finanças.
Brusque, Chapecoense, CRB, CSA, Ituano, Londrina, Novorizontino, Operário e Tombense ainda não detalharam suas finanças.
Importante destacar que os clubes não aplicam todo o faturamento no futebol. Há diversas obrigações extraordinárias, como o setor administrativo, impostos e acordos trabalhistas, cíveis e tributários.
Assim, o valor da montagem do time será menor que a arrecadação, apesar de outras despesas contribuírem para deixar as instituições deficitárias.
Assim, o valor da montagem do time será menor que a arrecadação, apesar de outras despesas contribuírem para deixar as instituições deficitárias.
Previsão de receita dos clubes da Série B em 2022*
- Grêmio - R$ 294,4 milhões
- Vasco - R$ 173 milhões
- Bahia - R$ 95,6 milhões
- Cruzeiro - R$ 60 milhões
- Sport - R$ 55 milhões
- Ponte Preta - R$ 46,2 milhões
- Guarani - R$36,2 milhões
- Náutico - R$ 21 milhões
- Vila Nova - R$ 20 milhões
- Criciúma - R$ 12,2 milhões
- Sampaio Corrêa - R$ 12 milhões
* Brusque, Chapecoense, CRB, CSA, Ituano, Londrina, Novorizontino, Operário e Tombense não divulgaram números até o momento
Dos R$ 294,4 milhões que o Grêmio espera faturar, as principais fontes são de venda de atletas, R$ 95 milhões; contratos de TV, R$ 66,9 milhões; quadro social, R$ 51,5 milhões; e publicidade/patrocínio, R$ 40 milhões.
Em contrapartida, o tricolor gaúcho estipulou o custo de atividade do desporto em R$ 213,7 milhões, sendo R$ 147,2 milhões com remumerações do futebol profissional e do administrativo.
Descontadas despesas financeiras, depreciações e amortizações em mais de R$ 94 milhões, o superávit gremista seria de R$ 385 mil em 2022.
Em contrapartida, o tricolor gaúcho estipulou o custo de atividade do desporto em R$ 213,7 milhões, sendo R$ 147,2 milhões com remumerações do futebol profissional e do administrativo.
Descontadas despesas financeiras, depreciações e amortizações em mais de R$ 94 milhões, o superávit gremista seria de R$ 385 mil em 2022.
Já o Vasco despenderá R$ 75 milhões com salários e encargos em 2022, contando futebol e administrativo. O curioso é que as despesas de R$ 235 milhões superam com muita folga os R$ 173 milhões de arrecadação.
O Bahia, da mesma forma que o Cruzeiro, concentra-se em enxugar gastos. Dos R$ 95,6 milhões esperados de faturamento, R$ 52 milhões irão para o futebol.
Ponte Preta e Guarani também prometem uma gestão de “pés no chão”, com R$ 27,9 milhões e R$ 19,3 milhões, respectivamente, para bancar a prática esportiva profissional.
O Criciúma apertará ainda mais o cinto, pois terá R$ 10,1 milhões guardados para o futebol em um total de R$ 12,2 milhões.
Ponte Preta e Guarani também prometem uma gestão de “pés no chão”, com R$ 27,9 milhões e R$ 19,3 milhões, respectivamente, para bancar a prática esportiva profissional.
O Criciúma apertará ainda mais o cinto, pois terá R$ 10,1 milhões guardados para o futebol em um total de R$ 12,2 milhões.
Quanto aos demais clubes, nenhum deles deverá ultrapassar o orçamento do Cruzeiro. É o que indicam os balanços divulgados por alguns nos últimos anos.
O Operário, por exemplo, recebeu R$ 14,9 milhões em 2020, ante um gasto de R$ 14,5 milhões. O CRB apresentou números semelhantes em 2019: R$ 15 milhões de receitas e R$ 14,5 milhões de despesas.
A Chapecoense, segundo seu balanço de 2020, extrapolou ao montar o elenco campeão da Série B: mais de R$ 51 milhões de despesas operacionais, para uma receita bruta de R$ 27,8 milhões.
Um caso à parte é o do Ituano, que encheu os cofres ao vender Gabriel Martinelli ao Arsenal, da Inglaterra, em junho de 2019, por R$ 30 milhões. O clube também faturou de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões de cota de TV por ano no Paulistão.
O Ituano obteve R$ 24,5 milhões em receitas em 2018, R$ 37,2 milhões em 2019 e R$ 22,1 milhões em 2020. O superávit dos últimos três anos fechou em quase R$ 7 milhões.