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Marco Antônio trabalha 'intensidade' para ganhar espaço no Cruzeiro

Meia passou por processo de fortalecimento muscular e agora aprimora capacidade de movimentação e marcação para jogar com Felipe Conceição

06/04/2021 06:00 / atualizado em 05/04/2021 21:18
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Marco Antônio ganhou mais de 8 quilos de massa muscular
foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Marco Antônio ganhou mais de 8 quilos de massa muscular

Marco Antônio fez sucesso nas categorias de base do Cruzeiro por ser um meio-campista de qualidade em passes, lançamentos e finalizações de média e longa distância. Apesar da técnica apurada, ele enfrentou dificuldades na transição para o profissional devido ao biotipo franzino e participou de apenas sete partidas em 2020 (todas como suplente). Foi aí que o jogador passou por um processo de ganho de massa e fortalecimento muscular, com o propósito de suportar o contato com adversários fisicamente mais fortes e permanecer em campo durante 90 minutos. Em sete meses, o jovem de 21 anos, que mede 1,82m, subiu de 73 para mais de 81 kg, mantendo o percentual de gordura na casa de 7%.

Há pouco mais de um mês, Marco Antônio voltou a treinar com o grupo. Em entrevista ao Superesportes, o técnico Felipe Conceição explicou que esse foi o primeiro estágio para que o camisa 20 fosse integrado aos planos da equipe. A segunda etapa é começar a brigar por posição. E de que forma isso será feito? Adaptando-se às exigências de movimentação e intensidade do comandante.

“O Marco ficou muito tempo parado, pelo que foi me passado, inclusive por ele. Você tem que dividir o processo dele. O primeiro foi ele estar todos os dias no treinamento, criar um laço de trabalho e se adaptar à intensidade dos meus trabalhos sem ter nenhum tipo de lesão que possa travar essa sequência dele. A fase inicial nós vencemos, está praticamente há um mês treinando dentro de campo. Agora vamos para a segunda fase, que até comentei com ele em uma conversa, que é começar a brigar por posição dentro de campo”.

“Conversei com ele também que, apesar da técnica refinada, ele é um atleta que, geneticamente e até nos movimentos, tem condição de ser um atleta intenso. Muda de um dia para o outro? Não. O treinamento faz isso de fazer um jogo mais rápido e mais intenso, e o esforço do atleta, que está se permitindo fazer, também pode elevar a intensidade dele”.

Que Marco Antônio sabe jogar com a bola nos pés, Felipe Conceição não tem dúvidas. O desafio agora é torná-lo eficiente também na marcação, no desarme e na velocidade, mas sem abrir mão da essência de visão de jogo e organização. O treinador acredita que o armador formado na Toquinha ainda se encontra em uma fase “moldável” e sem “vícios”.

“A maioria dos atletas muito técnicos não são exigidos na questão defensiva como deveriam. Acabam trabalhando muito a questão ofensiva e cria esse desequilíbrio. Daí se comenta que o Marco é um jogador muito técnico, mas que na intensidade talvez não se encaixe na minha maneira de jogar. Não acredito nisso, e sim no processo. A formação pode ter dado isso a ele por conta do alto nível na parte técnica. Ele mesmo admitiu isso em conversa comigo: ‘professor, às vezes eu nem marcava tão forte porque sei que com a bola fazia a diferença’”.

Outros garotos recém-promovidos do sub-20 do Cruzeiro são analisados da mesma forma por Conceição. Ainda que as chances não sejam constantes num primeiro momento, os atletas terão condições de brigar pela titularidade nos treinamentos e, quem sabe, oferecer retorno esportivo e financeiro ao clube.

“A gente está trabalhando ele, como vários atletas da  base, vários ativos do clube, que em médio e longo prazo esse trabalho vai aparecer mais. Veremos a roda girando, esses atletas que estamos trabalhando arduamente no dia a dia vão aparecer lá na frente, vão ocupar espaço, vão preencher espaço, vão puxar pela intensidade, pois são atletas jovens. É um processo de médio e longo prazo que o Marco está inserido. Torço muito e vou trabalhar para que ele e outros meninos do Cruzeiro deem certo na equipe principal”.

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