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Cruzeiro espera quitar parte das dívidas urgentes com venda de jogadores

Clube celeste negociou zagueiro Cacá e volante Jadsom Silva

Redação
Cruzeiro deve ficar com mais de R$10 milhões das vendas de Cacá e Jadsom - Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
O Cruzeiro deve utilizar o dinheiro das vendas do zagueiro Cacá, ao Tokushima Vortis do Japão, e do volante Jadsom Silva, ao Red Bull Bragantino, para resolver parte de suas obrigações emergenciais. As dívidas mais urgentes neste momento se referem a salários atrasados e à punição na Câmara Nacional de Resoluções de Disputas (CNRD) que impede o registro de contratações no Boletim Informativo Diário da CBF.


Jogadores formados e vendidos pelo Cruzeiro

Dudu (atacante) - vendido em agosto de 2011 ao Dínamo de Kiev, da Ucrânia, por 5 milhões de euros (R$11,5 milhões) - Arquivo EM
Bernardo (meia) - vendido em dezembro de 2011 ao Vasco, por R$3,5 milhões - Arquivo EM
Gabriel Vasconcellos (goleiro) - vendido em maio de 2012 ao Milan, da Itália, por 300 mil euros (R$750 mil) - Arquivo EM
Sebá - vendido em julho de 2013 ao Estoril, de Portugal, por 250 mil euros (R$725 mil) - Arquivo EM
Vinícius Araújo (atacante) - vendido em janeiro de 2014 ao Valencia, da Espanha, por 3,5 milhões de euros (R$11,5 milhões) - Arquivo EM
Wallace (zagueiro) - vendido em junho de 2014 ao Braga, de Portugal, por 9,5 milhões de euros (R$29 milhões) - Arquivo EM
Anselmo Ramon (atacante) - vendido em janeiro de 2015 ao Hangzhou Greentown, da China, por 3 milhões de dólares (R$8,04 milhões) - Arquivo EM
Lucas Silva (volante) - vendido em janeiro de 2015 ao Real Madrid, da Espanha, por 13 milhões de euros (R$40 milhões) - Arquivo EM
Léo Bonatini (atacante) - vendido em julho de 2015 ao Estoril, de Portugal, por 400 mil euros (R$1,4 milhão) - Arquivo EM
Bruno Viana (zagueiro) - vendido em agosto de 2016 ao Olympiacos, da Grécia, por 2 milhões de euros (R$7,6 milhões) - Arquivo EM
Vitinho (lateral-direito) - vendido em junho de 2018 ao Cercle Brugge, da Bélgica, por R$10 milhões - Vinnicius Silva/Cruzeiro
Mayke (lateral-direito) - vendido em novembro de 2018 ao Palmeiras, por 3 milhões de euros (R$14,5 milhões). - Arquivo EM
Gabriel Brazão (goleiro) - vendido em janeiro de 2019 ao Parma, da Itália, por 2,65 milhões de euros (R$11 milhões) - Vinnicius Silva/Cruzeiro
Raniel (atacante) - vendido em julho de 2019 ao São Paulo, por 3 milhões de euros (R$13 milhões) - Bruno Haddad/Cruzeiro
Murilo (zagueiro) - vendido em junho de 2019 ao Lokomotiv Moscou, da Rússia, por 2,5 milhões de euros (R$10,9 milhões) - Vinnicius Silva/Cruzeiro
Weverton (lateral-direito) - vendido em janeiro de 2020 ao Bragantino, por 1 milhão de dólares (R$4,6 milhões) - Vinnicius Silva/Cruzeiro
Edu (zagueiro) - vendido ao Athletico Paranaense em junho de 2020, por R$2,5 milhões - Bruno Haddad/Cruzeiro
Caio Rosa (atacante) - vendido ao Sharjah FC, dos Emirados Árabes Unidos, por 600 mil dólares (R$3,3 milhões) - Bruno Haddad/Cruzeiro
Maurício (meia) - vendido em novembro de 2020 ao Internacional por R$1,2 milhão, mais os direitos econômicos de William Pottker - Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Jadsom Silva (volante) - vendido em fevereiro de 2020 ao Bragantino, por 1 milhão de dólares (R$5,4 milhões) - Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Cacá (zagueiro) - vendido em fevereiro ao Tokushima Vortis, do Japão, por 2 milhões de dólares (R$10,7 milhões) - Bruno Haddad/ Cruzeiro

Com relação às remunerações, o clube não quitou por completo pelo menos três folhas do departamento de futebol, além de estar pendente com o setor administrativo. Em razão das dificuldades na obtenção de receitas em curto prazo, a diretoria evita estipular uma data. A promessa é de ir pagando aos poucos tão logo as cifras entrem no caixa, conforme explicou ao Superesportes o diretor de futebol André Mazzuco.

“No futebol, as receitas previstas às vezes não são as maiores que você tem em uma temporada. Esse é o grande problema, porque os clubes, em sua maioria, têm de contar com a receita variável para fazer a coisa girar. Às vezes essa receita variável não acontece. O que estamos fazendo? Há um compromisso para que as receitas que entrem no clube sejam utilizadas para trazer esse equilíbrio econômico que precisamos para atletas, funcionários e fornecedores. A linha de atuação está sendo justamente essa, para que a gente consiga ter essas receitas e usá-las para isso”.

A Raposa também espera solucionar o problema na CNRD a tempo de regularizar os reforços para a estreia no Campeonato Mineiro, fora de casa, contra o Uberlândia - sábado (27 de fevereiro), às 16h30, no estádio Parque do Sabiá. A punição foi imposta ao clube por causa da falta de repasse de R$1,3 milhão ao PSTC, do Paraná, na transferência do zagueiro Bruno Viana para o Olympiacos, da Grécia, em agosto de 2016.


Até o momento, seis jogadores foram anunciados: o lateral-esquerdo Alan Ruschel (ex-Chapecoense), os volantes Matheus Barbosa (ex-Cuiabá e Avaí) e Matheus Neris (Figueirense), o meia Marcinho (ex-Sampaio Corrêa) e os atacantes Felipe Augusto (ex-América) e Bruno José (ex-Brasil de Pelotas e Internacional). O sétimo nome é o zagueiro Eduardo Brock, ex-Ceará.

Quanto entra em caixa?


O Cruzeiro terá direito a no mínimo R$9,72 milhões nas negociações de Cacá e Jadsom. Pelo zagueiro, a participação em 60% dos direitos econômicos renderá cerca de R$6,48 milhões. Já a saída do volante proporcionará R$3,24 milhões aos cofres celestes (40% dos direitos).
O clube ainda quer R$20 milhões por 50% dos direitos de Orejuela, mas pode ter que baixar a pedida. Segundo o jornalista Jorge Nicola, colunista do Yahoo!, o São Paulo fez uma sondagem pelo lateral-direito de 25 anos e se assustou com os valores pretendidos pelo Cruzeiro. Por motivo semelhante, o Grêmio, ao qual o colombiano esteve emprestado em 2020, desistiu de exercer a opção de compra.



Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente Sérgio Santos Rodrigues afirmou que a dívida do Cruzeiro baixou de mais de R$1 bilhão para cerca de R$800 milhões, após acordos com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e os jogadores Fred, Dodô e Marquinhos Gabriel. Mesmo assim, o cenário em 2021 segue delicado em decorrência da permanência na Série B, com previsão de arrecadação entre R$80 e R$100 milhões (ante mais de R$300 milhões na primeira divisão).