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Saiba os próximos passos após a venda das ações do Cruzeiro SAF a Ronaldo

Fenômeno se comprometeu a investir R$ 400 milhões no time nos próximos anos

27/12/2021 15:30 / atualizado em 27/12/2021 16:09
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Ronaldo Fenômeno se tornou acionista majoritário da SAF do Cruzeiro
foto: XP/Divulgação

Ronaldo Fenômeno se tornou acionista majoritário da SAF do Cruzeiro


O Cruzeiro vem sendo assunto na imprensa esportiva internacional desde o dia 18 de dezembro, quando soltou a notícia da venda de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol ao ex-jogador Ronaldo. Na negociação intermediada pela XP Investimentos ficou definido que o antigo camisa 9 de Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid e Seleção Brasileira aportará R$ 400 milhões no clube que o revelou para o futebol pelos próximos anos.

Mas o que falta para o dinheiro de fato começar a entrar nos cofres celestes? Em recente entrevista ao programa 98 Futebol Clube, da Rádio 98, o advogado Bruno Volpini, que participou da constituição da SAF do Cruzeiro, explicou que o próximo passo é a realização de uma “due diligence” (diligência prévia, na tradução do inglês para o português). Nesse processo, a equipe de Ronaldo analisará a gestão financeira, contábil e fiscal, trabalhista, previdenciária, jurídica e tecnológica da instituição.

“Existe um caminho longo a ser seguido, do pouco que conversei. A partir de agora dará início a um M & A (mergers and acquisitions, que significa fusões e aquisições). Dentro desse fio que envolve uma aquisição do Cruzeiro, o passo seguinte é uma due diligence, onde o investidor Ronaldo, através do fundo dele, procurará entender o tamanho dessa dívida e se as informações passadas para que ele pudesse fazer essa proposta vinculante são reais”.

Conforme o balanço mais recente do Cruzeiro, do exercício do primeiro semestre de 2021, a dívida girava em torno de R$ 962,5 milhões - R$390,1 milhões em curto prazo (vencimento inferior a um ano) e R$573 milhões em longo prazo (vencimento superior a um ano). Todavia, os envolvidos na operação apresentaram a Ronaldo o valor de R$ 1 bilhão. Se houver concordância, as partes partem para a assinatura do, no qual, segundo Volpini, serão discutidas as cláusulas.

“Sendo favorável essa due diligence, sem nenhuma cabeça de boi escondida, que possa influenciar o gol ou não gol dele, o clube passa para a discussão do contrato, onde serão negociadas as cláusulas, as condições, se vai ter ou não uma diluição, se se terá alguma penalidade caso o Ronaldo não cumpra o acordo, se haverá cláusula de aquisição da totalidade da participação dele, se terá um Tag Along (mecanismo de proteção ao acionista minoritário), que é uma cláusula de arrastar ou não se amanhã ele quer vender”, disse.

“São questões técnicas que serão debatidas pelos advogados na mesa de negociação. O gol foi feito pela XP, agora o VAR vai analisar se foi ou não válido. Se entender que o gol é válido e o clube conseguir negociar as salvaguardas e garantias, um contrato definitivo será assinado e efetivamente teremos o Ronaldo como investidor do Cruzeiro”, concluiu Bruno Volpini.

Comitê de transição


O comitê de transição do Cruzeiro conta com dois dirigentes do Real Valladolid, da Espanha, outro clube pertencente a Ronaldo: o diretor de negócios Gabriel Lima e o diretor de estratégia desportiva Paulo André Benini.

Gabriel será responsável pelo diagnóstico e planejamento estratégico de negócio e operacional do Cruzeiro, ao passo que Paulo André cuidará do planejamento estratégico do futebol.

A transição também contará com a participação do escritório de advocacia BMA - Barbosa, Müssnich & Aragão. A empresa conduzirá a auditoria jurídica. Já a XP Investimentos dará suporte na reestruturação financeira.

Além destas companhias, a Alvarez & Marsal prestará assistência a todos os processos de transição, e a Rioscom atuará junto à comunicação do Cruzeiro na relação com a imprensa.

Ao adquirir 90% das ações do Cruzeiro, Ronaldo se tornou responsável solidário pela dívida de R$ 1 bilhão da associação civil, para a qual terá de repassar 20% das receitas mensais e 50% do lucro da SAF pelos próximos 10 anos.

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