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Gilvan rebate Alvimar e se isenta de culpa por punições do Cruzeiro na Fifa

Ex-presidente gravou vídeo de mais de 18 minutos no Facebook

02/08/2021 20:30 / atualizado em 02/08/2021 23:40
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Gilvan de Pinho Tavares gravou vídeo de mais de 18 minutos
foto: Reprodução/Facebook/Amigos do Gilvan

Gilvan de Pinho Tavares gravou vídeo de mais de 18 minutos

O ex-presidente do Cruzeiro , Gilvan de Pinho Tavares , gravou um vídeo de mais de 18 minutos no canal "Amigos do Gilvan" no Facebook rebatendo as críticas que recebeu de outro antigo mandatário, Alvimar de Oliveira Costa . No último sábado, em entrevista ao Superesportes , o irmão de Zezé Perrella havia afirmado que as gestões de Gilvan e Wagner Pires de Sá arruinaram o clube, que elevou a dívida para quase R$1 bilhão e se afundou na segunda divisão do Campeonato Brasileiro.


“Depois de uma entrevista concedida ao Superesportes pelo ex-presidente Alvimar Perrella, criticando severamente a minha administração e falando mal da minha pessoa, eu não poderia deixar de comparecer e esclarecer alguns fatos para os senhores e, inclusive ao senhor Alvimar, que parece desconhecer essa situação”, disse Pinho Tavares, responsável por administrar a Raposa de 2012 a 2017.



“O senhor Alvimar, na entrevista ao Superesportes, disse que fui irresponsável na administração do Cruzeiro. É injusto dizer que eu deixei dívidas trabalhistas e dívidas na Fifa, que eu não teria coragem de deixar nem na minha vida pessoal. Ele conhece muito bem a minha vida pessoal, tanto que confiou a advocacia do Cruzeiro à minha pessoa, pois sou conhecido como uma pessoa honesta com as minhas coisas”, continuou.

“Depois que entrei no Cruzeiro, não adquiri um patrimônio caro, mas continuei na mesma residência que comprei em 1988, com financiamento do serviço financeiro de habitação. É a mesma casa onde resido até hoje. Não houve aumento de patrimônio. Por isso não peço que compare a minha vida com as de pessoas que já tiveram a vida vasculhada por venda superfaturada de marmitas para crianças e presidiários”, complementou.

Gilvan se defendeu principalmente das acusações de ter sido responsável por dívidas trabalhistas e na Fifa. “Ele está sendo injusto. Quando eu era presidente, não tinha nenhuma dívida vencida na Fifa. Elas estavam sendo discutidas, nosso advogado achava que poderíamos ganhar ou diminuir aqueles valores. Não é justo me acusar de ser devedor e ter criado todos esses problemas para o Cruzeiro na Fifa”.



Conforme o ex-presidente, a administração de Pires de Sá teve todas as condições de encerrar os débitos, pois herdou um elenco com muitos ativos após a conquista da Copa do Brasil de 2017 e lucrou com o hexa do torneio em 2018, as participações nas Copas Libertadores em 2018 e 2019 e a negociação de direitos econômicos de jogadores como Arrascaeta, Raniel, Lucas Romero, Murilo, Gabriel Brazão e Vitinho.



“Somando tudo isso, são R$200 milhões no mínimo que deixei nas mãos da administração que me substituiu. E quanto era a dívida da Fifa?  R$50 milhões. Só a venda do Arrascaeta era para pagar”. O ex-presidente reproduziu um quadro do site Globoesporte.com no qual informava o aumento da dívida em curto prazo de R$175 milhões, em 2017, para R$609 milhões, em 2019, ano da renúncia de Wagner Pires de Sá.

Pinho Tavares frisou que o “presidente que assume tem que herdar as dívidas do antecessor”. Como exemplo, citou uma pendência contraída por Zezé Perrella e Alvimar de Oliveira Costa referente à venda do atacante Dudu ao Dínamo Kiev, da Ucrânia, em 2011.



“O irmão dele (referindo-se a Zezé Perrella, irmão de Alvimar), quando deixou a presidência do Cruzeiro no fim de 2011, vendeu o Dudu ao clube da Ucrânia por 5 milhões de euros. Desses 5 milhões de euros, ele recebeu 2,5 milhões de euros à vista. Os outros 2,5 milhões de euros o clube ia pagar em julho de 2012. Ele tomou o dinheiro correspondente aos 2,5 milhões de euros do BMG para o BMG ser ressarcido quando o clube pagasse esses 2,5 milhões de euros”.

“Só que essa dívida ficou para mim. Por que? Porque o Cruzeiro quase não tinha percentual dele. O Cruzeiro tinha 10% do Dudu. A antiga Energil  C (laboratório EMS) tinha 40%, 40% era do BMG e 10% era do Coritiba. Eu tive que honrar esses compromissos, paguei as dívidas. Quem assume, tem que pagar. Quem assume o bônus, tem que pegar o ônus também. No caso do meu substituto, ele só assumiu o bônus”.

Gilvan lembrou ainda que Zezé e Alvimar queriam José Maria Fialho e Dimas Fonseca como candidatos a presidente e vice no Cruzeiro no pleito de 2011. Por não concordar com a dupla malvista pelos torcedores, o então responsável pelo departamento jurídico disse à época que, se fosse o caso, lançaria candidatura própria. Segundo Gilvan, os irmãos Perrella decidiram apoiá-lo com a condição de Fialho participar da chapa. Zé Maria ficou como vice-presidente até dezembro de 2012, qunado renunciou ao cargo em meio às divergências com o mandatário.

Com relação a Itair Machado, vice de futebol no mandato de Wagner Pires de Sá, Gilvan de Pinho Tavares ressaltou que a ascensão do dirigente em Minas Gerais se deu graças à parceria do Cruzeiro com o Ipatinga, no início dos anos 2000. O clube do Vale do Aço conquistou o Campeonato Mineiro de 2005 com elenco e comissão técnica quase inteiramente bancados pelo clube celeste.


“O senhor Itair não é cria minha, e sim de vocês. Foi na gestão de vocês no Cruzeiro que o Itair foi presenteado com jogadores do Cruzeiro no Ipatinga. E ele deu o cano em vocês, deu prejuízo a vocês com atletas colocados no Ipatinga, que levou o Ipatinga a ganhar um Campeonato Mineiro contra o próprio Cruzeiro”.

Por fim, Gilvan pediu desculpas aos torcedores por ter apoiado Wagner Pires na eleição de 2017, mas frisou que “não teve outra opção” porque outros conselheiros “ilustres” não se dispuseram a concorrer à presidência. Na ocasião, Wagner levou a melhor sobre o atual presidente, Sérgio Santos Rodrigues, por 235 votos a 200.

Dívidas na Fifa


Embora Gilvan se isente de responsabilidade, o Cruzeiro ainda responde na Fifa por dívidas de seu mandato. Atualmente, o “transfer ban” aplicado ao clube é pelas aquisições de Arrascaeta e Riascos, ambas em 2015. A Raposa também não pagou pela compra do volante Denilson, em julho de 2016. Essa pendência acarretou na perda de seis pontos na Série B de 2020 e pode, no futuro, decretar o rebaixamento do clube à Série C. Outros casos envolveram o zagueiro Caicedo e os atacantes Gonzalo Latorre e Ramón Ábila.

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