Comentaristas detonam 'jogo de compadres' entre Cruzeiro e Sampaio Corrêa

Sem chance de acesso e com risco pequeno de queda para a Série C, Sampaio Corrêa e Cruzeiro fizeram um dos piores jogos da Série B em confronto nesta quinta-feira (18), pela 37ª rodada. O empate por 1 a 1 foi definido no primeiro tempo, com gols de Maurício (SC) e Léo Santos (C). Na etapa final, os times abriram mão de medir forças. Os jogadores dos dois clubes claramente administraram o empate.

Durante análise da partida no programa Troca de Passes , do Sportv, os comentaristas Raphael Rezende, Alexandre Lozetti e Ricardinho criticaram duramente o comportamento dos dois times em campo e lamentaram o desrespeito com o torcedor. Todos citaram o termo 'jogo de compadre'.

A igualdade no Nordeste fez Sampaio Corrêa e Cruzeiro atingirem 47 pontos na Série B, com os maranhenses à frente na classificação, em 10º, graças à vantagem no número de vitórias: 12 a 10. 

"Esse segundo tempo, hein, que coisa vergonhosa. Lamentável a postura dos times no segundo tempo, é desrespeito com o torcedor do seu clube. Foi de maneira acordada, não foi algo que surgiu. O que eles fizeram foi lamentável e tem que ser falado, tem que se jogar luz sobre isso. É tosco, não tem como fugir", disse Raphael Rezende.

Alexandre Lozetti foi na mesma linha e detonou a postura das equipes dirigidas por João Brigatti e Vanderlei Luxemburgo. "O fato de não ter acontecido absolutamente nada no segundo tempo por vontade dos dois times... Não é que eles não conseguiram jogar, eles não quiseram jogar", lamentou.

Ex-jogador, Ricardinho foi o mais moderado e destacou a importância do empate para os dois clubes. A despeito disso, o ex-meia criticou o comportamento dos times na etapa final. 

"O empate faz parte do jogo, agora, você tem que ter ambição da vitória. Quando você não tem ambição da vitória, vê uma situação dessa no segundo tempo, um não queria atacar, outro não fazia questão de ir ao ataque. Chegaram à conclusão que era um resultado muito importante para os dois. E realmente era. Os 47 pontos tiram os dois times de qualquer risco de rebaixamento. Nesse momento, com esse empate, não correm mais risco. É ruim para o futebol esse tipo de coisa, quando começa a ver o time ter chance de contra-atacar e ocupar espaço no campo adversário e ele prefere circular a bola, tocar ela de bola, fazer trabalho de campo intermediário. É uma situação ruim, passa recado ruim. Foi o que as equipes demonstraram no segundo tempo. Foi importante para os dois, mas não é situação boa para o esporte, para o futebol", comentou Ricardinho.

Luxemburgo achou tudo normal

Após o empate por 1 a 1, o técnico Vanderlei Luxemburgo não criticou o Cruzeiro por se conformar com o empate. Ele admitiu que seu time administrou o 1 a 1.

"Depois, cara, assim, nós estamos no futebol há muito tempo. As duas equipes começaram a administrar o resultado, né? Podia ir pra frente, mas jogava com o zagueiro, jogava com o volante, jogava para o lado do campo. Por que? Porque o resultado avançava com 47 pontos. Independentemente de não definir (a permanência na Série B), mas tem que cair o mundo para que possa, pela primeira vez, cair um clube com 47 pontos", argumentou Vanderlei Luxemburgo.

Apesar do futebol pífio do time, o treinador pediu ao torcedor para lotar o Mineirão no jogo de domingo, às 16h, contra o Náutico, que fechará a temporada celeste na Série B. Pelo segundo ano seguido, o clube fracassou no projeto de voltar à elite.

"E nós ainda temos um jogo contra o Náutico, que é o último jogo da temporada, que nós temos que somar pontos. Vamos ter a casa cheia, vamos convidar o torcedor, a casa cheia, despedida do Rafael Sobis, do Ariel Cabral. então, quer dizer, vamos ter essa possibilidade de buscar mais um resultado positivo", concluiu o treinador.

A partida no Mineirão marcará as despedidas de Ariel Cabral e Rafael Sobis do Cruzeiro. Os contratos de ambos se encerram em 31 de dezembro. O argentino de 34 anos ainda não informou se dará continuidade à carreira. Por sua vez, o atacante, de 36, fará o seu último jogo como profissional.

Chance de queda do Cruzeiro