O Cruzeiro trabalha em duas frentes para arrecadar dinheiro: venda de jogadores e de imóveis.
A Raposa está perto de concretizar a transferência do volante Jadsom ao Red Bull Bragantino. O clube receberá 1 milhão de dólares - cerca de R$ 5,4 milhões - por 40% dos direitos econômicos e manterá 20% em uma futura venda, segundo informação da Rádio Itatiaia. O meio-campista de 19 anos assinará contrato de cinco anos com o Red Bull e vai retirar a reclamação trabalhista na qual cobrava salários atrasados.
O atleta mais valorizado do Cruzeiro é o lateral-direito Orejuela, que estava emprestado ao Grêmio até o fim do ano passado. O Tricolor tentou a permanência do jogador, mas as negociações se complicaram no momento final.
O Cruzeiro possui 50% dos direitos econômicos de Orejuela, que estão avaliados em cerca de R$ 20 milhões. O presidente Sérgio Santos Rodrigues disse que há interesse de clubes brasileiros no atleta colombiano, mas nenhum negócio prosperou até o momento.
Venda de imóvel
No dia 25 de janeiro, o Cruzeiro obteve a substituição de bem penhorado e poderá negociar a Campestre II, na Rua das Canárias, bairro Santa Branca, em Belo Horizonte. Em contrapartida, foi oferecida à União Federal, em caso de eventual execução fiscal, o prédio da sede administrativa do Barro Preto.
Com a liberação, o Cruzeiro conversará com interessados em adquirir o imóvel de 9.500 m² de terreno e 6.500 m² de área construída em dois pavimentos. A Rua das Canárias, no bairro Santa Branca, fica perto de pontos movimentados de Belo Horizonte, como a Avenida Pedro I, a Estação Pampulha e a Lagoa da Pampulha.
A diretoria celeste pretendia comercializar o patrimônio por valor superior a R$ 13.661.473,50 e usar o dinheiro para abater dívidas. Por unanimidade, o Conselho Deliberativo da Raposa aprovou a negociação do espaço.
A substituição de penhora foi possível graças ao acordo para parcelamento dos débitos do Cruzeiro com a União, em 23 de outubro de 2020. Após perder o Profut e ficar com passivo de mais de R$ 330 milhões, o clube conseguiu desconto de 45%, caindo para cerca de R$ 178 milhões. O prazo é de 145 meses (mais de 12 anos), sendo que no primeiro ano as prestações serão de R$ 350 mil. Depois, os valores aumentarão progressivamente.
Dívida
Em novembro do ano passado, o Cruzeiro foi novamente impedido de registrar atletas no BID em razão de uma dívida com o PSTC pelo zagueiro Bruno Viana. O débito gira em torno de R$ 1,3 milhão.
A Raposa foi condenada pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) em março de 2020, mas a aplicação da punição só foi efetivada em novembro. O motivo é a falta de repasse de 20% do valor da venda do defensor ao Olympiacos, da Grécia, em agosto de 2016, no mandato do ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares.
Bruno Viana foi negociado por 2 milhões de euros - cerca de R$ 7,6 milhões na cotação da época -, dos quais 70% foram para os cofres celestes. Em abril de 2017, o PSTC formalizou a reclamação na CNRD pleiteando os 20% a que tinha direito, conforme o contrato assinado entre as partes em 2010. Contudo, não houve nenhuma movimentação para resolução da pendência. Assim, o Cruzeiro só se livrará da penalidade se encerrar o passivo.
Salários
Os funcionários do Cruzeiro vivem situação delicada desde o fim do ano passado. A diretoria deixou de pagar até os profissionais que recebem salários mais baixos. Alguns precisaram da doação de jogadores para não passar dificuldade. O clube segue com os vencimentos em atraso.