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Cruzeiro: Diretor brinca e diz que vai criar dia da dificuldade na Toca I

Gustavo Ferreira rebateu boatos de falta de comida para os atletas da base

Redação
Antes de assumir a base do Cruzeiro, Gustavo Ferreira trabalhou com Deivid no Jabaquara-SP - Foto: Gustavo Aleixo / Cruzeiro
O diretor da base do Cruzeiro, Gustavo Ferreira, rebateu boatos de falta de alimentos na Toca da Raposa I, em entrevista ao canal Somos Gigantes, no Youtube. Questionado sobre supostas denúncias de um pai de um atleta da base sobre escassez de comida no clube, Ferreira negou e ainda brincou ao dizer que vai criar o dia da dificuldade, mostrando aos garotos a realidade complicada das famílias brasileiras.


"É possível ver (mostra uma foto com comida)? Não faltou comida. Otimização de custos. Café da tarde: suco, leite e iogurte. Sempre duas opções. Se tem uma coisa que me tira do sério é falar que faltou alimentação aqui dentro. É um desrespeito com o povo brasileiro. Isso é falta de respeito com esta população, com um país que vive esta pandemia, com tantas pessoas perdendo emprego, a dificuldade que este país vive. É inadmissível. São cinco refeições. Falar que faltou alimentação é de uma maldade. Não é comigo, não. Não é com o Cruzeiro. É uma ofensa à população brasileira. Quisera eu ter na minha casa a fartura que eu tenho dentro do Cruzeiro hoje. É tipo um dos melhores do país. Qualquer um pode vir almoçar qualquer dia aqui. Suco à vontade", disse.

Em seguida, Gustavo Ferreira explicou que queria criar o dia da dificuldade para os atletas da base conhecerem mais as adversidades que muitas famílias enfrentam no Brasil.

"Sabe o que eu estou querendo fazer aqui? Vou abrir uma ideia a vocês: vai ter o dia da dificuldade. Uma vez por mês os meninos vão ver o que é dificuldade. O que uma família brasileira passa. Aqui é tanta fartura, tanta coisa bacana, que às vezes o menino até esquece e fica um pouco alienado do quanto o mundo está complicado, o quanto é difícil para um trabalhador que ganha salário mínimo colocar comida em casa. Sabe o que acontece? Nós estamos tendo muito treino online, estamos apenas com duas categorias aqui. Os pais estão pedindo para os meninos voltarem, os pais desesperados, toda hora pedindo para voltar. Pergunte aos meninos se eles querem folga, se eles querem voltar para casa, se estão insatisfeitos ou não. Às vezes, é uma situação ou outra que infelizmente a gente lamenta, porque falar que faltou comida... Convido o torcedor a vir almoçar aqui".

Na sequência, a entrevista continuou com outros assuntos. Mais de meia hora depois, o diretor voltou a falar sobre o dia da dificuldade e disse que estava brincando. "Fiz uma brincadeira do dia da dificuldade, isso aí é uma brincadeira, nada de atleta passar fome. É uma brincadeira que eu falo nas palestras que vou implementar. Eu joguei em muitos clubes pequenos que você comia arroz, feijão e salsicha. Eu falo: 'gente, vai ter o dia da dificuldade, porque em times pequenos você come arroz com salsicha, carne de panela todo dia, você não tem suco, não'. Quando joguei no Cruzeiro, eu trazia o meu suco. Eu só bato na tecla do atleta ser grato, entender o quão privilegiado ele é de estar usando esta camisa".


Racionamento de comida


Em dezembro do ano passado, o site UOL noticiou que a "crise no Cruzeiro afetava o jantar na base". Em nota, o clube confirmou que alterou a oferta da última refeição do dia por 'contenção de despesas'.

"Sobre o 'racionamento do jantar': o Cruzeiro serve cinco refeições ao dia [café da manhã, almoço, café da tarde, jantar e ceia] na Toca da Raposa 1. Apenas o jantar sofreu alteração, pois como ocorre mais tarde, essa refeição está sendo servida agora somente para os atletas, além dos funcionários de manutenção e vigilância noturna. A mudança se deu após uma análise de otimização de gastos. Os colaboradores que prestam serviço durante o horário comercial têm direito, todos os dias, ao café da manhã, almoço e café da tarde", explicou o Cruzeiro, em nota enviada ao UOL.