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Mazzuco mira título no Cruzeiro para superar crise: 'Resgate de conquista'

Dirigente reconhece dificuldades causadas pela crise financeira, mas confia que clube poderá vencê-la e subir à elite como campeão da Série B

14/02/2021 07:00 / atualizado em 13/02/2021 13:51
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André Mazzuco é o chefe do departamento de futebol do Cruzeiro
foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

André Mazzuco é o chefe do departamento de futebol do Cruzeiro

No Cruzeiro desde 5 de janeiro, o paranaense Mário André Mazzuco, de 42 anos, é o principal responsável pelas conversas com empresários, jogadores e dirigentes. Mas as tarefas do diretor executivo vão além de negociar salários e buscar reforços de acordo com as preferências do técnico Felipe Conceição. Em muitas vezes, precisa ter jogo de cintura para tranquilizar os atletas em meio à situação financeira caótica vivida pela Raposa, que acumula salários atrasados e tenta encontrar soluções para minimizar uma dívida calculada em R$1 bilhão.

Em entrevista ao Superesportes, André Mazzuco comparou o desafio de trabalhar no Cruzeiro com a experiência de um ano e meio no Vasco, outro gigante do futebol brasileiro que tem a parte econômica no fundo do poço por causa de gestões temerárias passadas. O executivo conduziu o departamento de futebol do clube carioca de julho de 2019 a dezembro de 2020.

“Em termos de desafio, eu fui em 2019 para o Vasco, que também passava por uma grande crise financeira. É um clube que está tentando se reconstruir em termos de equilíbrio econômico. E eu venho para o Cruzeiro em um cenário parecido, de perda de receita muito grande, um acúmulo de dívida muito grande, e um momento esportivo que nunca havia passado em sua história”.

Na opinião de Mazzuco, um dos caminhos para o Cruzeiro vencer a crise é retornar à primeira divisão do Brasileiro, que oferece um cenário mais favorável com receitas de cotas de televisão, premiação e exposição dos jogadores no mercado da bola. Em 2020, o time fracassou na missão ao terminar a Série B em 11º lugar, com 49 pontos, 12 a menos que o quarto colocado Cuiabá. Por isso, o diretor defende a ideia de montar um grupo competitivo desde o início do ano.

“Nossa intenção sempre foi, e essa é minha maneira de trabalhar, de ter o máximo da equipe montada já neste início. Todo engajamento que a gente faz, toda a mudança, todas as reuniões, as conversas, o preparo de mentalidade e mudança de comportamento, quanto mais atletas eu tiver aqui, é melhor”.

Na Série B 2021, Mazzuco não se contenta somente com um quarto lugar. Os planos do clube é de brigar pelo título para resgatar o perfil de conquistas. “Acho que o objetivo é voltar à Série A, mas nosso trabalho, nossa mentalidade, nossa potencialização do que podemos entregar tem de ser mirando uma conquista importante (...). Claro, tem a crise econômica em paralelo que a gente precisa lidar. O resgate que queremos ter é de conquista. A gente precisa mirar a conquista”.

Outros assuntos foram abordados com o diretor na entrevista, como a hierarquia do departamento de futebol, a relação do empresário Pedro Lourenço com o Cruzeiro, a possibilidade de propor a alguns jogadores nova repactuação salarial e a transformação do clube em empresa como saída para a recuperação institucional.



ENTREVISTA COM ANDRÉ MAZZUCO, DIRETOR DE FUTEBOL DO CRUZEIRO


Você já trabalhou em clubes de diferentes portes: Paraná, Coritiba, Red Bull, Paysandu, Vasco e Cruzeiro. Financeiramente, o cenário do Cruzeiro é o pior que enfrentará tendo em vista os desafios e a grandeza do clube? 

Independentemente do momento recente do Cruzeiro, o mercado do futebol brasileiro no período pós-pandemia vive um momento de muita instabilidade. O Cruzeiro é uma história recente, porque a gente considera 2017 e 2018 com títulos importantes e relevantes, e estamos falando de dois anos atrás, em 2019. É uma ruptura que aconteceu recentemente, por isso assustou muita gente. Também entrou em uma crise que culminou com o rebaixamento. Acho que foram muitas coisas ao mesmo tempo que geraram toda essa questão do Cruzeiro.

Em termos de desafio, eu fui em 2019 para o Vasco, que também passava por uma grande crise financeira. É um clube que está tentando se reconstruir em termos de equilíbrio econômico. E eu venho para o Cruzeiro em um cenário parecido, de perda de receita muito grande, um acúmulo de dívida muito grande, e um momento esportivo que nunca havia passado em sua história.

Acho que é desafiador, mas o primeiro passo é entender o que a gente pode, os nossos limites, e ter uma equipe pronta para buscar soluções em todos os setores. Sempre falo do futebol em si, porque precisamos do retorno esportivo, e falo também da parte administrativa, pois precisamos do retorno econômico. São linhas convergentes que geram uma perspectiva positiva para a gente superar.

Naturalmente, vão ter sacrifícios e momentos de dificuldade ao longo do tempo, porque paralelamente a isso precisamos vencer, conquistar e criar um time competitivo. Temos que buscar o objetivo de retornar à Série A nesta temporada. É desafiador, mas precisamos reconhecer o cenário.

Na prática, como está a divisão do trabalho entre você, Deivid (diretor técnico) e Pedro (Moreira, gerente de futebol)? Quem ficará mais “no campo”? Quem é o principal responsável pela parte negocial?


A gente inclusive teve uma evolução em questão de organograma, até para organizar mais o clube, fluxo de funções, enfim. Hoje o departamento de futebol é gerido pela diretoria executiva, na qual eu completo esse posto. Abaixo da diretoria executiva temos a diretoria técnica, que hoje o Deivid participa; o Pedro Moreira, que é o nosso gerente; o Claudiomir (Rates), nosso supervisor; e na parte mais técnica o Antônio Almeida e o Brunno (Noce), que fazem parte do nosso núcleo de análise de mercado. Aí, dentro dos processos decisórios, temos o Benecy (Queiroz), hoje da nossa estrutura administrativa. E temos a parte da comissão técnica, tendo à frente o Felipe Conceição, que é o nosso comandante.

São várias peças para gerir o departamento de futebol, seja em âmbito técnico, como comentei, ou no operacional/administrativo. Até isso foi tema de discussão, e coincidentemente, na data de hoje, fizemos um workshop com todo o grupo de staff do futebol justamente para passar e deixar claro como será o funcionamento desse organograma que passei a vocês da estrutura do departamento de futebol. 

Uma coisa que a gente tem premissa é que o departamento de futebol do Cruzeiro seja único. Ele não tem essa divisão de principal e categoria de base. É um processo contínuo em que estamos realizando essa aproximação para que seja um processo de formação e desenvolvimento que termine na equipe principal. Vai facilitar na filosofia, na criação de identidade, no pensamento convergente. É usar essas pessoas para que todos nós estejamos na mesma linha que signifique a identidade do Cruzeiro, e não das pessoas que estão passando aqui.

É sempre você o responsável pela parte de negociação com jogadores?

Quando vamos para essa fase, quem negocia é a diretoria executiva junto com o presidente, e temos a assessoria jurídica do clube. Nesse momento de contratação, a participação é exclusiva da diretoria executiva, presidência e jurídico.

Como é sua relação com o Pedro Lourenço, principal patrocinador do clube? Ele tem tido voz ativa no futebol? Sabemos que ele é consultado para muitas decisões, como foi na do Felipe Conceição.

Eu tive o prazer de conhecer o Pedro aqui em BH. É um colaborador extremamente importante para o clube há muito tempo. Acho que até participou em outros momentos de conselho ou comitê do clube. O Pedro é um colaborador, não entra no processo decisório, tem um convívio muito sadio com o clube. O conheci recentemente, temos uma relação muito importante, mas lógico que as decisões do clube são técnicas. Elas respeitam o processo interno, desde o treinador até a diretoria executiva, o presidente, enfim.

Não há uma intervenção, e sim uma colaboração. É uma relação muito sadia, ele é uma pessoa muito importante para o momento do Cruzeiro, que precisa de bons parceiros para se recuperar. O Pedro é um bom parceiro, assim como o sócio do Cruzeiro é um bom parceiro. Não há como a gente se recuperar espontaneamente. Você vai ter que buscar receitas alternativas e criativas. Enfim, é um processo que envolve um conjunto de fatores para que a gente consiga um equilíbrio maior na busca pelo objetivo.

Como lidar com a montagem do elenco de 2021 ao mesmo tempo em que o clube está com salários atrasados. Qual a posição vocês passaram para os jogadores que estão no elenco e também os que estão sendo contratados acerca de salários?


A gente procura ser muito transparente no cenário do clube. Temos um diálogo totalmente aberto e muito transparente com os jogadores que estão aqui conosco. Mostramos a eles o que a gente vai enfrentar e, ao mesmo tempo, a busca constante por soluções. Em momento algum dissemos a eles que seria fácil, porque não vai ser, mas temos uma equipe trabalhando para isso.

Acho que o principal é uma relação próxima, um aceite dos profissionais com relação ao momento difícil, mas também com a perspectiva de que a gente consiga resolver isso em um breve espaço de tempo. Por outro lado, os atletas que vêm, digo mais uma vez que o Cruzeiro é o maior clube da Série B, um dos maiores do Brasil e tem atrativos importantes.

O Cruzeiro passa um momento atípico em sua história, então quem puder entender o Cruzeiro como oportunidade e puder fazer um sacrifício de comprar a ideia conosco, é disso que estamos precisando agora.

As pessoas precisam estar aqui, entendedoras do nosso momento, mas ao mesmo tempo que venham com aquilo que a gente precisa que entreguem: mentalidade vencedora, resgate da identidade do clube e busca pela volta à Série A. Cabe a nós profissionais da diretoria e o presidente buscarem as soluções que vão acontecer. Não é fácil, mas ao mesmo tempo é um compromisso e um engajamento que precisamos fazer.

Existe uma previsão de pagamento de salários ou o cenário ainda é prematuro?

É prematuro. No futebol, as receitas previstas às vezes não são as maiores que você tem em uma temporada. Esse é o grande problema, porque os clubes, em sua maioria, têm de contar com a receita variável para fazer a coisa girar. Às vezes essa receita variável não acontece.

O que estamos fazendo? Há um compromisso para que as receitas que entrem no clube sejam utilizadas para trazer esse equilíbrio econômico que precisamos para atletas, funcionários e fornecedores. A linha de atuação está sendo justamente essa, para que a gente consiga ter essas receitas e usá-las para isso.

Temos as receitas previstas ainda para entrar e outras que estamos buscando de forma alternativa, assim como outros clubes estão buscando. O próprio Vasco, no período em que estive lá, era um trabalho constante de busca de receitas. Tem também a questão do desenvolvimento de ativos para trazer um pouco mais de dinheiro ao clube, e assim vai.

Vai ter que ser um desafio as pessoas entenderem, estarem conosco e buscarem isso. Ao mesmo tempo, é um compromisso que o clube tem de buscar as soluções econômicas para o momento que passamos.

Qual o tamanho da folha que o Cruzeiro deve trabalhar nesta Série B? O clube cogita baixar de maneira substancial diante dessa nova política de reforços?

Um ponto interessante em relação à folha: não podemos esquecer que o Cruzeiro era um clube com folhas extremamente altas, sobretudo no período recente de conquistas que teve. E quando você cai para a Série B, tem um impacto grande nisso por causa dos jogadores ainda com contrato. Não tem muito o que fazer. Vimos algumas situações que ocorreram: Fred, Dodô, o próprio Dedé. Não há muito como mexer, o clube fica de mãos amarradas. Temos que pensar naquilo que vai nos trazer o resultado que queremos.

Com relação às contratações, não vai ter como estabelecer: ‘olha só, precisaremos de folha de 1 milhão’. Não há como prever isso, porque é isso, há jogadores com contrato, que precisamos ajustar dentro do orçamento que temos, e os novos adequar dentro da realidade.

A gente perde o parâmetro, porque a folha do Cruzeiro vai ser um pouco alta, assim como a folha do Botafogo, que decretou a sua queda para a Série B. São adequações difíceis de serem feitas com clubes grandes que caem para a Série B. Mais do que a folha em si é adequar o que a gente pode cumprir este ano. E isso já estamos fazendo, seja com os atletas do atual elenco ou com os novos que a gente pode vir a contratar.

Mas você pode revelar o valor da folha do Cruzeiro?

Não posso falar número, mas não vai ser uma folha baixa, pois o Cruzeiro ainda não tem essa capacidade de adequação. Seria somente se limpasse tudo e começasse do zero para fazer isso. Por exemplo, quando eu estava no Paraná, na Série B, a folha era infinitamente inferior à da maioria dos clubes. Mas, independentemente do valor, o que importa é fazer um time eficiente, com convicção. O time do Cruzeiro, no papel, deveria ter subido na temporada que passou. Por vários fatores que aconteceram, não subiu. Agora a gente precisa focar em ser eficiente e assertivo para subirmos.

Pode falar ao menos o percentual de redução?

O que eu te falo é que precisamos ajustar para menos. Vai ser menor que no ano passado, mas não significa que será com menos jogadores. É esse processo que estamos tentando equilibrar.

Você é a favor do teto salarial de R$ 150 mil? Desde a chegada do Sobis e do Pottker esse assunto voltou à tona, uma vez que eles têm patamares acima do teto estabelecido aos atletas que já estavam na Toca. Causa algum mal-estar no ambiente eventuais diferenças salariais logo após o clube estabelecer esse limite?

Não posso opinar sobre quando eu não estava, mas, com visão de fora, acho que foi necessária a ruptura naquele momento. Realmente, foi uma medida efetiva, porque senão o Cruzeiro fechava a porta naquele baque do início da crise. Você precisa trabalhar com o equilíbrio de folha que terá à disposição. Haverá uma variação, isso é fato, há alguns jogadores ganhando mais, outros promissores.

Os jogadores em si têm a noção do valor de mercado. Isso é importante, vale entender o momento de cada um, trabalhando com dados, informações, até mesmo para argumentar. Jogadores que jogaram menos ou mais, vieram do campeonato x ou y, você tem uma forma de valorizar isso. Ao mesmo tempo, você tem jogadores que vêm da Série A, de uma conquista de Copa do Brasil, por exemplo, que já estava em outra situação que você tem que tentar renegociar, trazer para uma realidade e às vezes fica preso com contrato.

Não sou a favor ou contra um teto, mas não vejo a necessidade de se estabelecer um teto. É preciso ver qual o tamanho do que você pode, e aí vai da sua habilidade de gerir, de ter jogadores com menor valor para fechar o número que pode fazer.

O Cruzeiro está preso a esse teto?

Não está preso (aos 150 mil). Mas ao mesmo tempo os valores praticados pelo Cruzeiro não são os mesmos de anos recentes. Faço até um contraponto: você fala que o teto é 150.  Às vezes, um jogador que não tem histórico de ganhar 150, diz: eu topo ganhar o teto, não tem problema. Também há esse efeito contrário. 

Temos de ter esse cuidado, trabalhando de maneira coerente, entendendo o que cada um tem de valor de mercado. A gente tem batalha que vamos ganhar, às vezes, não. Às vezes vamos ter um atleta que queremos e diz que quer tanto, mas se entendermos que não vale tanto, não vamos fazer loucura e vamos buscar uma alternativa. 

O Cruzeiro vai precisar propor uma nova repactuação salarial aos jogadores que recebem acima de R$ 150 mil? O acordo inicial previa pagamento da diferença a partir de abril de 2021...

Em todos os setores estamos tentando fazer e trabalhar. Não só no futebol em si. O Cruzeiro busca alternativas para equilibrar esse impacto de dívidas ou demandas que apareçam agora. A receita realmente é diminuta, e precisamos buscar alternativas para equilibrar o ano no futebol, por exemplo. Em casos específicos, sim. Vamos ter que sentar, conversar e tentar achar uma solução. Não vai ter jeito. É uma situação real, matemática. Não tem muito o que fazer pelo momento que o Cruzeiro passa. Mas isso estamos conduzindo de maneira séria, profissional, para que, no momento que a gente necessite, possa tomar decisões com as pessoas envolvidas para tentar chegar a um acordo. 

Qual é o seu pensamento sobre clube-empresa e como essa mudança poderia ser adaptada ao momento do Cruzeiro? Quais cuidados o clube deve tomar, na sua visão, para que não entre numa negociação arriscada só porque atravessa grave crise financeira?

É uma tendência no futebol brasileiro. Infelizmente, ela é mais valorizada em função das dívidas que os clubes têm. Às vezes surge como uma esperança de que vem uma empresa, um investimento, compra, resolve e vão embora. Ao mesmo tempo, acho que é uma tendência que precisa acontecer. Eu passei por duas situações, principalmente no Paraná Clube, que se preparou para virar empresa em um momento oportuno. Acho que é uma tendência e um caminho interessante e importante para os clubes brasileiros.

Mas, ao mesmo tempo, temos que cuidar porque os clubes brasileiros têm uma história muito grande. O Cruzeiro é um clube centenário, então não pode se perder nesse processo, pois você deixa de existir. Você não vira clube-empresa. Você deixa de existir e vira um clube novo, o que eu não concordo.

Acho que os dirigentes e as pessoas envolvidas precisam ter o cuidado de o fato de virar clube-empresa sirva para ter um trabalho mais profissional possível e equalizar as despesas, as dívidas e possa ter um investimento mais efetivo sem perder a essência dos clubes. A gente precisa preservar um pouco isso. Muitas coisas avançaram neste ano e estamos próximos de uma mudança de lei e um suporte maior do governo. Neste ano pode acontecer um start nesse processo. 

Você vai precisar de um modelo de contrato que proteja que a empresa possa entrar e sair a qualquer momento. A partir do que acontece, o clube volta a ser o que era, às vezes com mais dívidas e sem o que tinha na sua essência. Há muitos modelos que os clubes executam fora do Brasil, por exemplo: fundo de investimento para gerir o departamento de futebol. Eles fazem um contrato de alguns anos, mas não tomam conta  dentro do clube. Há uma preservação da parte estatutária do clube e tomada de decisão em conjunto com o grupo de investimento. Isso protege a parte estatutária dos clubes, com uma S/A gerindo os processos. Acho que é uma decisão importante.

Eu, sinceramente, não sei como vai ser a modelagem considerando uma mudança de lei no Brasil e clubes com dívidas grandes, como Cruzeiro e Vasco. Isso está sendo muito estudado por mais que você tenha facilidade de câmbio.  Qualquer investimento que venha é para gerar um benefício, e não simplesmente para pagar dívidas. Vai ter que ser feito um processo muito importante nesse sentido.

Pela falta de dinheiro dos clubes, qualquer investimento de renegociação de dívidas vai facilitar esses caminhos dos clubes, para que esse dinheiro volte em investimento de estrutura e valorização de ativos, que é o objetivo final de uma empresa: gerar lucros com aquilo que você possa desenvolver. Vamos pegar o exemplo do Cruzeiro e remetendo ao do Paraná, clubes que têm histórico de formação, com estrutura física maravilhosa. São atrativos para o clube que queira desenvolver  um trabalho que gere lucro no futuro. 

A Série B de 2021 caminha para ter um grau de dificuldade maior, pois o Botafogo, um clube grande, já está rebaixado, e equipes como Coritiba, Goiás, Fortaleza e Vasco estão ameaçadas. O Cruzeiro espera brigar pelo título ou somente pelo acesso?

A Série B deste ano, talvez, vai ser uma das mais difíceis pelos clubes que vão disputar e os remanescentes. O objetivo do Cruzeiro, aí eu falo do resgate da identidade mesmo com esse cenário… A gente precisa ter uma mentalidade de conquista que é o que comandou o Cruzeiro nos últimos anos. A gente tem que entrar numa competição mirando essa conquista. Essa conquista pode nos dar o título da Série B e também pode nos dar o acesso.

Acho que o objetivo é voltar à Série A, mas nosso trabalho, nossa mentalidade, nossa potencialização do que podemos entregar tem de ser mirando uma conquista importante. Estamos trabalhando com performance, com atletas, com estafe de muita qualidade no clube. A estrutura de trabalho não deixa nada a desejar e te dá tudo o que precisa. Claro, tem a crise econômica em paralelo que a gente precisa lidar. O resgate que queremos ter é de conquista. A gente precisa  mirar a conquista. Esse é o grande objetivo, não muda o foco, mesmo com a dificuldade.

Ouça o podcast da entrevista com André Mazzuco, diretor de futebol do Cruzeiro


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