O Comitê de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo do Cruzeiro se reuniu nesta terça-feira e instaurou o procedimento de apuração contra o ex-presidente Wagner Pires de Sá, que pode ser banido do clube. O pedido de expulsão foi formalizado pelo atual mandatário, Sérgio Santos Rodrigues.
Em nota, o Cruzeiro explicou que a denúncia feita por Sérgio Rodrigues foi fundamentada com uma série de documentos entregues ao Comitê de Ética e Disciplina, que agora notificará Pires de Sá.
A partir do momento em que receber formalmente o aviso, Wagner terá um prazo de 10 dias para apresentar a sua defesa. Caso descumpra o prazo, será julgado "à revelia" e, posteriormente, pelo Conselho Deliberativo. Herones Márcio Amaral Lima será o relator do processo.
Presidente do Cruzeiro de 2018 a 2019, Wagner Pires teve a gestão marcada por gastos exacerbados com salários, serviços terceirizados, comissões e cartões corporativos. Em dois anos, a dívida total do clube saltou de R$400 milhões para mais de R$1 bilhão.
Segundo relatório da Kroll, empresa especializada em consultoria de riscos, as despesas de Wagner Pires de Sá superaram R$1,18 bilhão no biênio 2018/2019 - 53% a mais que os R$770 milhões na 'era' Gilvan de Pinho Tavares, em 2016/2017.
O modus operandi trouxe um título da Copa do Brasil (2018) e dois do Campeonato Mineiro (2018 e 2019), porém impactou no rebaixamento à Série B, em 2019, e mergulhou o clube em uma crise financeira sem precedentes.
O modus operandi trouxe um título da Copa do Brasil (2018) e dois do Campeonato Mineiro (2018 e 2019), porém impactou no rebaixamento à Série B, em 2019, e mergulhou o clube em uma crise financeira sem precedentes.
Pires de Sá e outros antigos integrantes da cúpula do Cruzeiro - o ex-vice de futebol Itair Machado e o ex-diretor geral Sérgio Nonato - respondem a processos por supostas práticas de apropriação indébita, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Até o momento, nenhum deles foi condenado pela Justiça.