Felipe Conceição deixou o Cruzeiro e acertou com o Remo
"Lá (Juazeiro), normalmente, existe um vestiário e um espaço dedicado para a comissão técnica. Só que lá a estrutura não permitia isso. Você tinha o vestiário de jogador e uma tenda, uma cabana mesmo feita para a comissão técnica. Acaba o jogo, estávamos eu, Pastana e Deivid, nosso então diretor, entramos na tenda e o Felipe estava sozinho. Ao conversar, chegamos batendo papo e entendendo que não havia mais clima para continuação", disse o presidente.
Saiba mais
Cruzeiro sofrerá mais uma punição na Fifa neste mês, adianta presidente
Cruzeiro: após exigência da CNRD, rescisão de Conceição é publicada no BID
"Ali (na tenda) mesmo se arma a coletiva e o termo que eu usei foi: 'conversamos e optamos', no plural, nós, pela descontinuidade do trabalho por essa falta de clima. Tanto que dali o próprio Felipe não volta no ônibus com a gente. Ele pegou um carro e foi para o hotel. No voo não voltou com a delegação. Não foi no vestiário se despedir dos atletas. Não tinha esse clima mais. Foi isso que aconteceu. Eu entendi que quando falamos que não havia mais clima, ele não pediu demissão e nem eu demiti ele. Usei a palavra dar descontinuidade em comum acordo. Foi isso que aconteceu", acrescentou Sérgio.
Entenda o caso
Felipe Conceição deixou o clube no dia 9 de junho, após a eliminação para o Juazeirense , na terceira fase da Copa do Brasil. Após o jogo, o presidente Sérgio Santos Rodrigues comunicou a saída do profissional. "A gente tem que corrigir o rumo enquanto estamos no começo, enquanto ainda temos tempo. Em razão disso, a gente conversou com o Felipe aqui, demos a descontinuidade ao trabalho dele. Foi uma conversa que tivemos no nosso vestiário hoje. Eu agradeço ao Felipe pelo tempo que ele passou aqui, pelas conversas, pelo que tentou fazer, mas, infelizmente, a performance que a gente esperava, não aconteceu. Time da grandeza do Cruzeiro não pode estar assim. Agradeço a ele e toda comissão", disse o presidente.
O Cruzeiro condicionou a desvinculação do treinador na CBF a um " acordo ", que segundo Felipe Conceição não existiu. O técnico acionou o clube na CNRD da Confederação Brasileira de Futebol.
"Após muita insistência, na última sexta-feira o Clube-Réu [Cruzeiro] apresentou ao Autor [Felipe Conceição] somente a rescisão de seu contrato federativo, já assinada por seu Presidente, mas nele constando que a rescisão se deu por comum acordo entre as partes, o que não condiz com a realidade. Por isso, o Autor não pôde firmar o referido documento, e, via de consequência, permanece vinculado ao Clube-Réu nos sistemas da CBF, [...] o que inviabiliza que o mesmo seja inscrito por outro clube na condição de treinador profissional", diz trecho do documento.
Sem receber os valores referentes ao encerramento do contrato, o reclamante acredita que a postura adotada pelo Cruzeiro se deve à regra que estabelece um limite de troca de técnicos na Série B .
"Apesar de não ser a discussão central dos presentes autos, o Autor tem convicção de que a postura de seu ex-empregador se dá em decorrência das previsões constantes do regulamento do Campeonato Brasileiro da Série B, que limitam o número de demissões de treinadores por equipe durante a mesma competição".
Na quarta-feira, a CBF publicou a rescisão de contrato entre Felipe Conceição e Cruzeiro. O treinador já assumiu o comando do Remo.