Enquanto o futebol e os resultados do Cruzeiro não atendem totalmente às expectativas da torcida, o técnico Felipe Conceição sabe que terá que conviver com pressão no cargo. Contra ele ainda está o fato de que o processo de evolução do sistema de jogo é lento. Nada que tire a confiança do comandante no trabalho que tem como meta principal o acesso à Série A.
Depois da vitória por 1 a 0 sobre o Boa Esporte, em Varginha, pela sétima rodada do Campeonato Mineiro, Conceição destacou que a pressão faz parte do pacote de assumir um clube da grandeza do Cruzeiro.
“Encaro com tranquilidade. Até por esse contexto, porque o Cruzeiro é um clube grande, então a pressão existe de um bom tempo pelo momento do clube. E a gente está lidando bem com isso e vem desempenhando um bom papel. É isso que a gente passa para os atletas: é ter tranquilidade, é ter tempo para trabalhar, para crescer, pois demonstramos de novo mais um crescimento em relação à partida anterior. Graças a Deus a gente está evoluindo a cada jogo”, comentou.
Segundo o treinador de 41 anos, a sua tranquilidade na gestão do futebol vem das respostas mostradas em campo pelo time. “Nós lidamos bem com esse tipo de pressão, independentemente da idade. E os atletas, melhor ainda. Basta ver o primeiro tempo do jogo (contra o Boa). A equipe, tranquila, trabalhou a bola, agrediu o adversário, criou várias situações. O único senão é que dava até para fazer mais gols, mas isso até naturalmente virá com o tempo”.
Desempenho e resultados
Disputados oito jogos na temporada 2021, o Cruzeiro tem três vitórias, três empates e duas derrotas, com seis gols pró e quatro contra. O aproveitamento é de 45,83%.
A convicção de Felipe Conceição é que no início da Série B, em maio, o time estará em outro patamar e apresentará resultados consistentes. “Importante o resultado, claro. Mas a gente fica sempre com o desempenho, porque a consequência será o resultado. Se você não tiver desempenho, o resultado virá esporadicamente. Se você construir um desempenho sólido, regular, esse resultado positivo tende a ser regular. É isso que estamos buscando e vamos chegar nesse nível”.
“Estamos crescendo em vários aspectos. Já deu para notar que a partida anterior foi melhor que a do América, essa partida contra o Boa já foi melhor que a anterior. Você sofrer alguma situação num jogo de 100 minutos, contra um adversário que também está correndo ali pela vitória, isso é natural. É lógico que a gente quer controlar o jogo os 100 minutos, mas uma hora ou outra o adversário vai chegar, vai incomodar. Hoje, a gente demonstrou força até nisso. Na hora que o adversário apertou, a gente soube lidar com isso”, acrescentou.
Semana pré-clássico
Antes do clássico contra o Atlético, marcado para domingo, às 16h, no Mineirão, considerado o grande teste no ano, o Cruzeiro terá pela frente o Coimbra na quarta-feira, às 17h30, no Independência.
Contra a equipe de Contagem, a Raposa não contará com o zagueiro Manoel, suspenso. O substituto deve ser o jovem Weverton, de 18 anos, recém promovido da base. Na lateral esquerda, caberá a Felipe Conceição escolher entre Alan Ruschel, livre de suspensão, e Matheus Pereira, titular diante do Boa.
Nas demais posições, o treinador dificilmente promoverá mudanças radicais. “Estamos em uma segunda fase. Já expliquei isso. A primeira fase foi de experimentação, de colocar os atletas para jogar, entender o nível de cada um dentro do grupo. Agora é uma fase de uma consistência maior na escalação e o crescimento individual também natural dos atletas, porque estão entendendo, estão se sentindo confiantes cada vez mais naquilo que a gente está implementando. Eles estão se sentindo mais leves em relação ao que estão automatizando. Isso tudo é o processo que a gente fala”.
O Cruzeiro terminou a sétima rodada do Mineiro na quarta posição, com 11 pontos, atrás de Atlético (18), América (15) e Pouso Alegre (11, e saldo de gols melhor).