O Cruzeiro falhou em seu principal objetivo no ano, o retorno à Série A do Campeonato Brasileiro, ao fazer campanha ruim na Série B - 11º lugar, com 44 pontos em 34 rodadas. Um dos principais alvos de críticas dos torcedores pelo fracasso é Deivid, que ocupou o cargo de diretor de futebol de junho de 2020 a janeiro de 2021, quando o clube reformulou o departamento e contratou o executivo André Mazzuco, ex-Vasco. Outro bastante questionado é o superintendente administrativo Benecy Queiroz, protagonista de polêmica declaração em 2016 - revelou em uma entrevista ter comprado um árbitro para beneficiar a equipe na década de 1980.

Em entrevista à Rádio Itatiaia nesta quinta-feira, o presidente Sérgio Santos Rodrigues saiu em defesa dos dois profissionais. Primeiramente, ele comentou a situação de Deivid, que carrega o histórico de bom centroavante no time campeão da Tríplice Coroa, em 2003 (28 gols em 37 partidas), e a frustrante experiência de técnico, em 2016. Na opinião do mandatário, o ex-diretor não pode carregar a culpa por “contratações equivocadas”.

“O Deivid veio para ser diretor técnico, era esse o objetivo. No momento em que o cargo ficou vazio, a gente acabou colocando ele. Depois, a gente trouxe um novo diretor e retornamos com ele ao cargo de diretor técnico, onde atuará na interlocução com base, nesse diálogo interno, entre outros. Mas acho que dizer que contratações equivocadas é culpa do diretor de futebol… o trabalho do diretor de futebol é muito mais que isso. As contratações também passam pelo técnico e por nós. Nós vamos contratar a critério do Felipão, tem de passar pela avaliação técnica dele”, disse Sérgio.

“É claro que a gente errou, e muito. Falei isso com os jogadores, todo mundo erra, mas somos um time. Às vezes vem o comentário: ‘ah, o Cruzeiro perdeu o jogo porque o fulano de tal errou’. O cara errou, mas é o time que perde. Isso acontece. Acho equivocado, como já expliquei para a própria torcida: ‘ah, deu errado porque era o Deivid’. Não é. Deu errado porque, na conjuntura toda, uns deram errado, outros deram certo. O ajuste que a gente fez agora foi esse, de ter o Mazzuco integrado à comissão para ser o diretor de futebol, e o Deivid volta à coordenação”, complementou.

A respeito de Benecy Queiroz, Sérgio Rodrigues garantiu que não há interferência nas decisões do futebol. “O Benecy é aquilo que falei: acho até difícil alguém de fora dizer como avalia o trabalho dele. Ele é o supervisor administrativo, cuida da Toca e, obviamente, vai estar lá dentro. Às vezes vê o treino sim, às vezes não. E no gramado, vários diretores veem o jogo. Tem jogo que ele não foi também, em outros foi. Tem ido muito por estar próximo lá, mas nós temos outros diretores que veem os jogos. Há diretor de comunicação, administrativo, que, se eu citar o nome aqui, foram em todos os jogos”, comentou o presidente.

O presidente ressaltou ainda que o funcionário mais antigo do clube é muito querido no mundo da bola. “O trabalho interno do Benecy é difícil de alguém avaliar. É um cara elogiado na CBF, na Conmebol e em outros clubes. Exercendo a função dele lá, corresponde bem e não tem nada a ver com o que acontece dentro do futebol. O próprio Felipão já deu o testemunho com a grande experiência que tem no futebol. Não existe correlação nisso, é o que eu sempre explico aos torcedores”.

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