Em postagens nas redes sociais, os torcedores do Cruzeiro cobraram a condenação dos envolvidos em denúncias de irregularidades na gestão de Wagner Pires de Sá, entre 2018 e 2019. Nesta quarta-feira, completaram dois anos da reportagem exibida no Fantástico, da Rede Globo, que apontou ex-dirigentes do clube como alvos de investigação da Polícia Civil por falsificação de documentos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Em novembro do ano passado, após conclusão do inquérito da Polícia Civil, a Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais contra o ex-presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, o ex-vice-presidente de futebol Itair Machado e o ex-diretor-geral Sérgio Nonato. Eles vão responder por até quatro crimes: lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsidade ideológica e organização criminosa.
Além de Machado, Pires de Sá e Nonato, tornaram-se réus o ex-assessor de futebol Fabrício Visacro (cunhado de Itair); os empresários Wagner Cruz, Carlinhos Sabiá e Cristiano Richard dos Santos Machado; o ex-presidente do Ipatinga, Cristiano Polastri Araújo; e Ivo Gonçalves, pai do adolescente Estevão Willian, o ‘Messinho’, considerado uma das grandes promessas das categorias de base da Raposa e que se transferiu ao Palmeiras recentemente.
Segundo o MPMG, o rombo nos cofres do clube na gestão de 2018/2019 foi estimado em R$ 6,5 milhões.
Protesto na sede
Também nesta quarta, torcedores protestaram na porta da sede administrativa do Cruzeiro no Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, com um bolo simbólico em alusão aos dois anos das denúncias contra os ex-dirigentes. Os cruzeirenses também cobraram que o presidente Sérgio Rodrigues acelere medidas para expulsão de 29 conselheiros que eram remunerados durante a administração de Wagner Pires de Sá, ato contrário ao estatuto do clube. Apesar da manifestação, os funcionários do clube agora trabalham em um espaço colaborativo WeWork, localizado no shopping Boulevard, na região Leste de BH.
O Cruzeiro tem uma nova comissão de ética que vai iniciar os processos para a exclusão dos conselheiros. O processo interno corre desde o início do ano passado. O então presidente José Dalai Rocha e a então comissão de Ética e Disciplina assinaram expulsões de 29 conselheiros, além do ex-presidente Wagner e do ex-vice Hermínio Lemos. Grande parte das decisões, no entanto, foram suspensas pela Justiça.
No fim do primeiro ano da gestão de Sérgio Rodrigues, a comissão de ética foi remontada para tomar medidas para expulsar os conselheiros. O atual presidente celeste alega que precisa esperar a Justiça decidir para tocar os processos.