Mais de 40 mil torcedores são esperados no Mineirão nesta quinta-feira, quando o Cruzeiro enfrenta o Náutico, a partir das 20h, pela 38ª rodada da Série B. A multidão azul e branca assistirá à despedida de dois jogadores bastante identificados com o clube: o atacante Rafael Sobis, que anunciou o fim da carreira, e o volante Ariel Cabral, cujo contrato não será renovado para 2022. Sem chance de acesso e livre do risco de rebaixamento, o time cumprirá tabela no campeonato - é o 13º colocado, com 47 pontos.
O estádio cheio é um alento para as finanças da Raposa, que convive com constantes atrasos salariais e tem dívida de quase R$1 bilhão, conforme o balanço do primeiro semestre de 2021 divulgado em 20 de outubro. Caso o Gigante da Pampulha conte com 40 mil ou mais torcedores, a tendência é que a renda bruta supere R$1 milhão. Descontadas as despesas, o lucro líquido giraria em torno de R$750 mil e poderia ajudar a colocar em dia parte das remunerações de atletas e funcionários.
A vitória sobre o Brusque por 2 a 0, em 9 de novembro, pela 35ª rodada da Série B, serviu de parâmetro para o possível lucro do Cruzeiro contra o Náutico. No jogo de duas semanas atrás, o público foi de 34.687 torcedores (32.979 pagantes) e a renda bruta fechou em R$834.995,00. Descontando despesas de R$229.975,92 e impostos de R$3.195,95, o saldo da Raposa ficou em R$601.823,13. Os adeptos celestes comemoraram o triunfo que praticamente salvou o clube do Z4 - gols de Vitor Leque e Giovanni.
O estádio cheio garantiu ao Cruzeiro um lucro quase 13 vezes superior aos oito jogos anteriores como mandante, no próprio Mineirão, na Arena do Jacaré e no Independência. Entre superávits e déficits, o valor agregado era de R$47.204,06. Após o jogo contra o Brusque, subiu para mais de R$649 mil. Contra o Náutico, o montante acumulado provavelmente ultrapassará R$1,3 milhão. Em entrevista ao programa Bastidores, da Rádio Itatiaia, Rafael Sobis destacou a importância de ter o torcedor em peso no estádio e ao mesmo tempo conseguir uma boa compensação financeira.
"A ideia é essa de, acho que também para ajudar, recompensar, agradecer as pessoas que me ajudaram. Fiz um pedido que fosse o máximo de funcionários da Toca II, onde eu trabalhei a minha vida toda. Não sei se será possível todos, cada um tem seus afazeres, a Toca tem que funcionar também. Pedi sim preços populares para ir o máximo de gente possível, porque também a renda é importante para o clube nesse momento. Preços populares para ir o máximo de gente possível e alguma ação social", disse o camisa 10.
"Talvez seja minha última oportunidade de ajudar bastante gente. Vou seguir ajudando as pessoas, mas nesse caso é uma boa oportunidade. É bom para todo mundo, é bom para quem precisa, é bom que os preços são populares e é bom para o clube ter uma renda no seu último jogo. Na minha cabeça tentei fazer com que pudesse ajudar o máximo de pessoas possíveis, sem atrapalhar o clube, sem ter polêmica, vamos dizer assim", complementou.