Uma das grandes revelações recentes das categorias de base do Cruzeiro, o jovem zagueiro Paulo, de 19 anos, aguarda uma chance com Felipe Conceição. Embora tenha sido convocado para algumas partidas, ele ainda não entrou em campo sob comando do treinador. Neste domingo, ele também não estará no duelo diante do Pouso Alegre, pelo Campeonato Mineiro.
Com a saída de Manoel, que se transferiu para o Fluminense, Paulo passou a alimentar ainda mais a expectativa por uma oportunidade. Nos últimos compromissos, Conceição tem optado pela escalação de Weverton, de 18 anos. Eduardo Brock, contratado recentemente ao Ceará, e o jovem César, de 19 anos, são outras opções.
Em entrevista ao Superesportes (leia abaixo na íntegra), entre outros temas, Paulo destacou os trabalhos do novo técnico e a esperança por uma chance. "O Felipe é um treinador que realmente cobra muito a parte tática, gosta do time agredindo, com a linha alta, propondo o jogo. É um treinador com boas ideias, moderno e estamos nos adaptando ao estilo dele”, disse.
Paulo está no Cruzeiro desde o fim de 2015, quando chegou à Toca da Raposa I com 13 anos de idade. Canhoto, iniciou a carreira jogando futsal e depois, no campo, atuou como lateral-esquerdo. No clube celeste, foi deslocado para a defesa e chamou atenção dos técnicos das categorias de base da Seleção Brasileira. Entre 2017 e 2019, foram oito convocações.
De perfil mais centrado, Paulo estreou no profissional em janeiro deste ano, quando o Cruzeiro bateu o Sampaio Corrêa por 1 a 0 pela Série B do Campeonato Brasileiro. O time era dirigido por Luiz Felipe Scolari. Em 2021, Paulo chegou a ser cotado para iniciar o ano como titular, mas um desconforto muscular o tirou da partida contra o Uberlândia. Weverton ganhou a oportunidade e se destacou.
Leia, na galeria abaixo, a entrevista com o zagueiro Paulo:
Como tem sido o trabalho com o Felipe Conceição? Os jogadores comentam muito sobre a intensidade das atividades e o lado tático do treinador…
"O Felipe é um treinador que realmente cobra muito a parte tática, gosta do time agredindo, com a linha alta, propondo o jogo. É um treinador com boas ideias, moderno e estamos nos adaptando ao estilo dele."
O Cruzeiro definiu a saída do Manoel e tem, além de você, Ramon, Weverton, Brock, César e Leo como opções. O que espera para 2021 em relação aos minutos em campo?
"Claro que todo jogador quer jogar, quer estar em campo. Eu também quero, mas vou seguir trabalhando firme, me dedicando nos treinos, para aproveitar as chances quando elas aparecerem. Tudo tem a sua hora. Estou tranquilo, porque sei que as oportunidades vão chegar e agora é o momento de me preparar para elas, trabalhando forte, sem passar por cima de ninguém."
Como fica a cabeça do jogador em relação aos salários atrasados? Vocês estão em contato direto com a direção?
“Eu prefiro não comentar sobre esses assuntos. Não é segredo para ninguém que o Cruzeiro vive uma situação financeira difícil, mas eu sempre falo que sou muito grato ao clube por tudo que fez por mim. Foi o clube que me formou como atleta e como homem, é minha casa desde os meus 13 anos de idade, foi o clube que me deu a oportunidade de ser jogador de futebol profissional."
Recentemente você renovou seu contrato com o Cruzeiro. Como foi esse momento?
"Foi um sonho realizado. Como eu disse, o Cruzeiro é minha casa desde os 13 anos. Eu até tive algumas propostas para sair, mas optei por ficar, porque quero retribuir tudo que o Cruzeiro fez por mim até hoje. Ainda quero vestir essa camisa muitas vezes como profissional, ajudar o time e dar alegrias à torcida."
Conta um pouco da sua história no futebol… Do futsal até chegar ao Cruzeiro foi uma longa caminhada, não?
"Comecei no futsal, lá em Anápolis, minha cidade, jogava de pivô. Até hoje ainda gosto muito de futsal, acompanho torneios na TV quando posso. No campo, comecei de lateral-esquerdo. Quando fiz teste no Cruzeiro, me colocaram de zagueiro. Passei no teste e acabei virando zagueiro, mas cheguei a jogar improvisado na lateral em alguns jogos na base. Depois de algumas semanas morando na Toquinha, senti saudade de casa e quis voltar. Eu só tinha 13 anos na época. Só que me arrependi de ter voltado para casa e fiz outro teste. Graças a Deus consegui passar de novo e estou no Cruzeiro até hoje. Com certeza a caminhada é longa, mas estou conseguindo realizar este sonho de ser jogador de futebol profissional de um clube gigante como o Cruzeiro."
Você acumula mais de oito convocações para a Seleção Brasileira nas categorias de base. O que você acha que os treinadores identificam em você?
"Graças a Deus tive a felicidade de defender a Seleção Brasileira na base diversas vezes. Acho que as convocações foram fruto do meu trabalho com muito foco desde que cheguei ao Cruzeiro."
Por fim, gostaria de abrir o espaço para você deixar uma mensagem para o torcedor do Cruzeiro. O acesso é possível nesta temporada?
"A mensagem é que não vão faltar concentração, foco, dedicação e raça pelo Cruzeiro. Sabemos que o torcedor está ferido por causa dos últimos anos. Eu, como fui formado no clube, também senti muito a queda para a Segunda Divisão, mesmo ainda não jogando pelo profissional naquela época. Quero muito ajudar o Cruzeiro a subir. O grupo está consciente das dificuldades, mas está totalmente focado neste objetivo."