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Investidores do Cruzeiro? Veja empresários milionários torcedores do clube

Clube espera captar recursos para o futebol tão logo se transformar em empresa

05/10/2021 06:00 / atualizado em 05/10/2021 15:33
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Supermercados BH, de Pedro Lourenço, fechou 2020 com faturamento de quase R$9 bilhões. Não há informações sobre o lucro líquido, porém considerando uma margem de 2 a 3%, o resultado positivo seria de R$180 milhões a R$270 milhões
foto: Prefeitura de Montes Claros/Divulgação

Supermercados BH, de Pedro Lourenço, fechou 2020 com faturamento de quase R$9 bilhões. Não há informações sobre o lucro líquido, porém considerando uma margem de 2 a 3%, o resultado positivo seria de R$180 milhões a R$270 milhões

Tão logo se transformar em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) , o Cruzeiro espera captar recursos para viabilizar os custos operacionais e amortizar sua dívida - atualmente na casa de R$900 milhões . O martelo sobre os investidores ainda está longe de ser batido, porém na própria torcida existem empresários bem-sucedidos em suas áreas de atuação com patrimônios suficientes para ajudar a instituição a se reerguer e reencontrar os caminhos de vitórias e títulos importantes.

O principal apoiador é Pedro Lourenço , fundador da rede Supermercados BH, com mais de 200 lojas espalhadas por Minas Gerais. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o grupo encerrou 2020 em sétimo lugar no ranking do Brasil, com R$8,9 bilhões em faturamento bruto. No ano passado, o BH adquiriu 14 unidades do Supermercado Sales, além de três postos de combustíveis.

Empresários milionários que torcem pelo Cruzeiro



Pedrinho, como é conhecido o empresário, colabora constantemente para o Cruzeiro na aquisição de direitos econômicos de jogadores - casos de Arrascaeta e Orejuela - e no pagamento de salários. Na última operação, em agosto de 2021, ele aportou mais de R$8 milhões, que foram convertidos em renovação do patrocínio master até 2023. O clube usou o recurso para quitar parte dos vencimentos em atraso.

Especula-se que Lourenço e o Supermercados BH sejam os principais credores do Cruzeiro fora do universo de bancos. Sem especificar quem emprestou o dinheiro, o clube informou no balanço financeiro de 2020 uma pendência de R$49,118 milhões com “pessoa física e pessoa jurídica não financeira”, ante R$50,362 milhões em 2019. Com as movimentações de 2021, a tendência é que as cifras superem novamente os R$50 milhões.


Um dos principais fornecedores do Supermercados BH, a Vilma Alimentos  tem Thiago Costa no cargo de diretor comercial. Ele é herdeiro do ex-presidente da companhia, Domingos Costa, que morreu em acidente aéreo em julho de 2012. Em entrevista à Revista Encontro em janeiro de 2013, Thiago relembrou o carinho do pai pelo clube celeste. “É muito forte a lembrança de ir, ainda criança, ao Mineirão, na companhia dele, que era um apaixonado pelo Cruzeiro e pelo esporte”.

A Vilma Alimentos, ex-parceira do Cruzeiro, faturou mais de R$907 milhões em 2019, com lucro líquido na ordem de R$126,2 milhões. A principal atividade do grupo é a moagem e comercialização de produtos derivados do trigo, massas alimentícias e misturas pré-preparadas na fábrica do bairro Cidade Industrial, no limite de Contagem com Belo Horizonte. Em 2014, a empresa passou a produzir biscoitos, pipocas e salgadinhos na filial de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.

Quem também se envolve no dia a dia da Raposa é Régis Campos , da construtora Emccamp , responsável pela edificação de mais de 65 mil unidades habitacionais de 1, 2 e 3 quartos em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2020, a empresa contabilizou receita líquida de R$355,2 milhões e um lucro líquido de R$40,7 milhões. Já o caixa encerrou o ano com saldo de R$166,5 milhões.

Além de já ter patrocinado o Cruzeiro por meio da Emccamp, Régis é um dos interlocutores das conversas com a XP Investimentos, que fará a gestão dos recursos a serem direcionados à Sociedade Anônima do Futebol.

“O investidor não vai colocar 300 milhões no time para ficar nas mãos de terceiros. Ele não aceita isso. Inclusive, tudo o que está colocado na SAF, e a lei foi criada dessa forma. Quem vai decidir contratação de jogador, técnico, vai ser este novo gestor, que será o investidor (...). Esperamos que o investidor venha logo para dar tempo de fazer um planejamento para 2022 de time e com treinador de Série A. Se a gente conseguir o investidor e que está bem encaminhado, tudo muda”.

Outro cruzeirense é Eugênio Mattar , ex-CEO e atual presidente do Conselho de Administração da Localiza . O grupo especializado em locação de veículos, gestão de frotas e comercialização de seminovos fechou 2020 com lucro líquido superior a R$1 bilhão, um crescimento de 25,7% em comparação aos R$833,9 milhões de 2019. A receita ultrapassou R$10,3 bilhões.

Há mais empresários em potencial condição de aportar dinheiro na SAF, entre eles Bruno Vicintin , da Rima Industrial, que ocupou a vice-presidência de futebol do clube de 2015 a 2017; Aquiles Diniz , ex-sócio do Banco Inter; Pietro Sportelli , presidente da Aethra Sistemas Automotivos; Emílio Brandi , ex-proprietário da distribuidora de alimentos Nova Safra; Vittorio Medioli , do Grupo Sada; Paulo Henrique Pentagna Guimarães , do banco BS2 e do Grupo Carbel; Alexandre Poni , do supermercado Verdemar; Saulo Fróes , da Lokamig Rent a Car; e Sandro Gonzalez , da transportadora Transpes.

Investidores do rival


Rival do Cruzeiro, o Atlético conta com o apoio econômico dos empresários Rubens Menin (e seu filho Rafael), Renato Salvador e Ricardo Guimarães . O primeiro é apontado como o 15º homem mais rico do Brasil, segundo a revista Forbes, com uma fortuna estimada em R$18,9 bilhões - a maior parte proveniente da construtora MRV. O segundo pertence à família de José Salvador, da rede hospitalar Mater Dei e com R$5,95 bilhões em bens. O terceiro é o principal acionista do banco BMG, com patrimônio líquido de R$4,2 bilhões.

A influência dos magnatas trouxe bons resultados esportivos para o Atlético, que lidera o Campeonato Brasileiro com 10 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, Palmeiras (49 a 39), e tem 87,2% de probabilidade de ser campeão, conforme o Departamento de Matemática da UFMG . Ao mesmo tempo, o clube elevou a dívida para R$1,2 bilhão, e o desafio dos mecenas é criar mecanismos de redução para R$341 milhões até 2026.

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