Novo diretor técnico do
Cruzeiro
,
Ricardo Rocha
falou em entrevista coletiva que a prioridade no clube será manter em dia o pagamento de salários de jogadores e funcionários. Na última sexta-feira, o empresário
Pedro Lourenço
, do Supermercados BH, liberou quase R$9 milhões em recursos para regularizar grande parte das remunerações de atletas e colaboradores da Toca da Raposa II.
Se depender de Rocha, a Raposa priorizará sempre os ordenados em detrimento de uma dívida de R$13 milhões com Defensor-URU e Mazatlán-MEX pelas contratações de Arrascaeta e Riascos, ambas em 2015. Em virtude da pendência financeira, o Comitê Disciplinar da Fifa proibiu o clube de efetuar contratações e condicionou o fim do
transfer ban
a um acordo para quitação do débito.
“Com esse dinheiro, se puder pagar aos jogadores que nós temos, eu prefiro que pague aos jogadores. Não adianta pagar a Fifa, não ter dinheiro para terminar o ano, não pagar os jogadores e contratar outros que não vai conseguir pagar. Você tem que passar confiança aqui. É isso que queremos, é isso que o Vanderlei deixou claro na entrevista. Eu prefiro que a gente pague aos nossos jogadores e a todos que trabalham no Cruzeiro”.
Ricardo ressaltou que uma das exigências do técnico Vanderlei Luxemburgo no aceite do convite do Cruzeiro foi acertar o pagamento aos atletas e colaboradores do departamento de futebol. A diretoria se comprometeu a correr atrás dos recursos para ajustar as pendências ainda existentes e se prevenir para os próximos meses.
“É ruim ter atrasos como houve. Mas aos poucos as coisas vão se acertando. Há algumas coisas pendentes sim, mas a maioria das coisas que o Vanderlei pediu, está resolvida. Ainda há algumas coisas a serem cumpridas, mas podem ter certeza que é o que a gente quer o mais rápido possível. Isso foi uma exigência do Vanderlei”, frisou o diretor técnico.
“Quando ele veio falar comigo, eu disse para ele: ‘Vanderlei, tudo bem, a gente não vai contratar, temos uma situação difícil, mas no mínimo é tentar isso, que é pagar salários em dia para que a gente possa ter alegria. Alguns acordos já foram pagos, estou muito feliz em relação a isso, e eu tenho certeza que outras coisas serão colocadas em dia”, complementou.
O dirigente deixou claro que sabia dos problemas do Cruzeiro no momento em que conversou com Luxemburgo e o secretário-geral do clube, André Argolo, de quem também é amigo. “Se você perguntar: ‘poderia contratar mais gente?’. Claro que poderia. Mas vim para cá sabendo que a gente não vai poder contratar. Não estou preocupado com isso, e sim com o que podemos tirar desses jogadores no dia a dia, seja do mais experiente até o mais jovem”.
Segundo Ricardo Rocha, quem está no Cruzeiro “tem de saber da responsabilidade” de vestir a camisa de uma grande instituição. “Eu sabia de tudo isso, estou feliz demais de estar no Cruzeiro. Agora, tem que trabalhar. Falar pouco, trabalhar muito e buscar tudo isso. A história do Cruzeiro é muito bonita, mas daqui para frente tem outra história”.
Camisa 3 da Seleção Brasileira campeã da Copa do Mundo de 1994, Ricardo Rocha, de 58 anos, foi zagueiro de grandes clubes do futebol brasileiro, como São Paulo, Vasco, Santos, Fluminense e Flamengo, e também do exterior, casos de Real Madrid e Sporting de Portugal. Fora dos gramados, trabalhou por mais de nove anos como comentarista esportivo, tendo passagens por SporTV, Rádio Globo/CBN, Fox Sports e TV Record.