O presidente Sérgio Santos Rodrigues sonhou em repetir com o Cruzeiro a recuperação do River Plate, que caiu para a Segunda Divisão argentina em 2011 e, depois de uma gestão exitosa de Rodolfo D'Onofrio, foi campeão da Copa Libertadores da América em 2015 e 2018.
Em 2011, o River Plate foi rebaixado à Série B do Campeonato Argentino. Naquele momento, o clube começou uma reestruturação. Matías Almeyda deixou de ser jogador e assumiu o comando técnico do River. Identificado com o clube, o atacante Fernando Cavenaghi voltou a Núñez e foi destaque da Segundona, com 19 gols.
O River foi campeão da Série B com 73 pontos. O principal mandatário do clube ainda era o ex-jogador Daniel Passarella. Em 2013, D'Onofrio venceu a eleição e começou uma administração vencedora em todos os aspectos. O maior acerto dele foi a contratação do técnico Marcelo Gallardo, que está no clube desde 2014. O ex-jogador liderou um processo que transformou o River no principal clube da América do Sul nos últimos anos.
Com Gallardo, o time de Núñez venceu uma Copa Sul-Americana (2014), duas Libertadores (2015 e 2018) e três Recopas Sul-Americanas (2015, 2016 e 2019), entre outros títulos. Mesmo com saídas de jogadores, o treinador manteve a equipe competitiva. Nos últimos quatro anos, o River Plate chegou às semifinais da Copa Libertadores em todas as edições.
Com Gallardo, o time de Núñez venceu uma Copa Sul-Americana (2014), duas Libertadores (2015 e 2018) e três Recopas Sul-Americanas (2015, 2016 e 2019), entre outros títulos. Mesmo com saídas de jogadores, o treinador manteve a equipe competitiva. Nos últimos quatro anos, o River Plate chegou às semifinais da Copa Libertadores em todas as edições.
Se o River voltou à elite do futebol argentino um ano depois da queda, o Cruzeiro permanecerá por mais tempo na Série B do Campeonato Brasileiro. Com a derrota para o Juventude no sábado, a Raposa não tem mais chances matemáticas de conseguir o acesso.
Atualmente, a equipe celeste ocupa a 14ª posição da Série B, com 44 pontos. O time de Caxias do Sul-RS abre o G4, com 55. Faltam três jogos para o fim da campetição.
O presidente Sérgio Rodrigues disse em dezembro de 2019, antes de assumir o Cruzeiro, que o 'milagre' do River Plate tinha nome: gestão.
“Quero relembrar a história do River Plate, que foi rebaixado em 2011. O Rodolfo D'Onofrio (presidente atual do River Plate) havia perdido as eleições anteriores para o Passarella por seis votos. O Passarella pegou o River ruim, piorou e caiu. O D'Onofrio voltou e fez uma mágica fora do comum, assim como o Marcelo Santana (Bahia) e o Bandeira (Flamengo): gestão!”, disse, em entrevista à rádio 98FM.
Naquela época, Sérgio Rodrigues já tinha noção de que a situação financeira do Cruzeiro era muito mais complicada que a do River Plate. A pandemia de COVID-19 afetou ainda mais a possibilidade de arrecadação do clube celeste.
“Valorizou a gestão, gastou menos do que arrecada, trouxe a torcida de volta, que é o que nós estamos perdendo hoje. E construiu, na contramão de outros clubes, uma receita de 30% do dia do jogo, 30% de sócios e 20% de patrocínio. Nem de cota de TV eles dependem. Rebaixado em 2011, em 2014 ganhou a Sul-Americana e em 2015, a Copa Libertadores. A nossa situação é mais difícil porque o River não tinha a dívida que a gente tem. Mas impossível não é”, destacou Sérgio em 2019, quando Wagner Pires de Sá ainda era o presidente da Raposa.
Dívidas
Segundo balanço dos cinco primeiros meses de 2020, o Cruzeiro registrou prejuízo de R$ 259.780.000,00. A dívida do clube está em cerca de R$ 1 bilhão. Sem dinheiro, o clube tem feito acordo na Justiça com jogadores - casos de Fred e Dodô, por exemplo - para pagar em 2022, criando um passivo enorme para o ano que vem.
Atrasos
Sérgio Santos Rodrigues garantiu na semana passada que realizará, nesta segunda-feira, o pagamento de pelo menos uma das folhas atrasadas dos funcionários do setor administrativo.
Ele se manifestou dois dias após protestos dos jogadores, que se recusaram a se concentrar para o jogo diante do Oeste. A Raposa acabou derrotada por 1 a 0. Luiz Felipe Scolari defendeu seus comandados e disse que entendia a manifestação.
"Fiquei por uma hora e meia hoje (quinta-feira) à tarde na Toca II, conversando com nossos atletas e esclarecendo toda a situação do clube. Dei um alento de que na segunda-feira (dia 18 de janeiro), depois de muito esforço, levantar um recurso para pagar uma folha do administrativo, que nos incomoda tanto quanto incomoda todo mundo”, disse Sérgio.
O atraso de salário dos jogadores é ainda maior. São duas folhas e meia (metade de outubro, novembro e dezembro), além do 13º. Sérgio se reuniu com os jogadores na tarde desta quinta-feira, mas não conseguiu determinar um prazo para o pagamento do grupo de atletas e comissão técnica.
Campanhas na Série B
River Plate
38 jogos
20 vitórias
13 empates
5 derrotas
73 pontos
Campeão
Cruzeiro*
35 jogos
13 vitórias
11 empates
11 derrotas
44 pontos (- 6 pontos por punição da Fifa)
14º lugar
*Competição em andamento