O Cruzeiro informou na noite desta segunda-feira que realizou na última sexta (10) o pagamento da primeira parcela da compra dos direitos econômicos de Vitor Leque, emprestado pelo Atlético-GO até maio de 2022. A diretoria celeste divulgou nota oficial rebatendo o pedido do clube goiano para a devolução do atacante de 20 anos, além de exigir a apresentação do atleta para a pré-temporada em janeiro do ano que vem.
“O contrato de empréstimo de Vitor Leque com o Cruzeiro previa o exercício de compra em definitivo, o que foi formalizado pelo clube no último dia 10. Além de notificarmos o clube goiano, já realizamos o pagamento da 1ª parcela no mesmo dia, cumprindo o que previa o contrato. Somente após nossa notificação e pagamento da 1a parcela é que o Atlético, inerte até então, solicitou o retorno do atacante, o que não faz qualquer sentido jurídico. O atleta tem vínculo e registro com o Cruzeiro, que aguarda sua imediata apresentação para treinamentos, sob pena de clube e jogador serem acionados juridicamente”.
Mais cedo, em contato com o Superesportes, o presidente do Atlético-GO, Adson Batista, explicou o imbróglio. “Pedimos o retorno do Leque. O Cruzeiro quando fez o negócio do Renato Kayzer agiu da mesma forma, só fez a solicitação e pronto. E eles nem pagaram o negócio do Kayzer. A gente quer usar um direito que tínhamos de pedir o retorno deste jogador (Vitor Leque). Pretendemos utilizá-lo no ano que vem”.
O diretor jurídico Marcos Egídio reforçou o posicionamento de Adson. “O Cruzeiro tem a preferência de aquisição de parte dos direitos econômicos em relação a terceiros, não em relação ao Atlético-GO. O que tem mais força sempre é o contrato de trabalho. Ele se sobrepõe a qualquer depósito. O Atlético não aceita dinheiro (de passe fixado). A preferência é nossa e esperamos a apresentação do Vitor Leque no dia 4 de janeiro”.
Em setembro de 2020, o Cruzeiro solicitou a liberação de Renato Kayzer, que estava emprestado ao Atlético-GO, para negociá-lo com o Athletico-PR. A venda de parte dos direitos econômicos do atacante rendeu ao time mineiro cerca de R$3,8 milhões. Adson não explicou à reportagem qual percentual do valor os goianos tinham direito de receber.
Com relação a Vitor Leque, o próprio presidente do Atlético-GO revelou ao Superesportes em outubro que o Cruzeiro deveria pagar R$700 mil para comprar 50% dos direitos econômicos. O jovem ganhou espaço com o técnico Vanderlei Luxemburgo e se firmou como titular na ponta direita, contribuindo com dois gols e três assistências em 10 partidas na Série B. Também alcançou bons números no sub-20: sete gols em 14 jogos.