Os jogos da Série B do Campeonato Brasileiro poderão receber público, desde que realizados em cidades com autorização de órgãos de saúde e vigilância sanitária, responsáveis pelas ações de enfrentamento à COVID-19 no país. A aprovação ocorreu nesta sexta-feira, 17, mediante reunião entre os clubes e a CBF, que divulgou detalhes no fim da tarde em seu site oficial.
“Conforme acordado por ocasião do último encontro, o Conselho Técnico Extraordinário da Série B do Campeonato Brasileiro voltou a se reunir nesta sexta-feira, 17. Representantes dos 20 clubes disputantes da competição definiram, por maioria, pelo retorno do público aos estádios a partir da 25ª rodada, com início já no próximo domingo, 19”.
“Segundo relato da Diretoria de Competições apresentada aos participantes, a grande maioria das cidades envolvidas no campeonato já liberaram ou têm o compromisso de liberar a volta dos torcedores às arquibancadas até o início da referida rodada. O retorno obedecerá ao percentual de ocupação definido por cada autoridade local e estará condicionado ao cumprimento de um rígido protocolo sanitário desenvolvido pela Comissão Médica Especial da CBF”.
Com a liberação, o Cruzeiro continuará recebendo o apoio de sua torcida na competição. Diante do público, a Raposa ganhou do Confiança por 1 a 0, em 20 de agosto, no Mineirão, pela 20ª rodada - 4.324 pagantes e 4.730 presentes. Depois, bateu a Ponte Preta pelo mesmo placar, em 11 de setembro, na Arena do Jacaré, pela 23ª rodada - 4.467 pagantes. Já no empate por 1 a 1 com o Operário, nessa quinta-feira, 5.373 pessoas estiveram no estádio em Sete Lagoas.
Na noite desta sexta-feira, o Cruzeiro confirmou a intenção de enfrentar o CSA, no dia 26 de setembro (domingo), às 16h, no Independência. “Em virtude da portaria publicada no dia 14 de setembro de 2021 pela Prefeitura de Belo Horizonte, autorizando o retorno do público e a venda de alimentos e bebidas nos estádios da cidade, solicitamos junto à CBF a mudança da partida contra o CSA, válida pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, marcada para o dia 26 de setembro, para a Arena Independência”.
Dois motivos pesaram na opção do Cruzeiro pelo Independência: a condição de gramado melhor que a da Arena do Jacaré e o custo operacional inferior ao do Mineirão. No Horto, o clube encontrará uma espécie de equilíbrio técnico e financeiro. Em respeito ao protocolo de prevenção à COVID-19 elaborado por autoridades sanitárias de BH, a previsão de público é de quase 7 mil torcedores - 30% da capacidade de 23 mil. Em breve serão divulgadas a logística de ingressos e as orientações a quem comparecer ao estádio.
No Independência, o Cruzeiro espera ter lucro com bilheteria - diferentemente do ocorrido na partida contra o Confiança, no Mineirão, na qual a renda de R$234 mil ficou bastante abaixo da despesa operacional de R$368 mil, gerando um déficit de R$134 mil. A ideia é que no Horto a receita líquida se assemelhe à de Sete Lagoas: R$76 mil diante da Ponte Preta (receita de R$131 mil e custos de R$55 mil) e R$81,5 mil no confronto com o Operário (receita de R$151 mil e custos de R$69,5 mil).
Quanto aos clubes da Série B, a sinalização de uma permissão coletiva veio com a liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a Confiança, Goiás e Vila Nova. Essas agremiações passaram a contar com o mesmo direito que o Cruzeiro em relação à comercialização de ingressos, desde que respeitadas as restrições de suas respectivas cidades.
No Rio de Janeiro, a prefeitura abriu espaço para que o Vasco tenha público em São Januário no confronto com o Cruzeiro, às 16h de domingo, pela 25ª rodada da Série B. O evento-teste terá a venda de 1.000 ingressos pelo valor de R$250 cada. Em partidas posteriores, será observado o limite de 50% da capacidade do estádio (11 mil dos 22 mil lugares).
Para o acesso a São Januário, o governo municipal exigirá vacinação completa contra a COVID-19, incluindo a dose de reforço para pessoas de 60 anos ou mais. “Considera-se o esquema vacinal completo pessoas acima de 60 anos, após 14 dias da dose de reforço, e pessoas de 15 a 59 anos, após 14 dias da segunda dose da vacina”, explicou a prefeitura, no Diário Oficial. O documento não mencionou a exigência de testes PCR negativos, o que vinha sendo padrão em outras cidades e estados.
Antes de chegarem a um consenso para a volta da torcida, os clubes da Série B tentaram derrubar a liminar obtida pelo Cruzeiro junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva. No entanto, o presidente do órgão, Otávio Noronha, negou o pedido e destacou que o procedimento adequado para os times era ingressarem como terceiros interessados e recorrerem da decisão na medida inicial, e não entrarem com uma nova. Além disso, os reclamantes perderam o prazo para a contestação.